Capítulo 10 — Surpresa

S

hirley chegando à casa de sua irmã...

— Ô minha irmã linda! Que saudades! Sua boca... Está machucada... Isso vai passar... — Diz Shirley enquanto faz um rápido carinho.

— Estou bem melhor! Que bom ter você aqui.

Elas se abraçam...

***

Algum tempo depois... Amanda pergunta à sua irmã:

— Então a senhora Gabriela é a nutricionista que começou hoje onde você trabalha?

— Isso!

— Nossa! Quanta coincidência!

— Ela lhe desejou muitas felicidades...

— Agradeça a ela por mim...

— Sim, claro! Mas fale-me sobre seu namorado.

— Ele é maravilhoso! Ia vir na sexta-feira, mas segui o conselho do senhor Rafael e contei tudo a ele hoje... Ele já está vindo pra cá... Disse que deve chegar por volta das 22h aqui no Rio... Vai passar o dia comigo amanhã... Ele está me tratando tão bem irmã...

***

Mais cedo por telefone... Fernando, com muita raiva.

— Que miserável! Ainda bem que o Rafael lhe defendeu... Se eu pego esse velho desgraçado não sei do que sou capaz.

Amanda fica feliz com o que ouve... Mas o tranquiliza.

— Fique tranquilo, já passou... Estou bem... Só estou te contando porque não quero mais segredos com você... Quando você vir na sexta-feira, eu vou contar uma coisa chata também... Quero que nossa relação seja baseada, na verdade... Não vou lhe esconder nada.

— Quem disse que vou te ver na sexta-feira?

— Você ué... Não vem mais? — Pergunta Amanda entristecendo.

— Não... Eu vou hoje mesmo! Só não vou agora, pois tenho uma reunião que já está agendada há uma semana... Mas viajo a noite e chego aí por volta das 22h, tudo bem, assim?

— Claro! Vou te aguardar ansiosa. — Diz Amanda ficando muito feliz com a notícia.

— Amanhã nós passaremos o dia juntos... Já vou cancelar todos os meus compromissos.

— Obrigada por me animar.

— Agora eu tenho que desligar minha linda... Até a noite! Beijos.

— Beijos.

***

Voltando à conversa das duas...

— Que maravilha irmã! Daqui a pouco eu vou embora então! Não quero atrapalhar o casal.

— Pare de ser boba Shirley, você mora no prédio ao lado.

— É sério! Tenho que ir... Só de saber que você está bem, eu já fico feliz! Amanhã o dia continua... Aproveite sua folga com seu amor.

— Cristiano não deu mais notícias?

— Desde que terminamos, não... Está bom assim. Cada um para o seu lado.

— Você ainda fica triste pela perda do bebê, não é?

— Sim. Mas serviu para mostrar que quando mais precisei, ele se afastou... Ainda bem que não nos casamos... Não quero mais saber dele... Se não fosse você naquele dia, até do hospital saía sozinha...

— Esquece isso.

— Tudo bem, vamos esquecer.

De repente a campainha toca e Amanda fala a ela:

— Ué, não estou esperando ninguém agora, ainda são 20h30min.

Ela abre a porta e Fernando está à sua espera com um buquê de flores.

— Foi daqui que pediram um buquê, senhorita?

Amanda emocionando-se.

— Que lindo que você é! — Diz Amanda indo beija-lo.

Depois...

Shirley vendo todo aquele romantismo.

— Suponho que essa é a cena que eu tenho que ir embora.

Amanda sorri e os apresenta.

— Minha irmã, Shirley... Shirley, meu amor, Fernando...

Eles apertando as mãos, Fernando a observa e pergunta:

— Muito prazer! Eu... Não te conheço de algum lugar?

— Acredito que não! Você é de São Paulo, não é?

— Sim!

— Só temos uma coisa em comum. Eu também nasci lá... Mas minha mãe me trouxe com cinco anos... Então, a gente não se conhece! Tenho certeza.

— Eu nem me lembrava de que você tinha nascido lá irmã, mamãe sofreu aquele acidente de ônibus quando saiu de São Paulo... Ela dizia que perdeu o contato de todos os amigos, na verdade, era um passado que ela não queria lembrar... Mas depois te conto isso Fernando... História que não acaba mais...

Shirley concordando e rindo da situação.

— É verdade!

Fernando confirma.

— Verdade, com certeza não nos conhecemos.

Shirley sorrindo-lhe.

— Mas, independente disso, muito prazer também... Tenho que ir... Ah... E obrigada Fernando, por trazer essa alegria à minha irmã novamente.

Fernando olhando para Amanda com muito amor.

— Se depender de mim, essa alegria nunca vai embora.

Shirley fica feliz ao ouvir e despede-se dos dois.

— Tchau gente.

Eles respondem juntos.

— Tchau...

***

Depois...

Fernando fazendo um carinho na boca de Amanda.

— O que esse miserável fez com você?

— Agora que você está aqui... Está tudo bem... Esquece isso. Já me sinto protegida no seu abraço. — Diz ela abraçando-o.

Ele beijando-lhe pergunta:

— Você quer sair para jantarmos?

— Pode ser... Eu vou me arrumar então, ok?

— Tudo bem... Eu lhe aguardo.

— Vinte minutos e estarei pronta.

— Tudo bem...

Dezenove minutos depois ela voltando Fernando brinca com ela.

— Está linda! Mas ainda tinha um minuto sobrando.

— Vou usar para te beijar...

Amanda beija-o com muito amor.

Fernando sorrindo-lhe e fazendo um carinho em seu rosto.

— É melhor irmos...

Ela concordando com ele.

— É melhor...

Eles riem...

***

Na casa que Gabriela alugou... Gabriela com raiva pergunta a Rafael:

— Como você entrou aqui Rafael?

— Você nem imagina?

— Não é possível! Você não comprou essa casa não! Não pode ser!

— Não, claro que não!

— Que alívio!

— Comprei o condomínio!

— O quê?

Rafael ri com deboche... Gabriela abre a porta e diz:

— Você está louco! Sai daqui! Eu vou chamar a polícia! Vou lhe denunciar, você está me perseguindo...

— Qual a necessidade? Não vou te fazer mal.

— Você não percebe? Já está fazendo...

— Só queria te fazer uma surpresa...

— Rafael! Eu saio de casa, não te falo para onde eu fui, alugo uma casa pra mim e do nada eu chegando, abro a porta e você está no meu sofá? Você acha isso normal?

Rafael em modo pensativo.

— É não é normal...

— Até que enfim estamos concordando...

— Não, da próxima vou te esperar em sua cama...

— Rafael! Vai embora, por favor.

Com se não a estivesse ouvindo...

— Até que a casa não é ruim... O condomínio está novo! Só é pequena. Mas fique tranquila que já estava nos meus planos comprar esse condomínio desde semana passada...

— Eu moro sozinha... Não há necessidade de uma casa grande. — Diz Gabriela que continua em pé com a porta aberta. — Vá embora!

Rafael levanta e quando chega perto da porta, em vez de sair, ele a fecha e encosta Gabriela na parede... Mas não com raiva, e sim, com muito desejo...

— Você não está com saudades de mim? — Pergunta ele beijando-a em seu pescoço.

Gabriela começando a chorar.

— Estou muito magoada com você...

— Esses quatro dias sem você, dois em São Paulo e agora ontem e hoje, têm sido muito difícil...

— Nos vimos hoje, pare com isso.

— Você entendeu muito bem o que eu quis dizer.

— Rafael! Você vive para sua empresa... Você sai de casa antes das 8 da manhã e chega após as 8 da noite e seus dias têm sido difíceis? Imagina os meus... Você já se pôs no meu lugar? Eu estudei, eu dediquei anos da minha vida para tornar meu sonho de virar nutricionista uma realidade e você me boicotando para eu ficar em casa.

— Falando assim até parece que deixava você presa, acorrentada, sem poder ir e vir.

— Definitivamente! Não dá para conversar com você.

Gabriela vai até à porta de novo e faz menção de abrir... Ele não deixa.

— Por que isso Gabriela? Porque morar aqui tendo uma casa vinte vezes maior que essa?

— Do que adianta uma casa vinte vezes maior que essa se mesmo assim eu não me sentia bem? Sentia-me só... Eu preciso exercer minha profissão, ajudar as pessoas, ver gente.

— Eu só quis o seu bem... Eu nunca te deixei presa, você estudou, se especializou.

— Sim! E tudo isso sem poder exercer acreditando que eu não era boa o suficiente, quando, na verdade, você estava me sabotando em todas as propostas de trabalho.

— Não tenho culpa se todas essas empresas me deviam favores.

— Pare de ser cínico Rafael! Você não pode querer controlar minha vida como você faz em sua empresa.

— Já faltou alguma coisa pra você?

— Vai embora!

— Responde, já faltou?

— Não, nunca me faltou nada de material... Mas faltou o mais importante: você me dar o valor que eu mereço.

— Eu não sei mais o que você quer... Eu faço tudo por você... Para te ter ao meu lado... Eu te amo de uma forma que não sei explicar... Para mim, é você... É só você! O que eu preciso fazer para te ter de volta?

— Nesse momento, nada!

— Droga Gabriela! Será que é difícil entender que eu só quero você de volta?

— Aí agora é a hora em que você diz que vai fazer tudo diferente e que vai mudar... E mais o quê?

— Eu não vou mudar da noite para o dia, eu sei disso... Mas se for para ter o seu amor de volta, eu mudo sim.

Uma lágrima rola pelo rosto dela e ela pede.

— Vai embora, por favor!

— Eu vou, mas quero que saiba que continuo te amando e não vou desistir de você.

— Vai embora! — Pede ela chorando novamente.

Ele chega perto dela e secando suas lágrimas.

— Desculpe-me por te fazer chorar... Não posso ver você triste. — Diz ele dando-lhe um selinho nela com carinho. — Eu sou louco por você!

Ele a beija apaixonadamente e ela corresponde. Depois ela desprendendo-se dele, abre a porta e diz:

— Chega! Vai embora!

— Eu te amo! Estou indo... Mais uma noite sem você... Tchau!

— Tchau...

Ele vai. Ela tranca a porta, senta no chão e chorando muito, fala:

— Eu também te amo tanto... Por que você me magoou dessa forma?

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