|•Capítulo 2•|

Algumas semanas se passaram, Luana estava sempre na lua nos últimos dias. Algo a estava incomodando, e além de parecer estranho, era curioso. E isto estava deixando-a muito dispersa. Ela parecia conhecer aquele cara. Já havia o visto em algum lugar, mas agora, não conseguia de forma alguma se recordar de quem se trata.

Este a observa todos os dias em seus sonhos, mas nunca se aproxima, nunca diz nada. Sempre aos cantos a observá-la, até mesmo nos lugares mais privados. Isto tudo faz parte do sonho dela. Não há nada de real. Talvez tenha, talvez seja sua imaginação. Ela não sabe dizer. Fantasia. Já estava a pensar que necessita de um psicólogo, ou talvez, ainda mais longe: um psiquiatra.

Fazendo suas tarefas do dia, que é visitar seus pacientes nos quartos para examiná-los, finalmente havia se esquecido dos tais sonhos. Faltava apenas um dos pacientes, e ela saiu do quarto de outro agradecendo por ser o último este próximo. Não havia dormido muito bem na noite anterior e sentia que precisava descansar. Desatenciosamente, olha para frente, e vê um homem de cabelos negros atravessando o outro corredor que passava um pouco antes do último quarto.

Ela entra em êxtase, era o homem dos seus sonhos. Com a respiração rápida e fria, corre até lá, mas ao virar para este outro corredor, não vê nada além de uma mulher que ia em direção a saída. Agora sim havia mais razões para precisar de um psiquiatra, ou até mesmo de um sanatório. Com a mão sobre a testa, a respiração acelerada, ela se encosta na parede a fim de se acalmar. Teria de voltar até onde começou a correr para recolher os papéis que caíram todos pelo chão durante tal "euforia".

— Eu não aguento mais! _ ela diz e deixa seu corpo escorregar pela parede até cair sentada no chão, esgotada _ Por que tudo isso tinha de ser justamente comigo?

E ali, deixa que as lágrimas desçam _ quentes, amargas, solitárias. Por dentro praguejas a si mesma pela vida que tem. Sente falta dos pais, que não estão mais ali para a acolher. Sente falta do afago de sua mãe, dos seus conselhos, das brincadeiras do pai. A angústia toma conta novamente de seu coração. Ela está acabada, desgastada. Tenta ficar de pé, lutar por si mesma, mas tem hora que a vida a arrebata. Em com este golpe, ela se sente inútil por não conseguir parar de pé, caindo sempre de joelhos ao chão. Sente como se sua alma estivesse acorrentada a um destino cruel e infeliz, onde só há amargura.

Mas ao mesmo tempo um brilho novo surge: não consegue salvar a si mesma, mas sua missão é salvar o próximo. Com esperanças novamente _ mesmo que poucas _ , se levanta do chão e recolhe os papéis, indo atender seu último paciente, colocando um sorriso no rosto. E ali naquela criança, vê a vida. Se ele luta para sobreviver, por que não ela também?

Então o sorriso que era falso, onde os olhos não haviam brilho algum, se torna verdadeiro, alegre. Um brilho novo no olhar, a esperança renascida. Ela quer lutar por si e ela vai. Porque mesmo que não seja mil maravilhas, a vida à espera, as pessoas necessitam dela. Tem esperança nela. Acreditam nela. E ela tem que passar confiança para estas. E com um sorriso revigorante, termina seu expediente, indo para casa.

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Comments

Joelma Oliveira

Joelma Oliveira

levanta sacode a poeira e dá a volta por cima!

2022-12-14

1

Wanderleia Menezes

Wanderleia Menezes

olá Bom eu estou gostando muito até espero continuar achando incrível

2023-04-19

1

adoradoradesombras

adoradoradesombras

estou mergulhando de cabeça nesta história, autora, n me faça arrepender

2022-07-12

4

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