Celine procurou o celular para ver novamente o perfil do homem no aplicativo, notando que não estava com o aparelho.
O rapaz que a aguardava era extremamente bonito, dono de uma pele morena clara, cabelos lisos bem penteados e barba por fazer, mas o corpo foi o que mais chamou sua atenção, o date não tinha nada de gordo.
— Minha Nossa Senhora dos bolinhos de chuva, será que estava claro pra ele que eu sou obesa?
Celine segurava sua bolsa como um escudo, pensando se deveria ou não ir em frente e notou quando o rapaz olhou a hora no relógio, olhando em seguida ao redor parecendo impaciente.
"Bom, já estou aqui, não posso dar um bolo no coitado." Pensou se aproximando com o seu melhor sorriso e puxou a cadeira sentando-se bruscamente.
— Boa noite, me desculpe pela demora.
O rapaz ergueu a cabeça surpreso e parou encarando-a sem reação, enquanto Celine tagarelava diante do nervosismo.
— Estou realmente surpresa, seu perfil não condiz exatamente com o que eu esperava, bom… Você é muito bonito, mas não tem nada de gordo.
— Perdão, moça, eu…
— Não tem porque se desculpar. Muito prazer, me chamo Celine. — Falou estendendo a mão.
— Eu sou o Henry, mas…
— Henry, que lindo nome. Me conta, Henry, o que você fez pra emagrecer? Você está de parabéns, eu venho tentando há anos, imagino que não tenha sido fácil… Você está bem sarado, com todo respeito, é claro… Você faz academia?
Henry soltou uma risadinha, balançando a cabeça em negação.
— São seus olhos… Preciso ir ao banheiro, está bem? — Falou se levantando e endireitando seu terno.
— Ah, sim, tudo bem. — Ela forçou um sorriso, imaginando que de fato ele não teria gostado de sua aparência. — Devo esperar você voltar?
Henry não sabia como dizer que não era o rapaz que havia marcado um encontro, mas ficou penalizado com a expressão frustrada de Celine.
— Só vou ao banheiro, volto logo.
Sem jeito, ele se afastou rumo aos banheiros e de longe voltou a olhar para Celine que estava cabisbaixa, enquanto discava um número no celular.
— Onde você está, seu imbecil? — Rosnou, ao falar com o irmão.
— Caramba, mano, foi mal, eu me esqueci! — Renato riu do outro lado da linha.
— Seu idiota, eu estou te esperando a horas, estou te esperando a tempo suficiente pra uma gorda sentar na mesa comigo e achar que eu sou o cara que marcou um encontro com ela!
— Como é? — Ele gargalhava. — E o que você fez?
— Nada, estou no banheiro.
— Como nada? Não falou pra gorda que você não é o cara?
— Ela está triste, Renato, como vou fazer isso?
— E daí? Vai virar o padroeiro das balofas agora? Fale a verdade e vá embora, mais tarde passo no seu apartamento e conversamos.
Henry desligou o telefone irritado e se recompôs antes de voltar para a mesa.
— Me perdoe, eu realmente estava apertado.
— Tudo bem, obrigada por voltar.
— Mas é claro que eu voltaria, Celine, não é?
Celine abriu um sorriso acanhado, confirmando.
— Eu só preciso te pedir perdão, pois houve um imprevisto, meu irmão me ligou e não vou poder demorar, tudo bem?
— Claro, sem problemas! Eu tomei a liberdade de pedir a nossa comida. — Contou soltando uma risadinha. — Vi no seu perfil que gosta de camarão, então pedi um camarão cremoso gratinado, acertei?
— Ah, claro, amo camarão. — Henry forçou um sorriso ao lembrar que era alérgico. — Eu só, bom, não queria ser grosseiro, mas lembra que eu emagreci? Então, é que foi tão difícil, sabe? Preciso manter o foco.
— Oh, claro, perdão…Mas se eu comer na sua frente não vou te deixar com vontade?
— De forma alguma.
— Você é muito simpático, obrigada por ficar. Aceita uma bebida?
Henry soltou uma risadinha.
— Quer parar de agradecer? Será que ao menos a bebida eu posso te oferecer, senhorita? — Falou sinalizando para o garçom.
— Ah, claro, perdão… — Celine corou, sorrindo sem jeito. — Nunca fui a um encontro, não sei bem como proceder.
— Nunca?
— Não é comum alguém se interessar por uma gorda.
Henry a olhou com pesar, sentindo certo alívio por não tê-la deixado.
— Apenas seja você mesma, sei que parece clichê, mas as pessoas têm que gostar de nós pelo que somos.
O garçom se aproximou cortando o assunto e Henry fez o pedido, surpreendendo-a.
— Eu quero o melhor vinho da casa, por favor.
— Certo, Senhor Lewis.
Assim que o funcionário se retirou, Celine olhou para o rapaz, curiosa.
— Ele te conhece?
— Venho aqui com certa frequência para reuniões de negócio.
— Oh, e com o que você trabalha?
— Sou presidente da Keyword.
Celine arregalou os olhos surpresa.
— Aquela empresa de publicidade famosa?
Henry riu.
— Digamos que sim.
— Me desculpe a inconveniência, mas você parece muito novo pra ser um CEO de uma empresa tão antiga e renomada, quantos anos você tem?
— Tenho 25, e assumi a presidência recentemente depois que meu pai resolveu se aposentar.
— Uau, isso é incrível, meus parabéns.
— É, não era bem o que eu queria, mas nunca tive opção. — Lembrou frustrado.
— Nossa, super entendo, meu pai é médico, dono de uma rede hospitalar e sempre quis que eu cursasse medicina…
— Então você é médica?
— Não, decidi cursar gastronomia.
— E o que ele disse sobre isso?
— Que não ficou impressionado por eu ter escolhido algo relacionado a comida.
Celine riu, mas Henry a olhou chocado.
— Nossa, bem direito ele.
— Normal. Já estou acostumada com piadinhas. — Ela abaixou a cabeça, forçando um sorriso. — Imagino que você esteja sempre rodeado de lindas mulheres, modelos famosas. Por que veio em um encontro comigo?
— Sabe, nesse momento eu estou com uma linda mulher, aliás, que belos olhos os seus… — Ele falou tentando anima-la e Celine corou, abrindo um sorriso acanhado. — Ás vezes é bom conhecer pessoas que não se aproximam de você por interesse ou status.
— As mulheres iam atrás de você mesmo quando era gordo? Nossa, imagino então como deve ser agora que está tão lindo e magro.
Henry riu, mas a olhou curioso.
— Por que você acha que magreza é sinônimo de beleza, Celine? Você é tão bonita!
Celina sentiu um frio na barriga como nunca antes e sorriu.
— Eu cresci sendo motivo de piada, não precisou ninguém me dizer, eu aprendi com a vida.
Henry se penalizou e segurou as mãos dela por cima da mesa, apertando delicadamente, quando o garçom se aproximou com os pedidos, fazendo-o se afastar bruscamente.
— Bom, imagino que você esteja com fome. — Ele tomou os talheres, servindo-a.
— Obrigada, e você não vai pedir nada?
— Ficarei apenas com o vinho, mas fique à vontade.
Os dois conversavam entre garfadas e taças de vinho, até que o celular de Henry tocou.
— Só um momento, é o meu irmão novamente. — Falou atendendo na sequência.
— Henry, seu retardado, onde você está? — Renato parecia nervoso.
— Sabe o encontro que te falei, então, ainda estou aqui… — Falou dando uma risadinha ao olhar para Celine. — Ela é adorável.
— Sei bem, maninho, e que bom que gostou da gorda, porque nesse momento a foto de vocês está circulando em vários sites de fofoca!
— O quê? — Henri arfou.
— Deve ter algum paparazzo por aí, vai embora sua anta!
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Atualizado até capítulo 100
Comments
Maria Alves
Ser humano sempre tira sarro do seu próximo sem dó e nem piedade 🤣🤣🤣🤣🤣
2024-04-23
2
Rosangelabarbosadearaujosilva
mais olha q fingido, chamou ela de gorda cm desprezo pra o irmão affff
2023-08-17
1
tuca
olha henry você é tão hipócrita que chamou elande gorda e quando voltou a mesa chamou pelo nome...poderia ter falado moça ou garota...menos de gorda...poderia ter falado a verdade que foi um engano mas poderiam ser amigos pelo menos.
2023-08-08
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