Maya Torres
Não recebi nenhuma ligação e o nervosismo começava a tomar conta de mim.
Maya: Não esqueçam, as tarefas são para amanhã.
Disse enquanto os alunos saíam da sala com pressa.
Arrumei a enorme pilha de papeis a frente no meu portfólio, o guardei dentro da minha bolsa e em seguida a pendurei no ombro.
Me retirei da sala, e graças a Deus não estava escalada para as aulas de reforço.
Posso voltar para casa, e preparar com calma os exercícios para a aula de amanhã.
Tomar um banho, comer algo rápido e passar no hospital antes de ir para o bar.
Xx: Olá, senhorita Torres.
Ergui a cabeça e sorri para o meu aluno.
Maya: Como vai, Caio?
Caio: Posso carregar seus livros?
Maya: Se quiser...
Passei três livros para ele e segurei os outros três. A ajuda era bem vinda.
Caminhamos em silêncio até o meu carro, que estava estacionado na vaga perto dos portões de entrada.
Caio: Está com algum problema, senhorita?
A pergunta me fez ficar em alerta.
Maya: Não, Caio. Por quê?
Caio: Bom... é porque tem um sujeito de terno perto do seu automóvel.
Dei uma olhada e senti o sangue sumir da minha face. Rafael Toscano.
Caio: Quer que eu o enfrente?
A imagem de Caio desafiando Rafael chegava a ser engraçada.
Maya: Está tudo bem.
Caio olhou para mim e depois para o homem de ar indolente em pé, ao lado do veículo, esperando como se tivesse todo o tempo do mundo.
Caio: Tem certeza?
Indagou em dúvida.
Caio: Posso buscar ajuda.
Maya: Eu o conheço.
Não era bem verdade. Além do que lia nos jornais, nada sabia do verdadeiro ser existente por detrás daqueles fatos.
Maya: Obrigada por carregar meus livros.
Estiquei o braços para apanhá-los, mas desisti, e dei um longo suspiro ao ver Caio dar a volta até o carro.
Destravei a porta e ele colocou os livros no banco do passageiro.
Maya: Agradeço por sua gentileza, Caio.
Ele deu um sorriso gentil, antes de ir.
Rafael: Você tem um protetor e tanto.
Comentou, enquanto eu abria a porta. Tentar descobrir porque ele estava ali era inútil.
Mas sem dúvida sua presença em pessoa significava algo.
Maya: Sim.
Rafael Toscano
Eu tinha as cartas na mão. Era só começar a jogar.
Ergui uma sobrancelha.
Rafael: Há algum lugar onde possamos conversar?
Maya: Tem um parque perto daqui.
Rafael: Seu apartamento seria melhor.
Mas é lógico que eu tinha investigado onde ela morava.
Maya: A dona do lugar proíbe visitas.
Rafael: Entre no carro, Maya, eu a seguirei.
Cinco minutis depois, estacionei próximo aos dois velhos prédios de tijolos.
O portão estava quebrado, a tinta das caixas de correio, descascada, e a grama, alta.
Maya: Segundo andar.
Passou pela entrada da frente e foi até as escadas, ciente de que eu a seguia.
O cheiro de comida atravessava as paredes finas, que não eram pintadas faziamanos, ao que parecia.
O apartamento era exatamente o que eu esperava.
Avistei um fogão portátil, embaixo do balcão, um frigobar.
Uma pia e uma tomada. Conclui que a porta à direita daria para um minúsculo banheiro.
Um sofá-cama, uma escrivaninha com um notebook, uma cadeira à esquerda.
O básico.
Já vivi em condições muito piores.
Maya: Quer sentar?
Rafael: Eu fico de pé.
Percebi o quanto o lugar parecia menor com minha presença.
Notava o visível nervosismo dela, quase pop.
Rafael: Preciso marcar uma hora para você encontrar-se com meu advogado.
Maya juntou as mãos.
Maya: Isso é um "sim", senhor Toscano?
Decidi ser objetivo, não queria dar margema mal entendidos.
Rafael: Estabeleci minhas condições. E é fundamental que você as compreenda.
Maya: Só tenho tempo disponível entre as três e meia, e cinco horas.
Peguei o meu celular, liguei rapidamente para o meu advogado, iniciei uma rápida conversa e desliguei.
Rafael: Às quatro da tarde, amanhã.
Puxei um cartão e fiz algumas anotações.
Rafael: Nome e endereço.
Maya: Obrigada. Mais alguma coisa?
Rafael: Por ora, não.
Maya: Então se me der licença..
Foi até a porta, girou a maçaneta e ficou esperando que eu saísse.
Maya Torres
Percebi um discreto divertimento e um sorrisi sutil quando ele passou.
Assim que a porta se fechou, encostei-me na porta por um longo momento até que as batidas do meu coração voltassem ao normal.
Então, fui até a minha bolsa e escolhi um livro.
Tinha de preparar a aula de amanhã. Selecionei os pontos que eu queria enfatizar, esquentei uma carne moída e comi com torradas.
Antes de entrar no chuveiro para tomar um banho.
O estado do meu pai permanecia o mesmo. Fiquei ao seu lado por quarenta minutos e segui para o restaurante onde trabalho.
Que estava cheio como sempre. Fiquei até tarde para compensar minha saída antecipada no dia anterior, o que agradou ao dono que parecia estar ainda mais temperamental.
O ruído dos pratos era ensurdecedor, o serviço, feito às pressas, o som de vozes, animado.
Até os clientes pareciam mais exigentes. Foi um alívio sair e ir para o carro.
Mas algo aconteceu! Estava a cerca de três metros do carro, vi que dois homens me cercavam, um puxava minha bolsa e o outro tinha algo que eu não consegui identificar na mão.
Minha reação foi automática, o chute, bem dado, mas estava em desvantagem e logo senti um corte no braços.
As luzes de farois se aproximando me salvaram de algo pior, e os homens correram.
Na pressa, deixei a bolsa cair no chão. DROGA! A recolhi do chão depressa, verifiquei a carteira e corri para meu carro.
Travei as portas e liguei o motor. Não parei nem para checar o meu braço machucado , apenas dirigi até alcançar o meu prédio.
Foi só sob a luz forte que percebi a gravidade do meu ferimento, o corte estava profundo requeria pontos.
Voltei ao carro frustrada, fui até o hospital público mais próximo.
O pronto socorro daria conta do ferimento. Fui atendida após duas horas de espera, havia casos mais urgentes.
Caio Lima, 16 anos
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Atualizado até capítulo 29
Comments
Márcia Figueiredo
Muito bom. Estou gostando autora. Esperando por mais capítulos!
2022-08-26
4
Sirlene Leandro
tá ficando interessante 😄😄😄😄
2022-08-24
1