Emília está dormindo a um pouco mais que 3 horas quando escuto som de passos um pouco cambaleantes no corredor da sala onde estávamos.
Um rapaz praticamente da minha idade negro e claramente bêbado se aproxima da cama onde Emília dorme me encarando de um jeito feroz, mas também um leve acovardamento como um cachorro de rua protegendo um osso.
De cara já não gosto dele, pois tinha um ar de malandro.
– opa, boa noite. E aí como ela tá? Já tá podendo ir pra casa? – Pergunta de forma desinteressada, como se estivesse averiguando meu comportamento perante ele.
Apesar de estar vestido com a farda da ambulância ainda ele parecia ter dúvidas da minha relação com a paciente.
– tá sim, ela já estava pronta a 1hr atrás. Prazer eu sou o médico que atendeu o chamado me chamo Gustavo . – Falo de forma ameaçadora fitando o nos olhos.
– prazer, Matheus beleza então, vou acordar ela pra a gente ir. – Responde no mesmo tom.
– deixa que eu acordo ela. Ainda preciso pegar a receita com o médico de plantão.
– vou esperar lá fora. Aqui tá frio.
Matheus parecia um gambá de tão bêbado, o cheiro de vodka invadiu minhas narinas desde que entrou na sala.
O observo se retirando e saio em minha caminhada atrás do médico emergencista que ficou responsável pelo atendimento da Emília.
O hospital Geral do Estado é um dos melhores hospitais da região, mas não temos maternidade agregada aqui e a Emília só permaneceu aqui pois seu estado não poderia causar um aborto espontânea.
Caminho por corredores a procura do doutor Adriano, um senhor de meia idade cheio de opinião da vida dos outros.
– oi, boa noite. A paciente que estava esperando o acompanhante já chegou, pedi pra vir aqui pegar a receita dela.
– claro, boa noite. Eu já tinha escrito, estava só esperando ela vir pegar. Se poder falar a ela que ela precisa procurar um obstetra o quanto para começar a acompanhar a gestação.
Responde o doutor Adriano sentado na cadeira em frente à mesa cheia de papéis enquanto bebia um café fumegante.
– claro! Você pode me emprestar a caneta um pouco? – peço de forma descontraída para disfarçar o meu nervoso.
Adriano me estende uma de suas canetas Bic mordida até o meio.
Pego e anoto meu número pessoal atrás da receita junto com um recado:
“ Se precisar de alguma coisa me liga, você não está sozinha. “
Não sei qual a minha simpatia por aquela moça que me parecia frágil e com o coração partido, mas ainda assim tão forte.
– ela me parece muito fragilizada, aquele machucado eu não acho que é de queda não, mas se ela não quer ajudar não podemos fazer nada. – diz Adriano logo após dá uma golada em seu café.
- Você tem razão. – falo afim de não render mais assunto ao senhor fofoqueiro e mandão.
Volto ao quarto de Emília que está acordada sentada na beira da cama balançando a pernas com jeito de quem ir logo embora.
– e então, já estou liberada????
– está sim, só que com uma observação, você precisa marcar o pré-natal logo. Coloquei meu número aqui no verso, se você precisar de alguma ajudar... qualquer coisa é só me ligar.
– mas por que está fazendo isso por mim? Você nem me conhece...
– eu gostei de você.. quer dizer, eu gosto de ajudar as pessoas não vejo nada de errado nisso. Tô falando sério, qualquer coisa me ligar.
Matheus entra no quarto com uma cerveja na mão e uma cara de sono, ele parece viver em outro universo pois nunca vi ninguém vendendo cerveja aqui perto do hospital.
– vamo embora logo, Miguel vem buscar a gente de carro... os ônibus já pararam rodar e eu não quero dormir aqui não. Bora logo levanta, quando a gente chegar em casa quero falar com você.
– até mais Emília, se cuida. Tchau Matheus cuidem desse bebezinho de vocês.
Matheus olha com desgosto para Emília e vai saindo então ela se ajeita para acompanhar ele.
– amor espera! Desculpa doutor Gustavo ele não é assim sempre, só ficou nervoso com tudo isso. Obrigada adeus. - diz Emília parecendo nervosa.
E sai correndo, o que não deveria fazer depois de passar tantas horas em observação.
Com pressa eles se vão e eu fico sozinho com meus pensamentos.
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Maria Ines Santos Ferreira
Ah eu já sou sincero não tô gostando não tudo ruim na vida dessa menina e ela tá crescendo mas não tá sabe é uma menina que não estuda não vai trabalhar fica chamando malandro deste amor o tempo inteiro para mim por enquanto não tô gostando mas vou limão um pouco
2024-04-16
1
Maria Joaquim Costa
está muito legal mesmo quero mais mais
2022-07-01
2
Julliany Soares
Aí Matheus, sinto muito tá, mas você não vai ficar com a Emília, autora por favor, ele é o pai, tudo bem, mas teria que ser como o conto de fadas, onde o sapo vira príncipe, mesmo assim ainda não quero Matheus com a Emília, ai minha cabeça, ele é o pai, mas ela não merecer apanhar de jeito nenhum.
2022-05-16
3