Capítulo 4 - A Resposta

Maya Torres

Não recebi nenhuma ligação e o nervosismo começava a tomar conta de mim.

Maya: Não esqueçam, as tarefas são para amanhã.

Disse enquanto os alunos saíam da sala com pressa.

Arrumei a enorme pilha de papeis a frente no meu portfólio, o guardei dentro da minha bolsa e em seguida a pendurei no ombro.

Me retirei da sala, e graças a Deus não estava escalada para as aulas de reforço.

Posso voltar para casa, e preparar com calma os exercícios para a aula de amanhã.

Tomar um banho, comer algo rápido e passar no hospital antes de ir para o bar.

Xx: Olá, senhorita Torres.

Ergui a cabeça e sorri para o meu aluno.

Maya: Como vai, Caio?

Caio: Posso carregar seus livros?

Maya: Se quiser...

Passei três livros para ele e segurei os outros três. A ajuda era bem vinda.

Caminhamos em silêncio até o meu carro, que estava estacionado na vaga perto dos portões de entrada.

Caio: Está com algum problema, senhorita?

A pergunta me fez ficar em alerta.

Maya: Não, Caio. Por quê?

Caio: Bom... é porque tem um sujeito de terno perto do seu automóvel.

Dei uma olhada e senti o sangue sumir da minha face. Rafael Toscano.

Caio: Quer que eu o enfrente?

A imagem de Caio desafiando Rafael chegava a ser engraçada.

Maya: Está tudo bem.

Caio olhou para mim e depois para o homem de ar indolente em pé, ao lado do veículo, esperando como se tivesse todo o tempo do mundo.

Caio: Tem certeza?

Indagou em dúvida.

Caio: Posso buscar ajuda.

Maya: Eu o conheço.

Não era bem verdade. Além do que lia nos jornais, nada sabia do verdadeiro ser existente por detrás daqueles fatos.

Maya: Obrigada por carregar meus livros.

Estiquei o braços para apanhá-los, mas desisti, e dei um longo suspiro ao ver Caio dar a volta até o carro.

Destravei a porta e ele colocou os livros no banco do passageiro.

Maya: Agradeço por sua gentileza, Caio.

Ele deu um sorriso gentil, antes de ir.

Rafael: Você tem um protetor e tanto.

Comentou, enquanto eu abria a porta. Tentar descobrir porque ele estava ali era inútil.

Mas sem dúvida sua presença em pessoa significava algo.

Maya: Sim.

Rafael Toscano

Eu tinha as cartas na mão. Era só começar a jogar.

Ergui uma sobrancelha.

Rafael: Há algum lugar onde possamos conversar?

Maya: Tem um parque perto daqui.

Rafael: Seu apartamento seria melhor.

Mas é lógico que eu tinha investigado onde ela morava.

Maya: A dona do lugar proíbe visitas.

Rafael: Entre no carro, Maya, eu a seguirei.

Cinco minutis depois, estacionei próximo aos dois velhos prédios de tijolos.

O portão estava quebrado, a tinta das caixas de correio, descascada, e a grama, alta.

Maya: Segundo andar.

Passou pela entrada da frente e foi até as escadas, ciente de que eu a seguia.

O cheiro de comida atravessava as paredes finas, que não eram pintadas faziamanos, ao que parecia.

O apartamento era exatamente o que eu esperava.

Avistei um fogão portátil, embaixo do balcão, um frigobar.

Uma pia e uma tomada. Conclui que a porta à direita daria para um minúsculo banheiro.

Um sofá-cama, uma escrivaninha com um notebook, uma cadeira à esquerda.

O básico.

Já vivi em condições muito piores.

Maya: Quer sentar?

Rafael: Eu fico de pé.

Percebi o quanto o lugar parecia menor com minha presença.

Notava o visível nervosismo dela, quase pop.

Rafael: Preciso marcar uma hora para você encontrar-se com meu advogado.

Maya juntou as mãos.

Maya: Isso é um "sim", senhor Toscano?

Decidi ser objetivo, não queria dar margema mal entendidos.

Rafael: Estabeleci minhas condições. E é fundamental que você as compreenda.

Maya: Só tenho tempo disponível entre as três e meia, e cinco horas.

Peguei o meu celular, liguei rapidamente para o meu advogado, iniciei uma rápida conversa e desliguei.

Rafael: Às quatro da tarde, amanhã.

Puxei um cartão e fiz algumas anotações.

Rafael: Nome e endereço.

Maya: Obrigada. Mais alguma coisa?

Rafael: Por ora, não.

Maya: Então se me der licença..

Foi até a porta, girou a maçaneta e ficou esperando que eu saísse.

Maya Torres

Percebi um discreto divertimento e um sorrisi sutil quando ele passou.

Assim que a porta se fechou, encostei-me na porta por um longo momento até que as batidas do meu coração voltassem ao normal.

Então, fui até a minha bolsa e escolhi um livro.

Tinha de preparar a aula de amanhã. Selecionei os pontos que eu queria enfatizar, esquentei uma carne moída e comi com torradas.

Antes de entrar no chuveiro para tomar um banho.

O estado do meu pai permanecia o mesmo. Fiquei ao seu lado por quarenta minutos e segui para o restaurante onde trabalho.

Que estava cheio como sempre. Fiquei até tarde para compensar minha saída antecipada no dia anterior, o que agradou ao dono que parecia estar ainda mais temperamental.

O ruído dos pratos era ensurdecedor, o serviço, feito às pressas, o som de vozes, animado.

Até os clientes pareciam mais exigentes. Foi um alívio sair e ir para o carro.

Mas algo aconteceu! Estava a cerca de três metros do carro, vi que dois homens me cercavam, um puxava minha bolsa e o outro tinha algo que eu não consegui identificar na mão.

Minha reação foi automática, o chute, bem dado, mas estava em desvantagem e logo senti um corte no braços.

As luzes de farois se aproximando me salvaram de algo pior, e os homens correram.

Na pressa, deixei a bolsa cair no chão. DROGA! A recolhi do chão depressa, verifiquei a carteira e corri para meu carro.

Travei as portas e liguei o motor. Não parei nem para checar o meu braço machucado , apenas dirigi até alcançar o meu prédio.

Foi só sob a luz forte que percebi a gravidade do meu ferimento, o corte estava profundo requeria pontos.

Voltei ao carro frustrada, fui até o hospital público mais próximo.

O pronto socorro daria conta do ferimento. Fui atendida após duas horas de espera, havia casos mais urgentes.

Caio Lima, 16 anos

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Comments

Márcia Figueiredo

Márcia Figueiredo

Muito bom. Estou gostando autora. Esperando por mais capítulos!

2022-08-26

4

Sirlene Leandro

Sirlene Leandro

tá ficando interessante 😄😄😄😄

2022-08-24

1

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