Capítulo 4 — Brilho no olhar

À noite... Amanda, num vestido muito comportado, viaja com Rafael para São Paulo. Quando chegam ao hotel... Rafael, dirigindo-se à recepcionista.

— Boa noite, senhorita! Tenho dois quartos reservados em nome de Rafael de Albuquerque e Medeiros.

— Boa noite, senhor! Só um minuto que irei verificar.

— Claro.

***

A recepcionista volta e o informa.

— Senhor, prontinho... Aqui estão as chaves... Quartos 25 e 26.

— Ok. Eu preciso que sejam entregues duas jantas para esses quartos, ok? Vamos solicitar daqui a pouco.

— Sim, senhor! Como o senhor quiser!

— Obrigado!

Rafael dirigindo-se para Amanda.

— Tome Amanda, a chave de seu quarto. Daqui a pouco pedimos a janta e você vai descansar porque teremos dois dias bem complicados.

— Sim, senhor Rafael. Obrigada! — Ela pensa. “Quero ver você me resistir aqui”

***

No outro dia... Pela manhã... Rafael vai ao quarto de Amanda e toca a campainha.

Amanda, prontamente respondendo.

— Só um minuto...

Ela abre a porta ainda de camisola propositalmente... E finge levar um susto.

— Senhor Rafael, desculpe-me. Perdi a hora.

Ele a olha de cima a baixo e estando meio desconsertado.

— Fique tranquila! Eu só vim perguntar se a senhorita vai descer para tomar seu café? — Diz Rafael desviando seu olhar enquanto fala.

— Sim. O mais rápido possível... Se puder me aguardar, em 10 minutinhos, estarei pronta.

— Eu vou aguardar... No meu quarto. — Ele diz apontando para o quarto em que está hospedado.

— Claro!

— Com licença.

Ele sai, ela sorri e quando fecha a porta.

— Sabia que você ia ficar assim.

***

Rafael liga para Gabriela.

— Bom dia minha vida!

— Bom dia meu amor! Já estou com saudades Rafael.

— Eu também, muita... Você não sabe o quanto... Estou te ligando, pois, provavelmente só vou ter tempo agora, no fim do dia... Não fique preocupada Gabriela.

— Tudo bem... Vou visitar minha mãe no salão, então!

— Vá. Fique mais gata do que já é... Para mim, é claro... Chame a Marcela pra você não ir sozinha.

— Excelente ideia! Vou chamar mesmo.

A campainha do quarto de Rafael toca.

— Tenho que desligar amor... Eu amo você!

— Também te amo Rafael.

***

Ele vai atender e recebe Amanda que está com um vestido bastante decotado.

— Estou pronta para nosso dia, senhor Rafael! — Diz ela sorrindo-lhe.

— Ok. Vamos descer! — Responde Rafael olhando-a seriamente.

— Vamos.

Ela vai à frente dele propositalmente... Ele respira fundo e desvia seu olhar.

***

No café...

Amanda tocando nas mãos de Rafael.

— Posso lhe fazer uma pergunta?

— Sim, Amanda.

— Se o senhor não fosse casado eu teria alguma oportunidade?

— Não sei. Você é muito nova. — Responde Rafael afastando sua mão de Amanda.

— Não sou! Eu tenho 22 anos... Já tenho bastante experiência, posso lhe provar.

Ela o beija de repente e ele a afasta imediatamente.

— Que isso garota! Respeite-me! Sou seu chefe! Eu sou casado e amo minha esposa.

— Ela não precisa saber. Estamos aqui, em outro estado... Só nós dois vamos saber.

— Amanda... Não quero perder a paciência com você... Fique longe de mim!

— Então você gostou... Se quiser eu posso ser sua agora.

— Chega! Paciência tem limite e a minha está acabando.

— Desculpe-me, mas eu acho que me apaixonei pelo senhor... O senhor me trata tão bem.

— Oi? Não, você está confundindo... Eu trato a todos igualmente, na empresa.

— É verdade! Não paro de pensar, de sonhar contigo.

— Pois é melhor você parar agora, se não vou ter que lhe demitir.

— O que ela tem que eu não tenho?

Rafael lembrando-se de Gabriela, um brilho no olhar dele surge e ele responde:

— Minha Gabriela! Ela é a mulher da minha vida! Nosso encontro não foi por acaso... Ela é linda, companheira, uma pessoa muito melhor do que eu. Eu me inspiro nela todos os dias... Erro muito com ela... Mas ela é luz em minha vida... Por isso eu cumpro com o juramento que fiz no altar... Ser fiel a ela sempre.

Amanda chora e desculpa-se com Rafael.

— Eu nunca vi nenhum homem falar assim de sua esposa... Desculpe-me pelo o que eu fiz. Que cabeça a minha, que idiota que eu fui. Acabo de perceber que o amor de vocês é verdadeiro.

— Sim. Eu a amo muito. — Diz Rafael pegando na mão de Amanda. — Fique tranquila, você também vai conseguir um homem que te ame assim.

Ela rindo com incredulidade.

— É, pode ser... Eu vou ao quarto trocar de roupa, já que a sedução não funcionou.

— Se eu fosse solteiro funcionaria, fique tranquila quanto a isso... É que meu coração e minha mente estão sempre nela.

— Entendo e acho lindo isso... Tenha certeza que essa situação jamais vai se repetir.

— Fique tranquila! Não aconteceu nada aqui... Vai lá que eu te espero.

— Eu já volto.

— Ok!

Quando ela vai... Ele fala para si mesmo.

— É cara... Essa foi difícil resistir, mas você conseguiu. Parabéns!

Ele ri sozinho...

***

Na casa de Gabriela... Ela fala com Marcela ao telefone:

— Cunhada, vamos ao salão que minha mãe está hoje?

— Com toda certeza, agora! Ela está no da zona sul?

— Isso! Podemos nos encontrar lá então, pode ser?

— Com certeza cunhada!

— E minha sogra? Quer ir?

— Vou perguntar a ela.

— Ok. Daqui à uma hora estarei lá...

— Ok. Beijos.

— Beijos, Marcela.

***

Uma hora depois... Gabriela chegando ao salão.

— Tem vaga nesse salão para mim hoje?

Sílvia, sua mãe, vai a seu encontro para abraça-la.

— Minha filha! Dê-me um abraço. — Elas se abraçam e sua mãe fala a ela: — Que saudades! Acredito que já tem quase um mês que não nos vemos.

— Também mãe... Isso mesmo. A senhora viajou e depois nos desencontramos em nossos horários... Acredito que a Marcela e a Luciana também vem tudo bem?

— Sem problemas! Aqui sempre terá espaço para vocês... Se não fosse seu marido jamais teria essa rede de salões tão grande.

Gabriela sorri e lembra quando isso aconteceu.

***

Há seis anos...

Rafael querendo presentear sua sogra.

— Sra. Sílvia, eu amo a sua filha e quero vê-la feliz. Ela vendo que senhora está feliz vai sorrir cada dia mais... Então resolvi presentear a senhora com uma rede de salões.

— Meu genro... Que isso!

— Eu não estou acreditando amor. — Diz Gabriela emocionada e indo a sua direção para abraça-lo.

Rafael dirigindo-se para Sílvia.

— É sério... Nós já estamos juntos há quatro anos... E a cada dia amo mais sua filha. Por isso quero lhe dar esse presente de aniversário.

— Obrigada meu genro! Nem sei como lhe agradecer.

— Trabalhando e fazendo esse negócio crescer ainda mais.

— Com toda certeza!

Gabriela beijando Rafael.

— Obrigada, amor... Te amo tanto!

Sílvia pergunta aos dois:

— E vocês, já tem data para o casamento?

— Rafael quer que nós viajemos antes... Acabamos de concluir a faculdade... Vamos morar um tempo fora mãe... Vamos fazer algumas especializações... Cada um em sua área... Provavelmente uns dois anos e voltamos para nos casarmos, não é, meu amor?

Ele abraçando e beijando Gabriela.

— Por mim, eu casava agora sogra... Mas sua filha está certa! Vamos viajar e estudar bastante... Eu aproveito que meu pai ainda cuida da empresa... E depois, nós voltamos e nos casamos.

— Acredito que vocês não se desgrudam nunca mais.

— De jeito nenhum! — Diz Rafael apertando-a em seu abraço.

Gabriela confirmando e sentindo-se segura.

— Não mesmo... Esse aqui é só meu! — Diz Gabriela beijando-lhe com muito amor.

Eles riem...

***

Atualmente... Voltando à conversa de Gabriela com sua mãe.

— Mas agora o mérito também é seu em ter 15 lojas... Se não fosse o seu esforço, já teria quebrado mãe.

— É verdade! Olhe... Elas chegaram. — Diz Sílvia ao ver Luciana e Marcela chegando.

Luciana acenando para as duas.

— Oi Sílvia... Resolvi mudar a cor do cabelo hoje.

— Seja bem-vinda Luciana! Vou deixar você nas mãos do meu melhor profissional. — Sílvia fala sorrindo-lhe e abraçando Luciana. Depois se dirigindo à Marcela. — Marcela, como você está linda!

— São seus olhos, tia...

Elas se abraçam e se cumprimentam. Marcela ao não ver seu irmão.

— Cunhada... Rafael não veio com você?

— Ele está em São Paulo!

— Ah, sim!

Gabriela rindo e apontando para um sofá.

— Se não, estaria ali, sentado, lendo, me esperando. — Diz Gabriela sorrindo-lhe. Logo após fala com sua sogra. — Que bom lhe ver aqui também Luciana...

Ela abraçando-a.

— Estou muito feliz de vê-la bem... Animada, ultimamente... Com esse brilho em seus olhos...

— A vida tem que ser assim minha nora linda... Tudo continua. — Diz Luciana que perdeu seu marido, pai de Rafael e Marcela há cinco anos.

Luciana lembrando-se do episódio.

***

No hospital...

— Não é possível Humberto! Ele era saudável... Como assim sofreu um infarto? — Pergunta Luciana chorando.

— Luciana... Os exames dele estavam alterados... Eu disse para ele se cuidar... Mas ele não me ouviu...

— Ele não me disse nada, com certeza para não me preocupar... Ele só tinha 53 anos...

***

Quando Rafael descobriu... Estava na França com Gabriela...

Marcela chorando ao telefone.

— Isso irmão! Infelizmente foi assim...

— Vamos voltar o mais possível Marcela.

— Ok.

***

Atualmente... Gabriela propõe a todas:

— Vamos parar com essa tristeza e fazer nossos cabelos, unhas, tudo o que temos direito... Mãe corte meu cabelo um pouco... Só confio na senhora para fazer isso.

Marcela também fala a elas.

— Ah! Eu também quero tia.

Luciana, por sua vez.

— Eu também!

Sílvia, sorrindo e direcionando-se para as três.

— Tem Sílvia para todo mundo, acalmem-se...

Todas riem...

***

Gabriela se lembra de quando seu sogro faleceu, quando Rafael recebeu a notícia...

***

Na França...

— Meu pai faleceu... Precisamos voltar o mais rápido possível...

— Claro meu amor... Vamos!

***

Alguns dias depois que tudo aconteceu... Já no Brasil... Rafael estando com Gabriela.

— Agora não sei mais que rumo tomar nesse momento.

— Acalme-se. Vai dar tudo certo!

— Você quer voltar para a França?

— Rafael... Já concluímos uma especialização, cada um, lá... Agora é melhor ficarmos aqui. Nós estudamos por aqui mesmo.

— É, acredito que vou precisar assumir a empresa de vez... Não esporadicamente como antes... O Júlio cuida bem, mas eu vou precisar ficar também.

— Então.

— E nosso casamento daqui a um ano, ainda está de pé, não é?

— Com certeza, meu amor! Você é o amor da minha vida... Agora estando aqui posso trabalhar também.

— Não amor... Você não pode ser mais uma profissional... Tem que ser a profissional! Estude ainda mais... Para ser melhor a cada dia...

— Você sempre me incentivando a estudar, Rafael... Te amo!

— Também... — Ele pensa. “Eu só não quero que você trabalhe. Enquanto eu puder prolongar isso... Eu vou fazer”.

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