Capítulo 5

Henry adentrou no grande forte que erguia-se diante dele, um gigantesco palácio nos arredores da cidade, um lugar inacessível, as pesadas portas rangiam enquanto abriam-se muito lentamente, tudo estava muito tranquilo exceto ele. Queria finalizar a questão o mais rápido possível e ter um pouco de paz.

Foi recebido amavelmente por um assistente, que o guiou até o tribunal onde cada um dos sábios ocupava um imponente trono, um ao lado do outro, formando um semicírculo.

Os sábios receberam Henry com um sorriso, o alfa dos alfas, o mais poderoso, que pertencia a família que havia detido a extinção da raça há algumas centenas de anos e que seguia lutando contra as conspirações e guerras dos clãs externos às matilhas.

Os vampiros e elfos negros seguiam tentando extinguir os lobos, com todo tipo de engenhocas e artimanhas.

Eles haviam feito uma aliança que prometia ser catastrófica para os lobos, até que não houvesse mais descendência. Já começava a ser, as lobas não eram mais tão férteis, as matilhas tinham uma baixa taxa de natalidade. Se continuasse assim, em vinte anos não haveria mais filhotes para treinar. Isso preocupava a todos.

Que tipo de feitiço era tão poderoso?

Criou-se um conselho de curandeiros de todas as matilhas, mas ainda não conseguiram nada. Não podiam reverter essa magia prejudicial de suas fêmeas.

Sábio 1 - Grande alfa, é um prazer receber-te. Já faz tempo que não nos visitas.

Henry – Desculpe, mas as questões com a matilha e meus negócios me ocupam quase todo o tempo.

Sábio 2 – Caro Henry, você precisa aprender a delegar, se não se preparará para o que a deusa Lua projeta em seu futuro.

Henry – Obrigado pelo conselho, levarei em consideração.

Sábio 3 – Grande alfa, por que está aqui? Ou é apenas uma visita de cortesia?

Henry – Não, minha visita não é uma cortesia. Tenho experimentado recentemente uma sensação estranha, como se algo ruim fosse acontecer. Há alguns dias tenho estado ansioso e tenho tido sonhos estranhos, muito estranhos. Meu lobo parece querer emergir e tomar o controle porque ele está passando por algo.

Os sábios olham uns para os outros.

Sábio 1 – Não é uma sensação normal, seu lobo querer tomar o controle e não obedecer seu portador não é bom, talvez seu sonho seja uma premonição de que algo vá acontecer, talvez não seja algo ruim, apenas uma grande mudança. Estes últimos dias tem sido iguais para nós, sonhos estranhos. Todos nós sonhamos com uma loba branca de olhos violetas e um grande lobo negro como você.

Henry – O quê? Pode ser uma coincidência eu ter sonhado o mesmo? Uma loba branca de olhos violetas.

Sábio 3 – Preferimos pensar que pode ser algo bom ou que, se algo ruim acontecer, a deusa Lua não nos deixará sozinhos. Lembre-se que ainda rege a promessa de que surgirá a Grande Lua, a Lua de todas as Luas, que nos trará proteção e paz, a que unificará as matilhas.

Henry ouviu essa lenda quando era um garoto. Eu não acredito que seja verdade.

Um sábio desce de sua grande poltrona e abre uma biblioteca que tem várias fechaduras, pega um antigo livro, folheia suas páginas cor de sépia, deterioradas pelo tempo e lê:

"EM TEMPOS DE DESESPERO ONDE AS MÃES CHORAM POR FILHOS NÃO NASCIDOS, ONDE OS VENTRES SECASTE A SEMENTE DE SEUS COMPANHEIROS, O INIMIGO ACREDITARÁ TER NOS DERROTADO, POIS OS LOBOS NÃO ACORDARÃO,

O GRANDE ALFA LEVANTARÁ A MÃO E APONTARÁ PARA A SUA LUA, COM A SUA MÃO QUE MOSTRA A MARCA DO PACTO, QUE ELE COMPARTILHA COM A SUA COMPANHEIRA, A LUA DE TODAS AS LUAS, A MAIS MAGICA, A LUA PRATEADA MAIS LINDA DE TODAS AS VISTAS.

ISSO ACONTECERÁ PORQUE JÁ ESTÁ ESCRITO"

Henry, acaso sua marca é igual a essa?

O ancião gira o livro e Henry sente um arrepio, sua cicatriz parece igual ao desenho, uma linha curva como a letra "S" bem suave, não chegando a dois centímetros de comprimento no caso de Henry, mas no livro ocupa uma página inteira. Ele observa os traços do rosto de uma loba com olhos violetas impressionantes, da mesma forma como em seus sonhos.

Henry – Não quero desmerecer estas palavras, mas minha cicatriz é apenas uma coincidência.

Sábio 2 – Conte-me, Henry, como você obteve esta cicatriz?

Henry – Eu a tenho desde que me lembro, parece que nasci com ela.

Sábio 3 - Não é uma coincidência, aceite seu destino e se prepare para o futuro. Sua lua está próxima, por isso seu lobo está inquieto. Essa marca também deve ter sido ativada nela, o vínculo foi ativado. Henry sai mais confuso do que quando chegou.

Henry - No final, perdi um dia aqui, um dia maldito perdido!!! E ainda tenho que voltar para verificar a EXI-TECNO maldita, seja amaldiçoado Ray! Ninguém pode me dar uma mão?

Ele se dirige ao carro, o motorista o está esperando, nada foi resolvido, ele nem mesmo conseguiu descobrir o que diabos vai acontecer.

Henry - Pitt, me leve ao jato, tire-me daqui.

Pitt concorda, nos vinte minutos que levaram até o hangar, ele tentou organizar sua mente, a paisagem o relaxou, embora não tenha resolvido nada, o ar fresco massageou seu rosto e ele dormiu alguns minutos. Quando chegaram, Pitt o acordou.

Peter - Alfa Henry ... Alfa Henry, chegamos ...

Henry - (sobressalta-se) Muito bem, vamos.

No caminho de volta, ele abriu o notebook e começou a trabalhar, já havia perdido tempo demais.

"Que sua lua estava próxima." Bem, ele correria na direção oposta, não queria mate, nem lua, nem companheira, nem nada.

Se ela se aproximasse, ele a rejeitaria. Tinha muitos problemas para lidar e não precisava de mais um. Justo quando mais problemas enfrentava, ela apareceria? Ele não queria ela por perto, não sabia realmente como os laços funcionavam, apenas sabia o que havia lido em livros e o que seu pai e avô contavam. Ele não achava que seria tão difícil manter-se longe do fardo que deveria ser sua companheira. Dificilmente ela merecia ser a companheira de BlackWolf.

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