Na manhã seguinte, Celine se levantou animada e ainda cedo, gravou um vídeo com uma nova receita que havia idealizado na noite anterior. Seu canal já era conhecido e ela era acompanhada por centenas de pessoas.
Após finalizar o novo bolo, como já era de costume, resolveu levar uma fatia para Miguel experimentar e parou de frente para a sua casa tocando a campainha. Sem muita demora o rapaz apareceu, mas grande foi a surpresa de Celine ao ver que ele não estava sozinho.
— Desculpe, Miguelito, não queria atrapalhar.
— Imagina, adoro suas visitas, principalmente quando chega com um pratinho na mão. — Miguel falou sorrindo, puxando-a para um abraço. — Essa é a Jully, acho que já comentei sobre ela. Estamos namorando agora.
Celine não sabia o motivo, mas sentiu uma pontada no peito, talvez fosse ciúme do único amigo fiel que já teve, ou do amor platônico que cultuou às escondidas durante anos.
— Ah, claro que me lembro, fico feliz por vocês. — Falou sorrindo para a garota que a olhou de um jeito esnobe. — Prazer, Jully.
— Jully, essa é a Celine, a amiga que te falei.
— Sim, ele realmente fala muito de você, em especial dos seus bolos. — A moça falou sem dar maior importância. — Podemos entrar, meu bem? Ainda estou um pouco cansada da noite de ontem.
Celine abaixou a cabeça envergonhada com o comentário extra.
— Ontem chegamos às 3 horas da madrugada. — Miguel explicou.
— Desculpem, eu não queria incomodar, só trouxe esse novo bolo pra você experimentar, mas depois você me conta o que achou. É um bolo pudim.
— Só se for agora!
Miguel tomou a vasilha, abocanhando uma fatia generosa, enquanto sua namorada encarava Celine com uma expressão mal humorada.
— Minha nossa, Cel, que combinação perfeita! O sabor do pudim encaixa perfeitamente com o bolo que vem embaixo. É de cenoura?
— Sim, cenoura.
— Sem palavras, você é a melhor, fadinha dos bolos.
Enciumada com a forma que o namorado tratava a amiga, Jully inspirou resmungando e voltou a apressar Miguel, que se despediu na sequência. Celine voltou para casa satisfeita pelo sucesso do bolo, mas ainda sentida, decidiu escrever em seu diário para desabafar.
“Querido diário, apesar de saber que minha relação com o Miguel nunca passou de uma linda amizade, eu não sabia que seria tão doído vê-lo com outra. No momento não consigo discernir se é ciúme por ter fantasiado durante anos algo que nunca aconteceu, ou por medo de perder o meu melhor amigo. Mas como já era de se esperar, a namorada dele é linda e magra, ficou mais do que claro que eu jamais seria o seu tipo.
Eu adoraria acreditar que também tive a chance de ter encontrado alguém, mas sequer tive a oportunidade de pegar o contato do Henry e tenho certeza que ele não voltará a me procurar.”
Enquanto isso em casa, Henry acordou com a pancada de um travesseiro na cabeça.
— Acorda, seu cretino, acorda! — Elisa, a namorada dele, o golpeava ferozmente.
Henry abriu os olhos ainda assustado, sem entender o que estava acontecendo.
— Bom dia pra você também, meu amor.
— Meu amor é um cacete! Você quer fazer o favor de me explicar o que significa isso? — Apontou para uma das notícias sobre seu encontro com uma gorda. — Quem é essa mulher? E ainda por cima é gorda! Você acha que eu mereço essa humilhação?
Henry esfregou os olhos lendo o chamado da notícia sem acreditar.
“De uma modelo delgada a uma desconhecida corpulenta. Henry Lewis é flagrado com nova mulher e surpreende pelo seu gosto eclético.”
— Misericórdia… — Henry levou as mão na cabeça. — Você não está vendo que isso não passa de sensacionalismo? Acha mesmo que eu estava te traindo com essa mulher?
— Tudo que eu sei é que ou você me dá uma explicação agora, ou suas roupas vão voar pela janela! — Elisa berrava ainda estapeando-o.
— Era só uma amiga!
— Que amiga? Eu nunca vi essa criatura antes! Você acha que sou idiota, Henry?
— Eu tinha combinado de me encontrar com o Renato ontem e o imbecil me deixou lá plantado, então a Celine apareceu e acabamos conversando um pouco. Coisa de minutos, foi só isso!
— Conversaram um pouco? Vocês estavam jantando juntos e bebendo vinho, descarado!
— Ela estava comendo sozinha, acredite! Você sabe que sou alérgico a camarão. — Lembrou rindo enquanto se despia para entrar no banho.
— Deve ser por isso que sua pele está toda empolada! — Elisa notou ficando ainda mais nervosa.
Henry riu se mostrando despreocupado e ignorou os chiliques da namorada entrando no chuveiro.
— Longa história. — Gargalhou.
Enquanto Henry tentava acalmar a fera, a mãe de Celine que já tinha visto as notícias que circulavam pela internet, estava preocupada com a filha, que até então, ainda não havia tido a identidade revelada. No entanto, alguns seguidores da boleira começaram a especular a possibilidade de se tratar de Celine e a marcaram nas publicações.
— Não acredito… — Ela lia as notícias com as mãos trêmulas e extremamente magoada com a forma hostil e desrespeitosa que se referiam a sua pessoa. — Além de tudo o descarado tem namorada.
Chorando, Celine começou a comer compulsivamente como uma forma de aliviar a sua dor, até passar mal.
— Filha, querida, você está bem?
Celine vomitava, debruçada sobre o vaso sanitário, ainda chorando dolorosamente.
— Está tudo bem, meu amor, vem cá.
Sua mãe a abraçou com carinho, tentando acalmá-la, sentindo-se culpada por tê-la arranjado o tal encontro.
— Ele brincou com a minha cara o tempo todo, fingiu que era gordo, fingiu ser outra pessoa só pra me humilhar e deve estar rindo da minha cara nesse momento!
— Isso não vai ficar assim, não se preocupe!
— O que a senhora vai fazer?
— Espere e verá!
Após preparar um calmante para que a filha se tranquilizasse, Estefânia saiu às pressas sem informá-la, indo parar na frente da empresa Keyword, porém foi barrada ainda na recepção.
— A senhora quem é? — A recepcionista questionou.
— Não interessa! Eu exijo falar agora mesmo com o tal de Henry Lewis.
— Sinto muito, senhora, mas só podem entrar pessoas autorizadas e com horário marcado.
— Pois você vai chamar o seu chefe descarado agora mesmo, ou eu faço um escândalo!
— Posso saber o que está acontecendo aqui?
Um senhor imponente se aproximou.
— Essa senhora deseja insistentemente falar com o seu filho, senhor Lewis.
— Posso saber a razão?
— Essa é a razão… — Estefânia mostrou as notícias. — Ou ele se retrata com a minha filha, ou eu faço um escândalo! E não se engane, meu sangue é de pobre barraqueira, mas meu marido é milionário e eu tenho os meus contatos!
O velho homem corou, visivelmente irritado.
— Meu filho vai atendê-la agora mesmo, senhora, não se preocupe. — Falou se afastando com imensa cólera.
Dentro de poucos minutos a secretária recebeu uma ligação autorizando a subida de Estefânia, que entrou em um imenso e luxuoso escritório, parando frente a frente com Henry.
— Você se retrata com a minha filha, seu moleque meia tigela, ou eu boto esse cabaré abaixo!
— Tudo bem, senhora é…
— Estefânia! Sou a mãe da Celine, a pessoa que estão humilhando publicamente por sua causa!
— Posso ao menos me explicar?
— Você tem dez minutos antes do meu salto atravessar a sua testa.
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Atualizado até capítulo 100
Comments
Kamyla
Decepção
2024-10-21
0
Dindi
Até porque, ela que meteu a filha nessa estória, quando a colocou em um site de relacionamentos, sem nem perguntar se a Celine queria
2024-06-21
1
VÓ CICI
Também sou assim, mexeu com minhas filhas, mexeu comigo. kkkkkkkkk
2023-11-04
2