CAPÍTULO 4 – CHOQUE

No sábado de manhã, dia da festa na casa de Dalila, Samanta estava na piscina brincando com Maria flor quando é surpreendida pela pergunta da menina.

Maria Flor: Sá, porque você acha que meu papai e minha mamãe, não me amam?

Samanta: Ah meu amor, eu acho que eles amam sim, só que do jeito deles. 

Maria Flor: Você acha que eu fiz alguma coisa de ruim para eles, e por isso eles me deixaram?

Samanta: Mas é claro que não, nunca mais repita isso, você não tem culpa de nada. Mesmo que eles não estejam aqui com você, eu estou e te amo muito, seus avós também te amam, suas amiguinhas te amam, tem muita gente que te ama. Eu nunca vou sair de perto de você.

Maria Flor: Me promete Sá, que você nunca vai embora?

Samanta: Eu prometo, aconteça o que acontecer, eu vou sempre te amar e estar com você.

Maria Flor: Eu te amo Sá.

A menina gruda em seu pescoço, dando um abraço apertado nela. Ela sabia que uma hora teria que se separar da menina pois, ainda tinha esperanças que seus pais voltassem, mas por hora iria fazer o possível para Maria Flor não se sentir rejeitada.

Samanta: Que tal a gente tomar um sorvete com três bolas?

Maria Flor: Eeeee, vamos!

O dia estava muito gostoso, ela e Maria Flor faziam uma dupla perfeita, brincavam na piscina, corriam pelo jardim, pintavam lindos desenhos juntas, assistiam desenhos e claro, conversavam muito.

Maria Flor sabia que ela iria numa festa na casa de Dalila, teimava que iria junto pois queria ver sua amiguinha.

Maria Flor: Me leva junto Sá por favor!

Samanta: Mas eu não posso princesa, é festa de gente grande, eu prometo que volto cedo.

Maria Flor: Promete?

Samanta: Prometo!

Samanta escolhe para a festa uma roupa diferente de todas as que já havia usado, quando saíra para comprar um vestido, não sabia porque, mas havia ficado muito tempo se imaginando dentro daquele mini vestido preto. Ela se veste e fica se admirando no espelho, estava um espetáculo, ela era de uma estatura média, suas pernas ficaram a mostra revelando todo o contorno de seu corpo. Tinha um decote profundo que moldava seus seios, nos pés uma delicada sandália de salto alto. 

Ela desce as escadas depois de dar um beijo em Maria Flor em seu quarto e encontra Olívia e Saulo na sala conversando.

Olívia: Minha filha como você está linda! 

Saulo: Acho que nunca a vi tão bonita como hoje.

Samanta: Vocês estão me deixando com vergonha, mas obrigada pelos elogios. Eu prometo que volto cedo, e qualquer coisa me liguem que eu venho correndo.

Olívia: Divirta-se minha filha.

Samanta vai para festa, mas sentia um aperto em seu peito, sentia que alguma coisa ia acontecer, não sabia se era por Maria Flor ter feito birra por querer ir junto, ou se era seu sexto sentido dizendo que algo aconteceria.

A festa estava chata, muita gente importante, muitos homens se atirando descaradamente para cima dela, e Dalila com uma tromba enorme por ter que aturar aqueles homens inconvenientes, dando sorrisos e se insinuando para ela também.

Dalila: Eu prometo que vou te recompensar por fazer você aturar isso comigo, eu fico te devendo uma! Aliás não te falei como você está linda hoje, acho que nunca te vi assim tão linda.

Samanta: Até você? Dona Olívia e seu Saulo me disseram a mesma coisa. E sobre ficar me devendo uma, pode ter certeza que vou cobrar.

A hora parecia que não passava, já havia duas horas que ela estava naquela festa, mas parecia uma eternidade, estava prestes a se despedir de Dalila quando seu telefone toca. 

Olívia estava desesperada ao telefone, pedindo que ela voltasse para casa pois Maria Flor estava ardendo em febre. Ela no mesmo instante explica a situação para Dalila e vai embora imediatamente.

Samanta chega em casa e corre direto para o quarto de Maria Flor, ao vê-la entrando no quarto, a menina a abraça com força chorando, Samanta não conseguia enxergar mais nada, somente a menina. Porém um cheiro muito familiar invade seus sentidos, mas a prioridade era Maria Flor.

Samanta: O que foi meu amor? O que aconteceu? Por que está assim?

Maria Flor: Você não vai me deixar né?

Samanta: É claro que não, eu já disse que não vou sair de perto de você nunca.

Maria Flor: Mas o papai disse que eu não preciso mais de babá e que agora ele vai cuidar de mim.

Samanta: Seu papai? Você falou com ele? Quando?

Maria Flor: Ele voltou Sá, disse que vai cuidar de mim e mandar você embora. Ele está ali olha. – disse apontando para o sofá no fundo do quarto.

Samanta lentamente se levanta e olha para onde a menina apontava, nessa hora seus joelhos fraquejam, ela o reconhecera instantaneamente, já conhecia aqueles olhos e aquele aroma inebriante de loção pós barba que inundara o quarto, ela só conseguia olhar para seus olhos, que depois de tanto tempo ainda a queimavam como raios de sol, como na primeira vez em que haviam se visto.

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