cap 4

(Quero indicar a vocês a música do roupa nova, seguindo no trem azul)

Em exatos quinze minutos, Isa aparece no portão, ela está linda em uma calça jeans cintura alta, uma blusa vermelha e uma jaqueta jeans.

Vicente: pontual, bom saber!

Isa: que sou pontual?

Vicente: que não vou precisar te esperar muito no altar.

Isa: que altar Vicente?

Vicente: qual seus sonhos Isadora?

Isa: eu não sonho Vicente, tenho meta de vida, serei Juíza, desembargadora do Brasil.

Vicente: acho que posso conviver com isso, faço engenharia civil, sonho em viajar o mundo, casar, ter uns quatro filhos, duas meninas e dois meninos, eu sou gêmeo ... quero no mínimo um casal de gêmeos, quero uma casa grande, um sobrado, com um jardim de inverno,uma gruta com cascata.

Isa: uau, no nosso primeiro encontro, você fala de filhos, casa, futuro...

Vicente: segundo encontro, terceiro talvez... você é goiana?

Isa: sou, porquê?

Isa teme que ele conheça a fama dos Maldonado, por esse motivo sua resposta veio acompanhada de uma pergunta.

Vicente: eu soube quando coloquei meus olhos em você.

Isa: e você?

Vicente: Goiano.

Isa: então você costuma, seguir garotas na rua, acompanhar garotas na rodoviária...

Vicente: não, foi só com você.

Isa: ah tá eu vou fingir que acredito.

Vicente: conhece o roupa nova?

Isa: a banda?

Vicente: sim, hoje eu estava escutando uma música e comecei a pensar em você.

Isa: ah é? canta um pedacinho pra ver se eu conheço.

Vicente: "confessar sem medo de mentir,

que em você encontrei inspiração para escrever..."

Isa: não conheço, canta o refrão.

Vicente: " te dou meu coração, queria dar o mundo, luar do meu sertão, seguindo o trem azul..."

Isa: " só me dará prazer, se viajar contigo, até nascer o sol, seguindo o trem azul..."

Vicente: então você conhece? e me fez cantar.

Isa: sua voz tem uma doce melodia.

Vicente: de hoje em diante, toda vez que você ouvir essa música, vai se lembrar de mim, da gente, quando estivermos bem velhinhos você dirá para os nossos netos que essa era a nossa música.

Isa: você é vidente? Bruxo? algo do tipo?

Vicente: hahaha não, eu sou o pai dos seus filhos, o homem da sua vida... Goiana eu vim para o Mato Grosso, certo de quê me casaria com uma matogrossense e cá estou, apaixonado em uma Goiana marrenta.

Isa: Vicente, você deve falar isso para todas.

Vicente não esperou Isa completar a frase e a beijou, beijou com a necessidade de duas almas que estavam perdidas e se encontraram, a beijou como se aquele beijo dependesse a sua existência toda, Isa sentiu a mesma coisa, ambos se encontraram e suas almas estavam em uma sintonia perfeita, assim como seus lábios, suas línguas já se conheciam de outras vidas.

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Você pode não acreditar em almas gêmeas, mas o dia que você encontrar a sua, você passará a acreditar, alma gêmea diferente do que se ouve por ai, não é necessariamente casal, é uma conexão única,algo que você não sabe explicar, foge das palavras.

Enquanto Isa descobre o amor, na fazenda dos Maldonado Tereza sente o peso de ser filha de Vino.

Vino: Bina decidi que vou casar Tereza com o Zé.

Bina: Ela quer ir para o convento, já falamos sobre isso.

Vino: ela não tem querer! quem manda aqui na minha casa sou eu! eu digo que ela vai casar e ela casar!

Vino sai batendo a porta, deixa a carteira em cima da mesa, Bina se apressa e pega alguns cruzados, cruzados esses que ele nem dará falta.

Já é tarde da noite quando Tereza chega da escola em que ela e mais duas moças da região dão aulas, Betinho é o carroceiro que trás as crianças que moram nas fazendas distantes, cresceram juntos, muitos dizem que eles namoravam escondido, mas acredito que não, Tereza diferente de Isadora tinha o corpo mais curvilíneo, se sentia feia e gorda, por isso que decidiu se tornar freira, na visão dela era melhor que viver uma vida de casamento arranjado.

Bina: filha é você?

Tereza: sim mãe, sou eu, fui alimentar o trovão.

Bina: seu banho está pronto, mas já deve ter esfriado a água, quer que eu esquente?

Tereza: quero que descanse dona Bina, eu mesma arrumo meu banho.

Tereza, foi até o fogão de lenha pegou a chaleira com água quente, para misturar na banheira, que se parecia com um ofurô, enquanto ela tirava a roupa para entrar no banho, sentiu que tinha alguém a observando.

E ela não estava errada, Vino estava parado na porta do banheiro, a observando tirar a roupa, o olhar do pai lhe causava medo, angustia, vergonha.

Tereza: o que o senhor faz aqui?

Ela fala tentando se cobrir com as roupas que estavam no chão, Tereza já estava com 20 anos, e as vezes tinha pesadelos com seu pai te tocando no meio da noite, pesadelos tão reais que ela não sabia dizer se era sonho ou realidade, mas dessa vez ela estava acordada, e totalmente exposta.

Vino: A casa é minha! eu fico onde eu quiser.

Tereza sente um cala frio,um desespero, vontade de chorar, junta forças de suas entranhas e diz em alto tom.

Tereza: então entre tome o banho do senhor, que depois eu preparo um pra mim.

Bina: o quê está acontecendo aqui?

Vino se assusta com a chegada de Bina, que estava com uma espingarda engatilhada na mão, ela conhecia o marido, por vezes pegou ele no quarto de Tereza, ela nunca o viu molestando a filha, mas não confiava nele e já havia avisado, que se algo do tipo acontecesse ela seria capaz de mata lo, para defender sua filha.

Vino: abaixa essa arma Bina, só vim falar pra Tereza que se a desaforada da Isadora, não aparecer até sábado, domingo eu caso o Zé com a Tereza.

Tereza: eu não vou me casar com ele, e nem com ninguém.

Vino: ah você casa, ou não me chamo Malvino Maldonado.

Tereza: se prepare para mudar de nome pai.

Essa foi a primeira vez que Tereza enfrentou o pai, ele saiu bufando de raiva.

Tereza: mãe eu prefiro que ele me mate.

Bina: ele não faria isso, antes eu mato ele. Vamos fazer assim, você procura um emprego na cidade, o dia que formos levar os grãos para moer.

Tereza: mas e as crianças? a escola?

Bina: filha é isso ou você ir para o convento, não te quero longe.

João: o que aconteceu? já é hora de tirar o leite?

Bina: não filhão, vai dormir, na hora que for eu te acordo.

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Comments

Rose Gandarillas

Rose Gandarillas

Não conheço ou convivo com ciganos brasileiros. acredito nesse comportamento incestual, não por ser ciganos, mas por ser um cultura infeliz do mais forte e homem pra cima dos mais frágeis. Lembrei que meu pai, nordestino até o último fio de cabelo, deu uma surra num vizinho que disse não sei o contexto, só vi a porradaria comendo e eu gritando por minha mãe, o sujeito dissera que ele comeria as filhas, era pai de 3 e 1 menino, que nenhum estranho tiraria o cabaço das filhas dele. Meu pai foi preso e só não sofreu mais acho porque tinha uma históriassobre meu velho e o delegado era amigo de copo do Seu João Fernandes.

2023-07-17

0

Jana Rios

Jana Rios

aff... que pai mais escroto 🤬

2023-06-28

0

Sheyla Bito

Sheyla Bito

Li cantando.😍😍😍

2023-03-18

1

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