Olívia chega em casa por volta das 18h, tinha tempo somente de tomar um banho rápido, comer alguma coisa e sair novamente, pois era voluntária num hospital, como não havia conseguido um trabalho remunerado como fisioterapeuta, ela ia praticando seus conhecimentos de forma gratuita, assim ajudava quem precisava, e ainda adquiria experiência na profissão.
Durante a semana era difícil ver Ayla, pois tinham diferença do horário de trabalho em uma hora, ou seja, Olívia entrava uma hora mais cedo e saia uma hora mais cedo, e Ayla entrava uma hora mais tarde e saia uma hora mais tarde, as duas quase não se encontravam. Algumas vezes Olívia chegava em casa por volta da meia noite e não encontrava Ayla em casa, pois ela tinha um namorado, e passava muito tempo com ele.
Na manhã seguinte Olívia acorda muito cedo, toma seu banho, toma café da manhã, se arruma e vai para o trabalho, porém dessa vez não estava atrasada, não precisaria atravessar o saguão correndo novamente. Chega pontualmente à empresa e começa mais um dia de trabalho. Se dedicava a limpar as salas dos advogados, e se sentia um pouco mais animada com seu novo salário, a única coisa que a incomodava era não ter ainda conseguido um lugar para morar.
O dia transcorria normalmente, ela limpava tudo com muito cuidado. Olívia trabalhava sempre ouvindo música em seus fones de ouvidos, tinha trilha sonora para praticamente tudo, mas ouvia em volume baixo, afinal não queria perder a audição por conta do volume excessivo. Todos os dias ela escolhia almoçar depois de todo mundo, pois apesar de adorar falar, gostava de comer com calma.
Normalmente ela levava sua própria comida, durante os finais de semana passava preparando suas marmitas para a semana toda, apesar da empresa oferecer a refeição, sem contar que era alérgica a soja, então não queria arriscar em ter alguma reação alérgica.
Olívia comia sua marmita tranquilamente com o pensamento muito longe, não havia percebido que alguém havia sentando ao seu lado na mesa, somente depois de muito tempo é que percebe um homem a olhando muito fixamente, a encarava sem reserva alguma.
- Nossa, eu estava tão distraída, não percebi quando você se sentou aí.
- Eu notei que tinha o olhar muito longe.
- Ah! Então você fala?
- E por que eu não falaria?
- Bem, porque você se lembra de ontem? Eu fiquei falando sozinha feito uma idiota, e você nem ao menos olhou para mim, me senti um nada!
- Me desculpe por isso, eu estava num dia difícil.
- Eu te entendo! Está desculpado, ultimamente tenho tido muitos dias difíceis!
- É mesmo? Posso saber por que?
- Bom........ para começar terei que sair do apartamento que moro porque o dono o pediu, tenho somente alguns dias para desocupar e não consegui outro ainda, depois.......bati no carro de um homem há alguns dias atrás e poxa vida........você acredita que eu bati em um JAGUAR? Certamente terei que vender um rim para consertar o carro, mesmo que tenha sido um arranhão apenas, mas sei que ficará caro!
- Que azarada hein!? Mas.........O dono do carro entrou em contato com você? Já sabe o valor do conserto?
- Aí é que tá! Esse homem simplesmente evaporou, não veio atrás de mim ainda, e isso me dá medo sabe? Eu nem ao menos me lembro de seu rosto. Sem contar que ele ainda me levou para o hospital e pagou a conta, e como se não bastasse guardou meu carro e arcou com a conta também, nem sei se esse homem realmente existe!
- Então você não pode ser tão azarada assim, pelo que você disse um estranho a ajudou, o que não é comum!
- Olhando por esse lado você tem razão, eu não tive nem a oportunidade de agradecê-lo, gostaria de dizer o quanto sou imensamente grata por ter cuidado de mim......sabe, na verdade se o encontrasse novamente seria capaz de dar um belo de um beijo nele!
Dito isso Cassiano que mantinha um sorriso disfarçado no canto dos lábios, abre um sorriso sincero revelando seus dentes perfeitamente alinhados e brancos, e com esse movimento, Olívia pode notar suas covinhas nas bochechas. A visão era simplesmente encantadora.
Cassiano não se lembrava quando havia sido a última vez que tinha sorrido, mas Olívia era tão espontânea, era também engraçada e impulsiva, parecia uma mulher real, não alguém que pensava minunciosamente cada palavra que iria falar. Ele havia ficado surpreso com seu sorriso, pois ficara feliz ao ouvir que ela gostaria de lhe dar um beijo, mesmo ela não tendo a noção que ele era esse homem.
Ele a observava com muita atenção, ela tinha as proporções exatas, nem muito magra, nem muito acima do peso, tinha curvas onde precisava ter, sua cintura era muito fina, revelando seu quadril arredondado, seus seios eram pequenos e pareciam muito firmes e redondos, apesar de seu uniforme esconder seu corpo. Seus cabelos eram escuros como a noite e caiam até a cintura, tinha um lindo ondulado e cheirava muito bem. Seus olhos eram expressivos, ela conseguia sorrir somente com seu olhar, e sua boca......Ah, sua boca o chamava. Ela era uma mulher lindíssima, e nem precisava de maquiagem, muito menos roupas caras para que se percebesse isso.
- Ei..........Eiiiiiii....... você está me ouvindo? – Olívia tentava chamar sua atenção, mas ele simplesmente viajava em seus próprios pensamentos.
- Me desculpe, eu estava com o pensamento longe! Mas o que dizia?
- Eu perguntei seu nome, como se chama?
- Eu............Eu me chamo Theodoro, mas se quiser me chame de Théo! E você, como se chama?
- Theodoro? É um bonito nome! Eu me chamo Olívia.
- É um belo nome também!
- Obrigada! Mas...... você não vai comer nada?
- Não estou com muita fome, apenas desci para preparar um chá, mas não vou comer nada.
- E então, você trabalha aqui em que setor? Nunca o vi antes por aqui, você é advogado também?
- Bom eu.......eu trabalho na parte administrativa, e também sou advogado.
- Ah, entendi. Você conhece o dono disso tudo aqui? Já ouvi falar que ele é um carrasco, dizem por aí que ele é aprendiz de satanás de tão ruim, mas eu nunca o vi, então acho que deve ser só fofoca, sabe como é, as pessoas gostam de inventar coisas!
- É mesmo? Que interessante o que dizem do senhor Marcondes, eu já o vi uma vez, é um velho muito rabugento mesmo isso não posso negar, mas não tenho contato com ele, eu cuido dos processos e das papeladas na minha sala particular, e dificilmente ando pelo edifício.
- Ah entendi, bom, eu preciso voltar ao trabalho, foi bom conversar com você, agora sei que não é tão azedo quanto parece!
- Então eu pareço azedo?
- Sim, tem um jeito arrogante e demonstra superioridade, mas acho que é para esconder alguma coisa, talvez alguma dor, acertei? - fala e na mesma hora se arrepende do comentário indiscreto.
- Você tem o péssimo hábito de falar demais senhorita Olívia!
Olívia apenas dá de ombros e vai em direção a pia, lava sua marmita, seca e guarda na bolsa térmica, não ousava olhá-lo novamente, pois sabia que tinha realmente falado o que não devia. Ela então deixa o refeitório de cabeça baixa, não queria ter ofendido ninguém, mas sentia que ele tinha muito a esconder, principalmente pelo comportamento frio que havia tido com ela quando se conheceram, aquela frieza poderia ser seu mecanismo de defesa.
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Atualizado até capítulo 45
Comments
Berê
Olívia, você é maravilhosa! A espontaneidade com a qual trata expressas me fez rir à beça, ao ponto de me engasgar e chorar (de rir, é claro!) tudo junto, sem saber como me acudir... Repito: Você é maravilhosa!
2024-11-25
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Berê
Olívia é uma pessoa muito interessante, super espontânea, de boa índole, com muita facilidade para se relacionar com as pessoas. Gostando muito dela que merece ter a felicidade por companhia para ajudá-la nos contratempos da vida!
2024-11-25
1
Ameles
pra ela não descobrir que ele é o chefe
2024-10-11
0