Capítulo 3

Aurora acordou no dia seguinte tendo o mesmo pesadelo, a voz horripilante do homem que a violentou a 10 anos atrás, segurando seus braços pra cima da sua cabeça e susurrando no seu ouvido:

— Vou te penetrar de um jeito que te deixará presa a mim, você nunca será de outro homem, para sempre será minha.

Com os seus olhos ainda fechados ela choramingava e parecia estar se sufocando. Sentado na poltrona do lado da janela, Enzo ficou preocupado com ela, então se aproximou da cama e tentou acorda-la.

Aurora abriu seus olhos e começou gritar e se debater:

— Fica longe de mim! Não me toque! Fica longe de mim!

Enzo a abraçou forte para tentar acalmá-la

— Calma! Respira fundo! Estava sonhando. Ninguém pode lhe machucar aqui. É só um sonho.

Após se acalmar, Aurora percebeu estar completamente nua com o lençol cobrindo pouca parte do seu corpo, nos braços de um homem estranho usando apenas um roupão de banho, então o afastou e tentou se cobrir.

— Quem é você?! — ela perguntou constrangida.

Ainda sentado na cama de frente pra ela e com um sorriso malicioso Enzo respondeu:

— Não se lembra de mim coisa linda?!

— N... nós não?! — ela gaguejou.

— É sério isso?! Não se lembra de nada! A noite foi incrível e muito selvagem.— disse mordendo seu lábio inferior. — Me pediu para ajudar-te a esquecer ele como um presente do seu aniversário..... Mencionou o seu marido Alfredo também?! Onde ele está? Vocês são divorciados?

Envergonhada e constrangida Aurora se encolheu na cama abraçando seus joelhos, apoiou sua cabeça nos mesmos e respondeu sem olhar para ele:

— Ele faleceu ano passado.

— Sinto muito!

— Obrigada! Será que pode sair, preciso me trocar.

— Então não está interessada em saber a parte mais legal da história! — Enzo disse ironicamente.

Aurora arregalou seus olhos, não é possível que um pouco de bebida ter feito aquilo com ela, o que mais teria acontecido entre eles?! Ela olhou com muito receio da sua resposta.

— Somos namorados.

Aurora já estava de ressaca com dor de cabeça e um pouquinho desnorteada, mas ouvir a palavra namorados, foi como se fosse um balde de água fria que caiu na sua cabeça.

— N namorados! — gaguejou outra vez.

— Como eu preciso casar urgentemente e a senhora tem a fama de solteirona, combinamos fingir ser namorados por seis meses. — Enzo prosseguiu.

Aurora começou a chorar de desespero e raiva de si mesma, porque não estava pronta para ter uma presença masculina em sua vida, muito menos um namorando.

Como isso aconteceu? Ela realmente não se lembra, não consegue lembrar de nada da noite passada, a última coisa que ela se lembra é a desagradável mensagem de parabéns que recebeu no seu celular.

Depois tudo fica em branco, até o nome do homem que está na sua frente ela não consegue se lembrar.

Será que ela fez aquilo por puro desespero, por não saber o que fazer ou como enfrentar aquele homem que não para de perturba-la até nos seus sonhos.

Porém, Aurora sabe que ele pode matar qualquer homem que se aproximasse dela, ele só não matou seu marido Alfredo, por saber que a relação entre os dois era de pai e filha.

Quando Aurora fugiu de casa, ela tinha apenas 15 anos, foi no dia seguinte do seu aniversário, não tinha ninguém que pudesse ajudá-la, então recorreu ao amigo do seu pai, dr. Alfredo que a acolheu e cuidou dela durante todos esses anos.

Enzo sentiu-se remorso, ela não parecia estar fingindo e isso era visível nas suas reações, o que será por atrás dessa mulher? Uma pergunta que não se calava na cabeça dele, então ele tentou acalmá-la:

— Não aconteceu nada boba.

A voz rouca do Enzo fez que a Aurora voltar a realidade, olhou pra ele sem entender nada

— Não percebeu, que tipo de casamento teve para não perceber que não toquei em você.

Aurora ficou confusa, levantou sua cabeça e disse:

— Mas estou..

Enzo imediatamente a interrompeu:

— Você vomitou na gente ontem, e como a senhorita estava completamente apagada tive que dar um banho em você, logo as nossas roupas chegam, mandei-as para lavar.

— Então aquele negócio de somos namorados também é uma mentira não é?! — Aurora disse aliviada.

— Não, nós combinamos mesmo.

— Então você precisa arranjar outra namorada porque eu tô fora. — ela disse agradecendo Deus por poder se livrar desse pesadelo.

— Sinto-lhe dizer que não dá, ontem o meu avô invadiu o quarto e pegou-nos na cama e, como ele é um fanático seu, eu não quis arruinar a sua imagem, então contei pra ele que estamos namorando. E só pra constar, ele está nos esperando no restaurante do hotel.— disse Enzo enquanto foi receber a camareira que trouxe as roupas deles, ele a agradeceu com uma boa gorjeta, voltou para o quarto e colocou as roupas na cama.

— Olha! Eu sei que nós combinamos, mas eu sinto muito não posso fingir, não sei como fingir, por isso vamos dizer que nós brigamos e separamos. Eu nem sei o seu nome como vou fingir que estou apaixonada por você?!— Aurora disse desesperada.

— Lorenzo Espinoza é o mesmo nome do meu avô, mas todos me chamam de Enzo. Por favor você Aurora, meu avô está muito doente, ele foi diagnosticado com um câncer avançado, os médicos deram a ele no máximo 6 meses de vida. Ele gosta muito de você, do seu sucesso e da sua determinação, o sonho dele era seu único neto casasse com você. Juro que não vou tocar em você, sem beijos e sem dormir no mesmo quarto até não precisar dividir a mesma casa, mas por favor Aurora, não acabe com a felicidade dele. — arrasado e triste Enzo implorou pra ela.

— Sinto muito pelo seu avô, sei o quanto isso é doloroso. — Ela respirou fundo e disse: — Está bem, só pelo seu avô, porque eu já passei por isso.

Como Aurora tinha perdido o seu protetor e defensor marido pelo câncer, ela não podia recusar o pedido do Enzo, mal sabia ela que o Enzo acabou de inventar essa história triste e o Avô Lorenzo tem uma saúde de cavalo.

— Agradeço do fundo do coração. — Enzo respondeu aliviado.

Aurora enrolou o lençol em volta do seu corpo, foi ao banheiro com as suas roupas, trancou a porta com a chave, tomou um banho, se arrumou e saiu, em seguida, Enzo fez a mesma coisa.

Após prontos, saíram do quarto rumo ao restaurante para se encontrarem com o senhor Lorenzo Espinoza.

Enquanto caminhavam no corredor Enzo segurou a mão da Aurora que rapidamente puxou a mesma de volta.

— Ficou maluco?! — disse irritada cerrando seus dentes.

— Somos namorados é o mínimo que devemos fazer para que os outros acreditam. — ele sussurrou no seu ouvido.

Na entrada do restaurante Enzo viu seu avô sentado a mesa conversando com Gustavo, um sorriso de orelha a orelha enfeitou o rosto envelhecido do patriarca Espinoza.

— É aquele senhor sentado lá. Aurora por favor, não lhe deixe perceber que você sabe da doença dele. Posso segurar a sua mão?!

— Tudo bem.

Aurora sentiu frio na espinha com o toque do Enzo na sua mão, o caminho da porta até a mesa pareceu uma eternidade, finalmente eles chegaram e ela podia soltar a mão dele.

Ao vê-los se aproximando, Lorenzo orgulhosamente ficou de pé para recebê-los, e com um sorriso largo abraçou Aurora.

— Sr. Lorenzo, é um enorme prazer conhecê-lo. — tímida, ela disse.

— Vovô Lorenzo! Me chame vovô, por favor. Você é a namorada do meu neto e já faz parte da nossa família e eu particularmente já lhe considero como a minha neta.

Aurora agradeceu a gentileza, Enzo ciumento exclamou e todos riram.

Ele terminou seu café e piscou para Gustavo, os dois foram para o escritório do Gustavo, que estava ansioso para saber da noite passada do seu amigo.

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Comments

VÓ CICI

VÓ CICI

Quem é o estuprador? Será o pai dela?

2023-07-27

0

Thaís

Thaís

que FDP.

2023-05-01

1

Valda Martins

Valda Martins

Bom Estou gostando

2023-04-23

0

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