Capítulo 14

Parece que o rei não levou muito bem, mas já era necessário dizer a ele, embora tenham se passado três dias e ele não tenha mandado chamá-lo, ele pensou que o tiraria do palácio, mas tudo continua igual, ele tem servos, guardas e continua indo à aula; naquele dia, saiu para caminhar na companhia de Flora e Lina, mas lhe mandaram dizer que, após ter passado algum tempo, era hora de se reunir novamente com as damas, o que realmente é irritante, voltou para dentro para que Flora o ajude a escolher o que vestir, pois não pode ir com a túnica que costuma usar, no final escolhem roupas simples, mas elegantes.

"Que beleza, alteza, lembre-se de se comportar... porque..."

"O que está acontecendo? Algo que devo saber?"

"Nesse local, a filha do Duque estará lá, a qual se rumora que entrará no palácio em breve como concubina..."

Livia franz os lábios, esse rei não tem saciedade.

"Tudo bem, não importa, contanto que ela não me irrite, está tudo bem."

As duas garotas se surpreendem ao ver que ele não dá importância, pois, antes do acidente, quando uma nova concubina entrava, ele passava o tempo chorando.

"Não me olhem assim, as pessoas mudam e percebem que não vale a pena chorar por quem não te dá seu lugar.

Embora a ele não importe, para o verdadeiro, deve ter sido muito doloroso ter que compartilhar o homem que ama. Agora que está pronto, eles se dirigem à carruagem, já que a reunião será na mansão de um Duque, o rei vê Livia partir pela janela, ainda não acredita que ela não seja mais Livia, mas, se for verdade, significa que não há mais uma segunda chance, ele não pode mais consertar seu erro e começar de novo.

"Majestade, a rainha foi para a festa de chá... mas..."

"O que está acontecendo?"

"Lá estará a filha do Barão Román, a qual se rumora que entrará no palácio como concubina."

O rei se levanta, batendo as mãos na mesa.

"O quê? Isso são apenas rumores... prepare uma carruagem, irei a essa festa."

"Mas majestade, os esposos não participam dessa festa."

"Eu sou o rei, posso ir onde quiser."

Por outro lado, Livia já chegou à mansão do Duque Román, ao entrar, todos a olham com certa irritação e riem baixinho, era óbvio que ela é o alvo de piadas de todas essas supostas damas, ainda assim, com muito pesar, elas se levantam para fazerem uma reverência a ela, a Duquesa Román se aproxima para cumprimentar Livia e apresenta sua filha, Katia Román, uma mulher bonita, mas arrogante, a mulher mal faz uma reverência.

"Saúdo-vos, rainha, espero que possamos nos dar bem, afinal de contas, logo serei a concubina de sua majestade o rei."

Um silêncio paira no local, que audácia de Katia soltar algo assim quando a rainha acaba de chegar, todos já estão esperando que Livia saia correndo, mas, em seu lugar, ela sorri.

"Sério? Mas eu não aprovei nada. Já devem saber que o controle do Harém é da rainha e sou eu quem decide qual mulher entra ou sai do Harém."

Livia sorri com certo deboche, ninguém esperava que a rainha respondesse dessa forma tão calma, Katia aperta os dentes, mas sorri.

"Mas isso é um fato, você não pode fazer nada..."

Livia ouve as risadas de todas as presentes, então solta um longo suspiro.

"Sou a rainha, se eu quisesse, todas as concubinas seriam expulsas do palácio, então, lamento informar que não há lugar para mais uma concubina."

A Duquesa e Katia parecem irritadas ao ouvir Livia, todo mundo sabe que a rainha não desafia ninguém e só sabe baixar a cabeça, logo Katia cobre o rosto e começa a chorar.

"Perdoe-me, rainha, não é minha decisão, se desobedecer o rei, não sei o que ele fará comigo."

"Ah? Mas o que deu em você de repente? Você está louca?"

"O que está acontecendo aqui?"

Livia se vira, era o rei que havia chegado, isso explica por que Katia começou a chorar, a Duquesa faz uma reverência.

"Misericórdia, majestade. Minha filha apenas mencionou à rainha que entraria como concubina e a rainha começou a implicar com ela."

"A rainha tem se comportado muito agressiva, majestade."

Katia e sua mãe mostram-se chorosas diante do rei, enquanto Livia apenas franz os lábios, amaldiçoando essas mulheres.

"Pode me dizer sua versão, rainha?"

Todos se surpreendem ao ouvir que o rei está dando preferência a Lívia.

- só disse a ele que sou quem decide quem entra ou sai do harém e que se eu quiser\, o harém pode ser expulso do palácio.

Não vou mentir, agora depende do rei qual versão acreditar, embora obviamente ele esteja do lado dessas mulheres, mas para sua surpresa, ele a abraça pela cintura e lhe dá um beijo na testa, deixando-o pasmo.

- e a rainha está certa\, realmente não sei quem disse a você que entraria como parte do harém\, mas temo que não seja assim.

- o quê? Mas majestade...

Katia e a Duquesa já podem ver o rosto zombeteiro das outras damas.

- eu\, majestade\, me ajustarei aos seus padrões\, mas não me tire o privilégio de fazer parte do harém.

- você não teve esse privilégio\, descobrirei quem espalhou esse boato e farei com que peça desculpas\, mas\, enquanto isso\, se a rainha não aprovar\, ninguém entra.

O rei pega Lívia nos braços para levá-la dali, apesar das reclamações dele e do pedido da Duquesa e de Katia para não deixá-las daquela forma, embora não permitam que passem pela escolta do rei. No carruagem, Lívia está sentada diante do rei.

- por que veio? Há algo que devo conversar comigo?

- sim\, mas será quando chegarmos ao palácio.

- você vai me expulsar do palácio? Se for assim\, pelo menos me dê algum dinheiro\, enquanto arrumo um emprego.

O rei o olha com certa tristeza, se tudo que ele disse for verdade, significa que nunca mais poderá ser amado por Lívia, embora ele continue a amá-la.

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