Com a boate ainda fechada sentamos no balcão, Phillip me serve uma bebida por conta da casa, ele insistia que deveria me distrair um pouco, queria me conhecer melhor antes de entrar de cabeça nessa loucura toda. conversamos algo que foge um pouco do assunto de minhas investigações. Passava a maior parte do tempo preocupada em achar o culpado que havia se esquecido de mim mesma, fiquei dias sem tirar um tempo para mim, foi aí que Phillip me chama para vim hoje a noite e aproveitar. Ele promete me acompanhar a noite toda e me deixar em casa, eu não recuso.
Não fico muito tempo ali, me despeço dele e digo que virei mais tarde, ele me dá o sorriso mais belo. Fiquei tempos sem fazer um amigo que me sinto estranha com ele. Pego minha moto e vou para casa. Passo um tempo com meu pai e digo que irei sair, ele se alegra em ouvir aquilo saindo de minha boca, dizia que eu estava jovem e precisa me divertir, minha mãe se remexeria no túmulo ao saber que eu havia desistido de aproveitar a vida. Mamãe era muito exigente, mas sempre ficou no pé para curtir enquanto podia.
Depois de uma longa conversa com meu pai, subi para me arrumar, tomei um banho demorado, lavei meu cabelo e depois escovei, escolhi uma roupa bem ousada e uma maquiagem de acordo com a ocasião. Já pronta e em cima da hora aviso Phillip que estava saindo de casa e aí me lembro de avisar Maria para não dormir aqui hoje e depois eu explicava o porquê, despedi de meu pai e disse para não me esperar acordado, pedi um táxi e fui até a boate.
Não leva muito tempo o carro pára para eu descer, pago o motorista e agradeço pela corrida. Quando caminho até a entrada vejo uma fila imensa dando volta no quarteirão. - Nossa, não sabia que era popular assim!- percebo o segurança olhando os nomes na lista e me lembro que não coloquei o meu e nem paguei pela entrada. Já aflita e pensando em deixar para outro dia, dou meia volta indo em direção a outro táxi quando escuto Phillip me chamando.
- Aonde pensa que vai?
Olho e ele vem correndo em minha direção.
- Embora.
- LeBlanc está desistindo de passar essa noite comigo?
- Não é isso, só que olha o tamanho dessa fila ! - digo incrédula - E nem paguei minha entrada, se eu entrar aí só saio amanhã de manhã no horário que deveria estar voltando para casa.
- Essa fila é bem organizada tá? É por nome e horário marcado pelo site.
- Uau, uma boate bem atualizada.
- Sim, mas você é minha convidada. Vai entrar direto comigo.
- Isso não seria injustiça com os outros?
- Claro que não. Eles são clientes fiéis, voltam praticamente toda noite.
- Então vou tirar proveito disso só hoje. Achei que teria que seduzir o segurança.
- Ah por favor, não faça isso. Odiaria ter ele como concorrente.
- Concorrente?
- Não é nada .. Vamos?. - ele ergue uma mão para mim
- Vamos.
- A propósito você está linda. - diz enquanto caminhamos para dentro.
É bem diferente de noite quase não dá para respirar com a muvuca, prefiro quando ficamos sozinhos e com mais espaço entre a gente. - Droga! esse homem tinha que ser tão cheiroso assim?! E pra que falar tão perto da minha boca? - . Sou arrastada para longe dos meus pensamentos pecaminosos com Phillip dizendo algo.
- Vem, vamos para área vip lá podemos conversar melhor.
- Aqui em baixo não tá nada mal.
- Aqui fica as pessoas que querem agarrar alguém. Não acho que seja a sua vontade essa noite não é?
- Não, só tem gente estranha aqui.
- Foi o que pensei.
Subimos para área vip e na mesa já tinha um balde com bebidas, ficamos bebendo e nos divertindo, era a primeira vez que eu consegui me distrair de verdade, esquecer um pouco toda aquela investigação, era cansativo e eu precisava muito daquilo e só soube no momento.
Phillip se aproxima de mim, me pega pela cintura e dança comigo no ritmo da música animada, não me importei com a atitude dele, eu o via como um amigo mesmo com pouco tempo de ter o conhecido e achava não ter maldade entre a gente. Certa hora chega um senhor nos cumprimentando e assim como o filho, o pai era tão lindo pareciam irmãos.
- Olá filho, vejo que está bem acompanhado.
- Pai, essa é Savannah.
- Prazer senhor. - estendo a mão para cumprimenta-lo e ele faz o mesmo . - quando me nota fica estranho.
- Pode me chamar de Daniel.
- Deus é meu juiz.
- O que disse?
- Certeza que é o significado do seu nome. - Phillip me olha e rir
- Sim.
- A você tem uma visão diferente das coisas. Gosta de buscar significado para tudo não é?
- É um fetiche que tenho, vamos assim dizer.
- Claro, claro... Aproveitem a noite. - ele se aproxima de Phillip e sussurra algo no ouvido dele.
- Eu já volto, você me espera aqui tudo bem?
- Aconteceu algo?
- Não, só preciso conversar com meu pai sobre um assunto.
- Tá bom.
Ele segue o pai por um corredor que no fundo dava uma porta e eu fico ali deslocada. Era minha primeira vez em um ambiente assim. Resolvo dá uma volta lá por baixo, passo pela multidão com um pouco de dificuldade de chegar até ao bar. Peço uma bebida ousada e fico ali olhando em volta, avisto um homem que meu Deus, o que é aquilo?! Certamente um anjo. Cabelos longos e barbudo do jeitinho que eu gosto, me derreto só de ver. Ele se aproxima do balcão, acho que nem me notou direito, a luz estava baixa e quase não dava pra enxergar nada. Sem querer eu esbarro nele quando ia levantar. - maldita bebida!. Mas que braços fortes hein, suas mãos são firmes e dava para sentir seu hálito mentolado, estava tão perto que eu acho que poderia jurar que tinha o beijado. Quando o olho e vejo que estava com olhos arregalados tenho certeza de que fiz.
- Viu um fantasma?. Pergunto na cara de pau.
- O que está fazendo aqui?
- Desculpe eu te conheço?
- Perdeu a memória?
- Não entendi?!
- Nós já falamos que você não iria entrar aqui, é perigoso. - ele fala segurando firme em meus braços.
- Do que está falando cara?. Me desprendo dele e percebo Phillip vindo em nossa direção e nos afastando.
- Solta ela!
- O que? . Ele nos olha confuso. Desculpe eu acho que te confundi com alguém.
- Minha irmã gêmea morta, talvez?!
- Vamos Savannah, acho que você bebeu demais.
- Você disse que eu precisava me distrair e que aqui em baixo era lugar de pegação. - as palavras saem arrastadas de minha boca - o beijo dele é bom. - eles me olham e dava pra ver que comecei uma guerra.
- Você a beijou seu idiota?
- Eu não, ela que esbarrou em mim e aconteceu sem querer e rápido demais.
- Eu estou bem, pode me soltar Phillip.
- Seja lá o que você está tentando fazer é melhor ficar longe dela .
- Quem deve tá fazendo algo é você não é mesmo?. Cuidado garota, você não sabe em que território está se metendo.
Nessa hora eu fico tão confusa que nem consigo distinguir as palavras dele, o bonitão sai da boate e Phillip me carrega até o carro, me coloca no banco do carona e prende o cinto, mesmo com a visão um pouco embaçada eu consigo notar a raiva nele.
Ele dirige sem dizer uma palavra, segurava o volante com tanta força que dava para ver as veias das mãos saltitando.
Chegamos na minha casa e não lembro de ter dado o endereço, me pergunta se estou bem, faço que sim com a cabeça, ele me carrega no colo e eu digo onde fica a chave reserva. Phillip abre a porta e me leva em silêncio até meu quarto, me deito na cama e passo a mão pelo rosto dele, nossos olhos se encontram e eu o beijo.
- Não, você está confundindo as coisas. - ele se afasta e sai pela porta e aí eu não lembro de mais nada.
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Atualizado até capítulo 30
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