Algumas horas depois Luana se sentia bem disposta novamente, mas Daniela não permitira sua volta ao trabalho e ela foi para casa, voltando apenas no outro dia depois de conseguir convencer a Dani que estava bem. Omitira apenas uma coisa: a sede ainda não havia cessado, mas isto era o de menos.
Dizia a si mesma que não poderia faltar neste dia de trabalho, não podia deixar seu paciente perder a vida por conta de um mal estar sem sentido de sua parte. Tinha uma cirurgia marcada, que se adiada, causaria na lata a morte de seu paciente e, perder a vida ou, na verdade, causar a perda de uma vida, era demais para si, já basta ela não ter salvo a de seus pais.
Correndo pelos corredores, pelo simples fato de ter acordado minutos atrasada, ela se dirige para o centro cirúrgico, onde provavelmente já estariam à sua espera. Não deu outra, estavam todos prontos e, se não fosse por Daniela que os fizeram esperar já teriam começado sem sua chefe. Luana agradeceu e com um sorriso no rosto por estar pronta para salvar mais uma vida, ela seguiu em frente, rumo ao seu maior passatempo, a coisa em que ela mais sente prazer em fazer: salvar vidas.
Mas nada ocorreu como planejado. Em pleno início de sua execução ( da cirurgia), ao ver o sangue de seu paciente, sentiu um desejo muito estranho: de bebe-lo, além de haver um cheiro doce quente a instigando a isto. Se controlando da forma que pôde, não deixara de notar o olhar de seus colegas em si, pareciam com feições preocupadas mesmo abaixo das máscaras.
Por que vontade de beber sangue? Como? Isto não está fazendo sentido algum novamente. Depois de cerca de oito horas no centro cirúrgico, a cirurgia finalmente foi determinada e agora, o paciente estava finalmente fora de risco de morte. Luana exausta nem mesmo conversou com seus colegas que trataram de levar o paciente para descansar. Saiu pelo hospital à procura de ar.
Do terraço do alto prédio, ela observava com o cansaço, mas a alegria o pôr do sol. Pode sentir a brisa leve em seu rosto, a correria da cidade que ainda não terminara seus expedientes, o vazio de seu coração por parte agora preenchido. Não foi fácil permanecer oito horas se controlando, parecia querer sugar o sangue do pobre homem até tirar-lhe o resto que ainda lhe sobrava de vida. Se sentiu horrorizada ao se lembrar deste fúnebre fato. Se sentiu a pior pessoa do mundo.
E novamente na sobriedade, permitiu que lágrimas vazias rolassem, esta é a sua forma de desabafar e tentar acalmar seu coração singelo. E sem que ela percebesse, anoiteceu, passou num estalar de dedos, ou até em menos que isso. É que naquele momento ela estava combatendo seus próprios dëmônios. Não a julguem por se desligar do mundo, pois cada um de nós temos nossos próprios dëmônios para combater e julgar o outro por isso é julgar a si mesmo.
Idiotas dos que pensam que a vida é mil maravilhas e que aqui viveremos a eternidade. Digo que não. A vida por mais bela que seja é dura, amarga, difícil. E aqui vivemos somente de passagem, tudo vai embora num piscar de olhos. Bem, tudo é assim para nós, humanos. Mas tem os que são eternos: os sobrenaturais. Mas estes não se tem o que comentar, ainda não tenho a experiência deles.
Ao olhar em seu relógio de pulso, voltando à realidade, viu que já passara do fim de seu expediente a meia hora atrás. Olhando o céu uma última vez, viu tratar-se de uma noite de lua cheia, a sua favorita. Sorriu fracamente para si e rumou escada abaixo. Foi até sua sala e pegou os seus pertences, saindo do hospital e ignorando qualquer um que resolvesse chamá-la. Precisava apenas de descanso, ou seja, de sua casa. Não sabia o que havia dado nela, mas sabia que queria um tempo para si.
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Atualizado até capítulo 23
Comments
Joelma Oliveira
Agora q ele a marcou sumiu!? NÃO consigo parar de ler!!!!!
2022-12-14
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Wanderleia Menezes
história joia muito boa até aqui estou gostando muito parabéns tem bons incentivos criativos amando muito a história
2023-06-07
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Claudia Santos
ele transformou ela, agora complicou tudo.😅😅😅
2022-11-22
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