Helena Taylor
Whitewood
25 de abril de 2014
Whitewood. Uma cidade pequeninha, pouco mais de 50 mil habitantes, tendo como a praia mais próxima, a bela Areal, que fica a mais ou menos uns 80 quilômetros. Uma cidadezinha na qual, muitos moradores sequer haviam provado uma única vez, os lanches do McDonalds, BurguerKing e demais. Onde só havia um minúsculo shopping no centro da cidade, nele, apenas dois andares e lojas locais. Lá, não tinha loja da Apple ou Chanel, mas sim, a “Boutique da Jenny” e a “Mansão dos Celulares”.
Se meu pai não fosse o milionário Eric Moore, dono de várias empresas voltadas para a ramo da tecnologia, sócio em mais de dez empresas de diferentes nichos como: hotelaria, tecnologia, imobiliária e afins. Eu nunca teria desfrutado dos prazeres fora de Whitewood. Graças as suas conquistas pude conhecer outros países, novas culturas e culinárias, pude conhecer pessoas diferentes, ouvir diversos idiomas ou, o mesmo idioma em vários
sotaques regionais.
E agora não seria diferente.
Meu pai estava em Whitewood há pouco mais de 20 anos, quando ao invés de cidade pequena, Whitewood parecia mais com uma aldeia indígena. Lugar do qual ele sempre amou morar, que proporcionou a segurança e a
pacificidade que precisávamos, e lembranças que ele guarda com carinho. Lembranças de sua infância, quando corria pelo parquinho que, atualmente deu espaço para um supermercado, a pequena escola pública em que estudou e que, mesmo com a infraestrutura em degradação surpreendentemente ainda está aberta ou, do velho e quase abandonado Teatro em que ele conheceu a minha mãe. Teatro este que infelizmente, não funciona mais.
Por mais que minha relação com esta cidade seja de indiferença, sempre soube que no coração do meu pai ocupava um carinho e um amor enorme, muitas vezes cheguei a pensar que, talvez ele amasse mais Whitewood que eu, sua própria filha.
Whitewood
10 de fevereiro de 2014
Helena havia acabado de chegar ao colégio em que estudava, apesar de Whitewood ser uma cidade bem pequena, ainda assim, havia três colégios particulares nos quais, filhos de pessoas importantes e com alto poder aquisitivo, poderiam estudar tranquilamente, e, de acordo com muitos, até mesmo ficar em segurança e longe das más influencias.
Helena tinha uma caixa preta com um grande laço vermelho nas mãos, um presente de aniversário para sua melhor amiga e confidente, Aline, elas se conheciam desde a infância. O pai de Aline era dono de uma oficina de carros, com este negócio ele sempre faturou bem, mas, não o suficiente para chegar aos pés da riqueza da família Moore. Ele ganhava apenas o suficiente para não fechar as portas de seu negócio, para manter sua família em um bom estilo de vida, mas, insuficiente para comprar uma mansão em Los Angeles, por exemplo.
Helena desfilava entre os alunos, como em um filme norte-americano clichê, passava pelos largos corredores e grandes portas que davam acesso às salas de aula, achando que era simplesmente a rainha do colégio, a senhora toda poderosa.
Após virar a direta no corredor, Helena finalmente chega ao corredor onde ficam localizados os banheiros e vestiários. Mas, ao invés de entrar no banheiro, Helena caminhou lentamente para outro lugar, o vestiário masculino. O vestiário masculino era a fonte dos sutis barulhos que lhe haviam chamado atenção àquela manhã. Barulhos que estavam tentando abafar o máximo que poderiam, mas, falharam miseravelmente.
- Feliz aniversário\, Aline! – disse após entrar no vestiário e ver sua melhor amiga ajoelha diante de seu namorado.
A linda caixa de presente foi jogada no chão, enquanto Helena fazia sua saída mais que dramática, em direção ao banheiro feminino, onde entrou em uma cabine, sentou-se na tampa fechada do vaso sanitário e chorou até começar a soluçar. Agora ela não estava mais tão confiante assim, mesmo sendo a mais rica e, de acordo com ela, a mais bonita, para Miguel, não havia sido suficiente, ele havia escolhido Aline, enquanto a outra era apenas usada como forma de atrair a atenção das pessoas.
Essa história não te parece familiar caro leitor?
- Helena! – gritou Aline enquanto batia na porta. – Abre\, por favor! – continuou a bater mais forte.
Silêncio.
- Eu sinto muito por ter te ferido\, eu não sei onde estava com a cabeça... – Aline encosta a cabeça na porta. – Eu prometo que nunca mais olho na cara do Miguel\, eu juro de verdade\, por favor\, me perdoa.
- Você não sabe o quão feliz estou agora\, Aline! – disse Helena abrindo a porta do banheiro. – Você finalmente começou a entender. – se aproximou de Aline. – Não chore. – limpou suas lágrimas. – Você não tem motivos para desperdiça-las\, pelo menos ainda não. – sorriu friamente.
- Você me perdoa? – olhou Aline esperançosa.
- Claro\, querida melhor amiga. – segurou em seu queixo. – Claro que te dou meu perdão! – abraçou Aline e revirou os olhos por suas costas.
Helena Taylor
Whitewood
30 de abril de 2014
Ontem meu pai veio até meu quarto conversar comigo, disse que queria falar sobre algo extremamente sério, uma proposta de trabalho, que mudaria nossas vidas.
Marcelo James. Empresário de um pouco mais de 70 anos (que apesar de tal idade avançada, ainda sim, parecia melhor que muitos homens de trinta anos que já havia visto em quase toda a minha vida). CEO de uma fabrica de medicamentos, fábrica esta que todos os anos ficava em destaque nas notícias por suas incríveis inovações, quebras de metas e recordes, conhecida também pelos produtos de grande quantidade e eficiência em mais de
98% dos sintomas.
Marcelo teve interesse em uma parceria com meu pai, queria que o grande Eric Moore estivesse trabalhando ativamente em seu time, acompanhando de perto todo o crescimento da fábrica.
Eu vi o quão feliz pela proposta meu pai ficou, sabia que Marcelo sempre foi um dos homens com quem ele sonhara um dia trabalhar junto, mas, também vi a tristeza por ter que deixar uma cidade que é tão importante para suas lembranças. Cidade onde sua única mulher, o amor da sua vida está enterrada. Cidade onde sua adorável primogênita também descansa ao lado de sua mãe.
Ele tinha uma pequena esperança de que eu fosse apoiar nossa estadia em sua tão querida cidade, jurava que eu choraria como outras pré-adolescentes da mesma idade e imploraria para ficar, que faria greve de fome para não perder meus amigos tão amados, mas, não foi isso que aconteceu. Sempre quis sair de Whitewood, sempre quis viver entre os grandes prédios, ruas extremamente congestionadas de carros, ônibus e motos, sempre quis sair do colégio e passear com minhas novas amigas em uma loja da Chanel.
Nada mais me prende a esta cidade.
Whitewood
01 de Maio de 2014
- Tem certeza que não vai querer se despedir dos seus amigos? – perguntou Eric para sua filha. – Não esqueça que talvez você fique sem vir aqui por dois anos ou mais! – completou.
- Não precisa se preocupar pai... – respondeu entrando no carro e fechando a porta.
O motorista ligou o luxuoso carro vermelho da família, e dirigiu rumo a capital do estado onde a pequena Whitewood ficava localizada. Era uma viagem de mais ou menos 6 ou 8 horas até chegar ao Aeroporto Internacional, para finalmente voarem rumo ao seu mais novo endereço, Tóquio - Japão.
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Atualizado até capítulo 46
Comments
Wessia Belarmino
não estou entendendo nada
2024-04-17
0
Yamatto
queria saber quantos anos tem cada personagem
2022-06-12
1
Nilcelia Alves
casa
2022-06-03
1