O reencontro

O final de semana de Olívia e Ayla havia sido de muita correria, as duas tentavam achar formas de conseguir achar um lugar de boa localização e com um preço justo, mas ou elas encontravam um lugar excelente com um preço altíssimo, ou então um lugar barato, porém deplorável e longe de tudo, elas simplesmente estavam na mesma situação, haviam tentado, mas sem sucesso. Olívia havia buscado seu carro no estacionamento e ficara surpresa de não ter que pagar nada, pois o tal homem misterioso já havia pago pelo guinchamento e por deixar o carro guardado lá. Agora restava arrumar dinheiro para consertar o para-choque do carro, mas isso era o de menos, o importante era que o carro estava funcionando normalmente.

Olívia era uma jovem de 26 anos, havia saído do interior de sua cidade e ido para a capital em busca de mais oportunidades de trabalho, já que sua cidade natal era de poucos habitantes, sem contar que tinha muitos sonhos a serem realizados, e morando no interior, dificilmente alcançaria.

Parte de sua infância havia sido dentro de um orfanato, pois não tinha tido a oportunidade de conhecer seus pais biológicos, apenas sabia que sua mãe havia a abandonado com uma vizinha, sua mãe tinha pedido para cuidar dela por poucas horas, e nunca mais aparecera. Olívia tinha apenas 3 meses de vida e se acostumara a chamar de Tia Zélia, a mulher que havia a criado, pois depois do abandono, a senhora já de certa idade que vivia sozinha havia entrado em contato com a polícia e o conselho tutelar, explicara o caso, e pedira a guarda da menina.

Quando Olívia completara 10 anos, Tia Zélia havia tido um mal súbito e veio a falecer a deixando sozinha no mundo novamente, assim ela fora levada a um orfanato, pois não sabiam de nenhum parente próximo, muito menos sabia quem era seu pai, pois na certidão de nascimento constava somente o nome da mãe.

Sua infância no orfanato não havia sido ruim, muito pelo contrário, ela era uma criança muito levada, estava sempre alegre e aprontando e todas as outras crianças adoravam as histórias que ela contava, as cuidadoras a tratavam com muito carinho. Ela havia tido sorte, pois a realidade de muitos orfanatos era bem diferente, muitos maltratavam as crianças. Infelizmente o tempo havia passado e ninguém queria adota-la pois já estava ficando numa idade que não se interessavam muito.

Assim que completou 18 anos, ao invés de deixar o orfanato como todos precisavam deixar, a diretora havia oferecido um trabalho a ela como cuidadora, afinal ela tinha um talento especial com crianças, sem contar que adorava falar, a comunicação era seu forte! Olívia trabalhou no orfanato somente por 1 ano, pois aos 19 anos de idade, mudou toda a direção do orfanato e muitos funcionários foram mandados embora. Durante um tempo ela tentou trabalhar na pequena cidade, sem muito sucesso, vivia com suas economias do salário que recebia por trabalhar no orfanato, e como continuou morando lá, não tinha quase gastos nenhum. Por necessidade, e também por ter muitos sonhos a realizar, decidiu ir embora para a capital em busca de novas oportunidades.

Quando chegou na capital trabalhou como garçonete, babá, atendente, operadora de caixa, fez de tudo para arcar com os custos de sua tão sonhada faculdade de fisioterapia, e para conseguir se manter, mas sempre acontecia alguma coisa e a mandavam embora, Olívia era mesmo muito pé frio, sem contar que durante seu estágio, precisou cortar ainda mais gastos desnecessários, pois o salário que recebia estagiando mal dava para as contas básicas. Vivia com o salário contado, pagava as contas sempre atrasadas, comia somente o básico, e o resto de seu dinheiro ia todo na faculdade, pois apesar de ter bolsa parcial, ainda era um valor considerável e para pagar as parcelas de seu carro, que já não era nada novo.

Morava num pequeno apartamento numa localização razoável, vivia pulando de trabalho em trabalho, e assim que conseguiu se formar na faculdade e terminar seu estágio, esperava conseguir um emprego bem rápido em sua área, porém todos diziam a mesma coisa: faltava experiência.

Quando completou 25 anos, depois de muitas tentativas frustradas de procurar trabalho em sua área, conseguiu finalmente entrar num dos escritórios de advocacia mais respeitados do país, havia conseguido uma vaga como auxiliar de limpeza na MARCONDES ADVOGADOS, não era exatamente o emprego dos sonhos, mas quando se precisa pagar as contas, se aceita qualquer coisa, e na verdade o trabalho pagava um pouco mais do que qualquer outro lugar na mesma função.

Logo após completar 3 meses trabalhando naquele lugar, ela havia conhecido Ayla, que era recepcionista, e assim que se conheceram, houve uma amizade instantânea, e em pouco tempo já estavam dividindo as contas do apartamento, pois Ayla também morava sozinha e procurava alguém para dividir o aluguel, assim Olívia pode finalmente começar a guardar um dinheiro a mais, pois as despesas eram divididas em duas pessoas.

A vida de Olívia vinha se acertando por um período, porém de uma hora para outra o senhorio do apartamento resolvera pedir o imóvel alegando que não alugaria mais, havia dado um prazo muito apertado para que desocupassem. Para completar, em seu trabalho já haviam a avisado que teriam alguns cortes e infelizmente ela seria demitida, estava somente cumprindo seus dias de aviso, mas em poucos dias não teria vínculo nenhum com aquele lugar.

No dia do acidente Olívia chorava de angústia de não conseguir achar uma solução rápida, não se achava um lugar para morar da noite para o dia, ainda mais com ela prestes a perder o trabalho. Para completar o ciclo de desgraças do pobre, ela havia batido o carro simplesmente em um Jaguar, por outro lado, não podia reclamar, pois o homem que ela batera o carro, havia pago a conta do hospital, e ainda mandara guinchar seu carro e guardar num estacionamento. Ela gostaria de pelo menos algum dia saber o nome do homem misterioso que a ajudara, pois nem de seu rosto ela se lembrava.

Na segunda-feira, Olívia acordara muito desanimada, pois estava indo trabalhar apenas para cumprir seu aviso, e apesar de desempenhar uma função que não era a dos sonhos, gostava de trabalhar naquele lugar.

Assim que chega na empresa, olha o grande relógio do saguão principal e se assusta, estava atrasadíssima, coisa que acontecia pouquíssimo, ela então sai correndo apressadamente pelo salão impecavelmente limpo e vai em direção ao elevador, ela apertava o botão incansavelmente, porém sem sucesso, a cada vez que ela apertava o relógio marcava mais um minuto, ela decide recuar e ir em direção as escadas, porém no meio do caminho nota um homem parando em frente ao elevador e apertando o botão, que instantaneamente funciona e a porta se abre para ele.

- Só pode ser brincadeira! – fala para si mesma não acreditando na falta de sorte até com a porta do elevador.

Ela sai correndo novamente cortando o saguão do escritório, aos berros pedindo para que o homem esperasse por ela, a essa altura já havia chamado a atenção de todos ao redor.

Olívia ia correndo e escorregando no piso brilhante e liso, era uma cena até engraçada, em poucos segundos consegue chegar à porta do elevador e entrar. O homem à porta, apenas a olhava de uma maneira muito profunda e enigmática, não esboçava reação nenhuma, apenas a olhava muito profundamente nos olhos enquanto continuava a segurar a porta para ela.

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Comments

Luciene Costa

Luciene Costa

maa gente..nem um estágio na área aí é sacanagem

2024-09-03

1

Luciana Almeida

Luciana Almeida

É ele!!

2024-07-20

2

Hanah Oliveira

Hanah Oliveira

Concordo com você!

2024-04-30

3

Ver todos

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