Chegam em casa na segunda-feira à noite, estavam todos muito cansados, Samanta havia voltado com um brilho diferente nos olhos, ela se sentia mais viva do que nunca.
Ela sobe, ajuda Maria Flor a tomar banho, coloca seu pijama e a coloca para dormir, mas antes como de costume, conta uma linda história para ela. Ela então vai para seu quarto, toma um banho e se deita.
Um único pensamento a intrigava. Não havia perguntado o nome do homem que conhecera na Grécia. Ela nunca mais o veria, e nem ao menos sabia seu nome. Ele era uma lembrança que teria que ficar somente em seus sonhos.
As semanas vão passando tranquilamente. Desde que ela voltara da Grécia ela não havia falado com seu namorado sobre sua decisão de terminar o relacionamento. Ela não se orgulhava de o ter traído, porém não podia ignorar o que havia sentido por aquele homem misterioso.
Ela havia marcado um encontro com ele numa quinta-feira, iria levar Maria Flor ao balé depois iria encontra-lo para terminar com ele.
Samanta chega a um parque próximo onde morava, se senta num banco observando as pessoas caminhando a sua volta e o espera. Assim que ele chega, vai direto beijá-la na boca, mas ela desvia o rosto.
Samanta: Mateus, temos que conversar, acho que essa conversa já devia ter acontecido há muito tempo.
Mateus: Também acho meu amor, senti tanto a sua falta, eu também tenho algo muito importante para te dizer, não posso esperar mais.
Samanta: Me deixa falar primeiro, eu não posso mais guardar isso.
Mateus: Não senhora, o que eu tenho que dizer vai mudar nossa vida para sempre, acho que esse tempo em que não nos vimos só serviu para eu ter mais certeza. Lá vai... Samanta, aceita se casar comigo? – Diz se ajoelhando a seus pés, e abrindo uma pequena caixinha de veludo vermelha.
Samanta não sabia o que falar, simplesmente aquilo não tinha sentido nenhum, o namoro dos dois era morno, sem graça, quando se encontravam raramente tinham alguma intimidade, depois do que experimentara na Grécia, jamais se contentaria com menos do que poderia sentir novamente. Como ela ia dizer que jamais se casaria com ele?
Samanta: Mateus, eu...
Mateus: Calma meu amor, eu sei que ficou surpresa, porém eu tenho tudo planejado, vamos casar, morar na minha casinha mesmo, vai ser apertado no começo, mas daremos um jeito, e claro que você vai ter que deixar esse emprego, você agora vai ser minha esposa e não pode mais morar no serviço, mas posso conseguir um emprego para você...
Samanta só conseguiu pensar na parte que ele dissera que teria que deixar seu trabalho, aquele foi o empurrão que ela precisava pra dar um basta, pois jamais largaria Maria Flor.
Samanta: Ei, pode parando por aí, eu não vou largar meu emprego, não vou morar com você e não vamos nos casar! Eu te chamei hoje porque quero terminar nosso relacionamento. Eu sou muito grata a você por toda sua ajuda, mas você sabe que eu não te amo. Eu sei que fiz muito mal em não terminar com você antes, mas estou fazendo agora.
Mateus: Você não pode fazer isso, eu sei que não me ama ainda mas tenho certeza que um dia você vai.
Samanta: Não vou não, se em seis anos eu não consegui te amar, você ainda acha que acontecerá um dia? Você acha normal um relacionamento morno como o nosso? Não tem paixão, não temos cumplicidade, não dividimos os nossos planos, simplesmente nos encontramos esporadicamente e conversamos amenidades! Isso não é normal. Eu achei que um dia eu te amaria, mas isso não aconteceu, e acabamos nos acostumando um com o outro. Você acha normal, um relacionamento ser construído a base do costume? Eu quero mais que isso, eu quero um amor que me deixe sem ar, que me faça querer mais e mais, quero sair do chão, quero sentir um frio gostoso na barriga, e isso não acontece com você, e acho que você também merece alguém que te ame e que retribua seus sentimentos.
Mateus apenas a olhava com tristeza, não havia o que pudesse ser dito pois ambos sabiam que há tempos forçavam uma situação que já estava acabada muito antes de começar.
Samanta sai da conversa com Mateus ainda muito abalada, não porque tivesse sentimentos por ele, mas porque havia se acomodado num relacionamento que não tinha futuro nem amor. Mesmo que ela jamais sentisse novamente o que havia sentido na Grécia, ela não manteria mais relacionamentos mornos.
Samanta passa na escolinha de balé e pega Maria Flor, de lá elas voltam para casa. Ela ajuda a menina a subir e a tomar um banho para comer alguma coisa. Enquanto Maria Flor comia seu sanduíche tranquilamente, Olívia percebe o ar distante de Samanta.
Olívia: O que você tem minha filha? Aconteceu alguma coisa? Você está distante.
Samanta: Pois é Dona Olívia, eu resolvi o que tinha para resolver, terminei tudo com Mateus, não tinha sentido continuarmos juntos, nem sei porque fiquei com ele tantos anos. E sobre o meu olhar, ele está mesmo distante, eu deixei um pedaço de mim na Grécia, acho que eu nunca mais vou esquecer aquele lugar.
Olívia: Se você não o ama aquele rapaz você fez certo. E você é jovem, merece um amor verdadeiro. E sobre a Grécia, eu notei mesmo que você voltou diferente, está com um brilho nos olhos. Conheceu alguém especial por lá minha filha?
Samanta: Lá eu tive um dos melhores dias da minha vida, acho que enquanto eu viver vou me lembrar de alguns cheiros e sensações.
Olívia: Isso está me parecendo coisas do coração minha filha!
Samanta nada responde pois sabia que o que havia acontecido na Grécia, se transformaria em apenas uma linda e deliciosa lembrança.
Agora que não namorava mais Mateus, seus finais de semana eram sempre livres, raramente saía, não por falta de convites pois mantinha contato com seus antigos colegas de trabalho, porém não sentia vontade de sair com eles. Gostava de ficar em casa, ouvir música, ler seus livros, fazer uma boa panela de brigadeiro e assistir suas séries favoritas.
Havia se passado três meses desde que voltara da Grécia, porém em seus sonhos, ainda sentia que tudo havia acontecido na noite anterior.
Quando Samanta aceitava sair com alguém, era com uma amiga muito próxima, era a mãe de uma coleguinha de Maria Flor, as duas haviam se conhecido nas aulas de balé das meninas. E desde então, mantinham contato e até saíam juntas algumas vezes. Dalila estava a par de todos os acontecimentos na vida de Samanta, e sempre aconselhara a terminar seu relacionamento com Mateus pois não existia amor. Samanta se sentia à vontade em compartilhar seus sentimentos com ela, inclusive havia contado do que acontecera na Grécia.
Dalila: E seu coração como está? Ainda pensando no homem misterioso com quem passou a noite na Grécia?
Samanta: Por mais que eu queira, não consigo esquecê-lo, eu sei que a chance de encontra-lo é de um em um milhão, mas eu me senti tão feliz com ele, foi tudo tão perfeito, e ao mesmo tempo foi loucura, eu nem ao menos sei seu nome.
Dalila: Poxa, eu queria tanto te ver feliz e bem novamente. Falando nisso, semana que vem meu marido dará uma festa na nossa casa para recepcionar uns empresários que estão montando seus negócios aqui no país, e eu quero que você venha, assim você me faz companhia, você sabe que não gosto muito desses eventos.
Samanta: Ah, você sabe que eu também não gosto desses ambientes, não me sinto à vontade.
Dalila: Por favor, diz que vai, me faz companhia?!
A contragosto Samanta aceita o convite de ir à festa, não gostava daqueles ambientes com gente esnobe e endinheirada.
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Atualizado até capítulo 28
Comments
Neta Souza
ala vai encontrar o cara nessa festa vai ser emocionante só espero que ele não seja casado e com nenhuma acompanhante
2025-04-16
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Carla Coelho
Legal o plano dele vamos ser um casal infeliz juntos e o mais importante sem sal, sem prazer, sem fogo 😔😢
2025-04-25
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Carla Coelho
Este Mateus e respeito não quer perder a deusa dele já suspeita do término 😧
2025-04-25
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