Capítulo 3

Observava o teto azul marinho, com estrelas de borrachas brilhantes. A luz vermelha iluminava o teto azul, com as paredes claras e o quarto quase vazio. Meus pensamentos estavam distantes de tudo, era apenas alguns segundos de paz antes de voltar a realidade.

Ao meu lado da cama estava uma bela mulher, deitada por cima do meu ombro esquerdo que suava com o toque da sua pele. Podia sentir os seus seios nus sobre minhas costelas, mornos e rígidos. Conversava alguma coisa, alguma coisa que não estava nem um pouco afim de ouvir, mas dessa vez não disse nada para ter a certeza de que não sairia uma ofensa.

Jamais mencionar o pai. Nada de parentes, eles magoam e não sabemos nada sobre parentes para mencioná-los. Foi um erro que não iria cometer novamente como havia feito com Nora Olsen.

— Este quarto com a temática de uma criança de oito anos, foi ideia sua? — Perguntei abrindo um sorriso, cortando a fala da mulher por cima do meu corpo. 

— Tem gente que gosta, Eric. — Ela respondeu sem abrir um sorriso, tentei me afastar a tirando de cima de mim e me ergui da cama sentando-me.

Agora estava de costas me abaixando e pegando a boxer, vestindo e se levantando logo a seguir. Caminhava pelo quarto brilhante pegando minhas roupas espalhadas pelo chão e as agarrando pela mão.

— Kristen, esse não é seu estilo. Creio que goste do aroma mais adulto. — Falei a observando levantar da cama. — Gosto de você sendo você mesma.

— Não importa do que você goste, não é mesmo? — Ela perguntou lembrando-me de minhas palavras que sempre dizia a ela que eram apenas negócios entre os dois.

Eu sorri relembrando.

Kristen se virou do outro lado da cama, mostrando seu corpo nu como uma escultura. Com os seios avantajados, a cintura bem alinhada, os ombros retos e, principalmente, os lábios carnudos. Era uma mulher muito bonita.

— Não comece, Eric. — A mulher riu pegando um roupão sobre a escrivaninha e o vestindo devagar, passando os dedos sobre a pele e deixando seus seios descobertos, pelo menos um deles. Ela olhou para mim, abaixando a mão e acariciando sua perna esquerda suavemente.

A observei por alguns segundos, caminhei dando a volta na cama e ficando em sua frente. Levantei a mão direita passando os dedos por cima de seu roupão e enfiando a mão por baixo do pano, abaixando até sua cintura. Depois agarrei seu pescoço devagar e aproximei o rosto ao dela, mordicando o lábio antes de puxá-la para um beijo devagar.

Kristen reagiu a mim, beijando de volta e agarrando meu corpo atlético. Suas mãos finas apertavam os meus braços bem malhados e a empurrei com certa rapidez e cautela até a parede, levantando seu roupão e abaixando sua mão até sua intimidade que agora estava exposta para mim.

A moça reagiu da mesma forma, agarrando minha boxer enquanto a erguia para cima e colocando suas pernas ao redor da minha cintura, dando tempo para puxar o preservativo de cima do móvel ao seu lado e abri-lo com os dentes.

— Eric! — Kristen arfou em meu pescoço e revirou os olhos assim que me sentiu dentro dela novamente, tão forte e fogoso como da primeira vez.

Foi os três minutos mais rápidos de Kristen, que tinha a sensação única causada por apenas um homem da cidade, eu. Nenhum deles fazia oque eu conseguia proporcionar em seu corpo, uma sensação nova toda vez que a tocava.

Tinha-me em seus braços toda semana e todas as vezes mantinha-me empenhado em fazê-la única e a surpreendia de uma forma diferente.Talvez mais vezes do que deveria e eu sabia onde isso daria, mas não iria parar.

Arfei com meu limite alcançado e a fiz chegar ao seu limite com facilidade, me retirando logo de dentro dela e deitando por cima de seu corpo e se encostando, os dois na parede com as luzes avermelhadas.

— Preciso ir. — Sussurrei devagar, se recompondo e retirando o plástico de minha intimidade.

— Fique mais. — Pediu Kristen quase como uma súplica e neguei abrindo um sorriso.

— Sabe que não posso. — Me afasto dela, caminhando em direção do banheiro e saindo dois minutos depois, observando a mulher vestir sua roupa numa certa distância da cama.

Já vestido, retiro o dinheiro com uma quantidade generosa do bolso e coloco sobre a escrivaninha, dobrados. Virei para Kristen que ainda vestia e caminho até ela, dando as costas até a porta.

— O valor não é tudo isso. — Ouvi ela dizer e abri o sorriso segurando o trinco da porta. — E você não precisa pagar.

— Sem favoritismo. — Me virei ainda com o sorriso no rosto. — Nosso trato é que seria apenas eu.

— Não é assim que funciona. — A moça bradou passando as mãos no short, jeans.

— É, você me disse. — Dei de ombros. — Te vejo depois, Kris.

Na mesma manhã, antes de passar em minha casa para um bom banho matinal, decidi tomar o café que fora rejeitado noutro dia. Dei um beijo no Bobby e dirigi os quinze minutos até meu prédio, caminhando logo depois a cafeteria de Luke.

Foi o primeiro que vi de avental, se virando alegre e abrindo um sorriso.

Havia me recuperado da tragédia que fora a reunião com Nora Olsen dois dias atrás, contando com todas as outras depois daquilo. Passei a noite provando que conseguia sim, ser generoso. Passei a noite pensando que deveria ter dito outra coisa, e mesmo tendo uma mulher muito linda em cima de mim não pude esquecer do que havia feito.

Tentando ignorar tudo que me perturbava, consegui intensificar a vontade de pedir desculpas. Mesmo que essa pessoa seja Nora, meus princípios eram mais importantes que ignorância arrogante que acostumei a manter em mim, era melhor que a rivalidade que tinha com ela.

— Como passou a noite? —  Luke perguntou depois que me sentei. — Parece abatido.

— Pela noite que passei, deveria estar sorrindo como um palhaço. — Respondi num tom brincalhão. — E o curso? Quando sai o resultado?

— Em algumas semanas. — Falou e ergueu o ombro num sobressalto. — Irei pegar seu café, por conta da casa hoje já que Mike não veio ontem.

— Obrigado, cara. — Me encostei pegando o celular no bolso e observando a foto de Grace ao meu lado, agarrado em Bobby, enquanto Luke saiu para atender seus muitos clientes.

De fato que perguntariam sobre esta nova mulher na cidade. Bonita, vinda de uma família rica e aparentemente mais nobre que qualquer outra. Não negava estar curioso em saber mais sobre ela e tinha a pessoa certa para fazer o trabalho sujo. Ninguém que tenha uma vida tão nobre viria para uma cidade tão pequena, ninguém além de mim mesmo. Mike encontraria tudo sobre ela em questão de tempo, ele era bom nisso.

As pessoas caminhavam pelas mesas, cumprimentando entre si enquanto eu a caçava naquele pequeno espaço de gente.

— Procurando por alguém? — Ouvi a voz de Nora e abri um sorriso, é claro que não precisaria procurá-la porque sempre me encontrava primeiro e era isso que ela fazia de melhor, se intrometer mesmo tendo sido magoada por mim.

 Não precisei se virar para vê-la, ainda sorria observando Luke de longe pegar meu café especial sobre o balcão das mãos de Alicia. O cheiro seria eminente em minhas narinas se não fosse o perfume extremamente forte de flores que vinha de Nora, logo atrás de sua cadeira. A ventania trazia todo o calor e o aroma para meu corpo e isso me incomodava um tanto quanto não ter o prazer de sentir o cheiro bom de meu café, como todas as manhãs.

Nora apareceu em minha frente, parou e sem dizer nada puxou a cadeira se sentando. Vestia um vestido lilás, colado no corpo. Não deixei de notar os seios avantajados em seu busto, mas evitei olhar. Usava um sobretudo preto aberto e o cabelo preso para trás num rabo de cavalo. 

Tinha a maquiagem bem feita, por mais que ela não precisasse usar para ficar tão bonita. Sorriu, colocou os braços sobre a mesa e me encarou da mesma forma que eu estava encarando-a.

— Bom dia, Sr. Bullock. — Ela disse calmamente.

— Bom dia, Srta. Olsen. — Cumprimentei. — Ainda tenho vinte e cinco dias para preparar o contrato. — A lembrei e a mesma sorriu, soltando um barulho irritante pela garganta.

Não queria que fosse tão complicado, mas precisava ser revisado por um profissional competente, nada menos que meu advogado da empresa Samuel H. Jack. Ligarei para ele esta semana mesmo e irei preparar tudo.

Na verdade, Mike faria isso.

— Vinte e seis, na verdade. — Corrigiu.

— Aqui está. — Luke apareceu na mesa entregando o café que nem havia prestado atenção até ele aparecer em minha frente. Peguei, senti o morno em minhas mãos e ainda assim não consegui sentir o cheiro do café em minhas narinas.

Fiquei com raiva de mim mesmo ou aquele não era o mesmo que tomava toda manhã.

— Algum problema? — Luke perguntou e sacudi a cabeça encarando Nora me encarar da mesma forma que o homem de cabelos cacheados, confusos.

— Não. — Respondi rápido. — O cheiro parece bom.

Me levantei e virei as costas andando até o balcão perto de Alicia. Os olhos negros como a noite escura e o cabelo curto por cima das orelhas. Usava o mesmo avental de Luke, mas sem o chapéu de chefe.

Tivemos a mesma conversa torta sobre cafés e suas origens culturais. Logo depois tive que suportar Nora na reunião e suas farpas mínimas sobre mim, talvez tentando me atingir de alguma maneira.

Mas esta mulher não iria atingir, de forma nenhuma.

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Comments

Aud Wan

Aud Wan

Gata

2022-10-08

0

Aud Wan

Aud Wan

Vai provocar kkkkkkkk

2022-10-08

1

Aud Wan

Aud Wan

.

2022-10-08

1

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