Capítulo 4

— E aí bro! Como foi a noitada?! — Gustavo disse com um sorriso malicioso.

— Fora do choro e o vomito não aconteceu nada de mais. Cara eu nunca vi, na vida, uma mulher que chora e vomita igual a essa mulher.

— É sério isso? Ou não quer me contar? Eu entendo bro, se não quiser falar.

— Contar o que?! Quer que eu te conte a cor e o cheiro do vómito dela?! Cara, foi horrível! — Enzo disse bravo, passou as mãos na cabeça e no rosto para tentar se acalmar e prosseguiu:

— Por algum motivo ela bebeu demais, acho que seu corpo não aguentou por falta de costume ou sei lá o que, e vomitou com direito a sujar tudo, então a trouxe pra cá, rolou alguns beijinhos, mas de repente ela começou a chorar histericamente pedindo desculpas por não conseguir deixar rolar, e tinha pensado que já superou aquela noite, mas não conseguiu, ficou chorando e pedindo desculpas e vomitou mais uma vez.

— Que estranho! Superado o quê? O que aconteceu com essa mulher?! — Gustavo exclamou surpreso.

— Isso que eu não consegui descobrir. Ah! Ela é viúva, o seu marido faleceu ano passado, ouviu? Marido, homem, ela foi casada com um homem. — Enzo disse em voz alta.

— Ok! Ok! Já entendi.

— Quero que descubra tudo sobre essa mulher, o mais rápido possível. Agora preciso voltar a mesa ou sabe o que o patriarca da família Espinoza capaz de fazer comigo. — Enzo foi em direção da porta, estava prestes à sair quando lembrou da mentira que contou para Aurora, ele virou-se novamente e disse:

— Ah! Quase esqueci, meu avô está com câncer terminal e ele só tem 6 meses de vida.

— Seu safado! Então assim que conseguiu convencê-la. — Gustavo disse gargalhando. Pegou seu celular na intenção de ligar para um amigo informante que trabalha na polícia.

Aurora passou uma tarde agradável com vovô Lorenzo, eles conversaram bastante sobre o trabalho, os seus novos projetos e a viagem para Paris, que será na próxima semana, para assinar o contrato com a empresa de moda.

Enzo observando ela com atenção, ocasionalmente lançava alguns olhares intimidadores e se perguntava o que ela está escondendo, por que ela se parece normal ao conversar com o seu avô, mas quando ele tenta se aproximar, ela fica desesperada

Ele estava determinado a descobrir o segredo da Aurora, só para esfregar na cara do seu avô o quanto ele estava enganado em respeito a essa mulher e, que ela não passa a ser uma mulherzinha qualquer.

Ao sair do hotel, Lorenzo ofereceu uma carona a Aurora.

— Não precisa vovô, eu levo ela. — Enzo resmungou.

— Ah! Vovô! É muita gentileza sua! Posso pegar um taxi.

Quando o velho insistiu, Aurora pensou que seria uma ótima oportunidade para se livrar da perseguição do Enzo.

— Enzo! Vou com vovô, você deve estar muito ocupado e não quero atrapalhar.Tchau! — ele a puxou pelo braço e estalou um beijo na sua bochecha, instantaneamente ela ficou corada e lhe empurrou envergonhada, aliás ela estava irritada.

— Nunca mais repete isso. — sussurrou trincando os dentes e forçando um sorriso, ela foi em direção do carro do Sr. Lorenzo e entrou.

Ao chegar no prédio onde mora, Aurora agradeceu Lorenzo e despediu-se dele, subiu para seu apartamento que fica na cobertura, foi direto ao banheiro, tirou a roupa e tomou um banho demorado na banheira para relaxar e esvaziar a sua mente.

Ela não se sente confortável com esse papel de namorada, sentada na banheira, apoiou sua cabeça na beira da banheira e com seus olhos fechados, ela pensou nas alternativas que tem para romper esse namoro.

Ao relembrar do rosto sorridente daquele Senhor doente e a sua felicidade por conhece-la, ela não conseguiu encontrar nenhuma solução. Todas as alternativas vão lhe trazer tristeza e sofrimento.

— Vamos esperar Aurora, homens não aguentam ficar sem sexo, com certeza ele vai buscar alguém e com essa traição, com certeza o vovô Lorenzo vai me apoiar com a separação. — ela pensou com um sorriso vitorioso.

Terminou seu banho sem conseguir relaxar, vestiu-se uma roupa confortável, short pink com um top branco e foi se deitar na sua cama.

Apesar de aparecer uma mulher forte e empresária de sucesso, Aurora continua sendo a mesma menina de 15 anos, que todos os seus sonhos foram embora em apenas uma noite, a noite do seu aniversário.

Mesmo com todo o apoio do Alfredo seu marido e, com o acompanhamento médico que ela faz até hoje, não conseguiu superar os sentimentos de dor, vergonha, culpa e o medo.

Principalmente o medo que aquilo se repete, ao ver um homem se aproximar Aurora começa a tremer de desespero, a sua respiração se altera e o seu coração acelera as batidas, por isso ela nunca conseguiu fazer amizades ou sair com amigos.

E pela mesma razão ela não aceita aparecer nas redes sociais ou dar entrevistas, sempre tem alguém representando ela nas ocasiões sociais.

Aurora acordou com seu celular tocando, era o chato do Enzo avisando que seu avô os convidou para o jantar, na sua mansão.

Aurora respirou fundo e pediu o endereço do lugar, porém Enzo passou-lhe as ordens do Senhor Espinoza para levá-la e trazê-la de volta.

Depois de um tempo deitada na cama, olhando pro teto sem saber o que fazer, Aurora levantou-se para se arrumar.

Ela escolheu uma calça cor vinho com um cinto de laço da mesma cor, uma blusa de mangas cumpridas cor de bege, um salto cor bege também, bolsa preta redonda com alça de metal dourado, maquiagem leve e o cabelo ondulado solto.

Assim que terminou, seu celular tocou uma mensagem do Enzo, avisando que ele chegou.

Ao vê-la se aproximando Enzo saiu do carro, ele usava calça preta rasgada nos joelhos, uma camiseta preta que mostra seus músculos bem definidos e ténis branco, parecia um Deus grego.

Enzo abriu a porta pra ela, e com um sorriso malicioso ele disse:

— Está linda amor! — ele se aproximou para provoca-la.

Aurora parou na frente dele, olhou com cara de poucos amigos.

— Pare de me chamar Amor ou...

— Ou o quê?! — ele disse com a sua voz suave e rouca, encostando o seu corpo no dela e segurando o seu queixo, deixando Aurora paralisada.

— Calma aí princesa é só uma brincadeira, não precisa se apavorar assim. Vamos! — ele prosseguiu com um sorriso provocante.

Passaram um tempo do caminho em silêncio. Aurora estava com coração saindo pela boca, para se distrair ficou observando a paisagem lá fora pela janela do carro.

— Está com medo?! — Enzo perguntou-lhe com um sorriso no canto da boca.

Aurora acordou dos seus pensamentos com a voz dele, limpou a garganta fingindo que estava tudo bem e respondeu com indiferença:

— Medo de que?! De você?! Me poupe.

Mas a verdade é que ela estava morrendo de medo, o caminho para a mansão do Lorenzo é um pouquinho afastado da cidade, uma rua deserta com pouca luminosidade e, Aurora só imaginava ele parar o carro para atacá-la.

— Não sei, talvez de você se entregar pra mim?! Olha o clima é bem convidativo para um namoro no carro.— disse ele e mordeu o seu lábio inferior.

— Não viaja! Pensando no trabalho e nada mais. — Aurora respondeu com desdém sem sequer olhar pra ele, ela continuou com a mesma posição observando lá fora em seguida, começou a mexer no celular.

Do nada Enzo parou o carro e disse irritado:

— Por que não me olha nos olhos quando fala comigo?!

Ainda mexendo no celular ela respondeu:

— Porque não suporto ficar perto de você.

Enzo ficou muito bravo, avançou pra cima dela e a segurando pelo queixo

— Olha pra mim quando fala mulher, isso se chama falta de educação.

— Saia de cima de mim, mimado. — Aurora tentou empurra-lo, seu corpo começou a tremer e sua respiração ficou ofegante.

— Olha nos meus olhos. — ele apertou mais o queixo dela

Quando os seus olhos se encontraram, Enzo ficou espantado ao ver o semblante pálido e apavorado da Aurora e seus olhos cheios de lágrimas, ele afastou-se sem dizer nada.

Continuou o resto do caminho em silêncio, mas a sua cabeça estava rodando com muitos motivos do que a Aurora sofreu.

Por sua vez Aurora tentou se recompor e voltar ao seu estado normal, foi difícil com Enzo por perto, mas finalmente ela conseguiu.

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Comments

Cristina Santos

Cristina Santos

Autora uma dúvida. Quantos anos Aurora tinha quando se casou? Se já se passaram 10 anos ?
Agora ela está com 25 é isso ?

2023-09-20

0

Imaculada Abreu

Imaculada Abreu

Estou achando este muito nojento.

2023-06-09

1

Momo Ende

Momo Ende

Cara nojento esse “protagonista “
Mesmo que sejam só “beijinhos “, ela estava bebada, seria considerado estupro (já que ela estava sem condições de falar não), ou pelo menos ato libidinoso

2023-05-02

0

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