POV Amanda
Depois da detenção, fui para o dormitório feminino. Chegando ao meu quarto, minha colega Bianca estava sentada na cama olhando o notebook.
Eu não queria conversar, então não disse nada, porém ela não se conteve e já veio me fazendo perguntas:
– Estava na detenção novamente?
Fiz que sim com a cabeça, não dando muita confiança.
– Nossa, você está sempre em detenção. Fala a verdade? Está apaixonada pelo professor Morgan? Ninguém fica tantas vezes assim em detenção se não for de propósito.
– Eu espalhei fotos do p*u pequeno daquele idiota!
– Não está falando do goleiro do time de futebol, não é?
– Esse mesmo.
– Amanda, você sabe que os garotos do time de futebol são como uma gangue. Você mexeu com gente perigosa.
– Fodam-se! Eles mexeram comigo primeiro.
– Como conseguiu as fotos?
– Encontrei a ex dele no Facebook. Ela nem se importou com o que eu iria fazer com as fotos, me disse que também achava ele um babaca.
– Amiga, eu sei que o que eles fizeram com você foi horrível. Eles se aproveitaram de um momento frágil… você deveria ter chamado a polícia e não feito uma vingança.
– Do que adiantaria? Quem iria acreditar que uma drogada sofreu um abuso? E também eu não posso… olha, esse aqui é o único lugar seguro para mim. Se eu procurar a polícia meu padrasto pode me achar.
– Amanda, eu queria tanto te ajudar. Ninguém pode viver uma vida assim, tão cheia de injustiças… você deveria largar as drogas e tentar ter uma vida melhor. Daqui ha dois anos vai se formar e tem tudo para se tornar uma advogada brilhante se abandonar essas coisas…
– Agradeço a sua preocupação, Bianca. Mas meu padrasto virou um político na minha cidade. Se envolveu com alguns bandidos pela sua influência. Mesmo que eu seja uma advogada foda, ainda assim, não vou conseguir fazer nada contra ele… Às vezes eu penso que eu deveria acabar com tudo de uma vez…
– Cale a boca! – grita – Nunca mais diga esse tipo coisa, ok?!
Bianca vem e me abraça. Eu não reajo, acho que ela não entende como é estar em minha pele… minha vida não vale nada, eu não valho nada…
Chegou sábado a noite e começou a festa no dormitório feminino. Decidi não participar e por isso fiquei trancada no quarto. Tento fechar os olhos e dormir, mas não dá, a música está muito alta e há muitos gritos pelos corredores.
Tento assistir a um filme, mas mesmo com fones de ouvido ainda consigo ouvir o barulho da festa. Começo a ficar ansiosa, sei que é perigoso ficar andando por aí, mas eu estou precisando usar alguma coisa.
Saio do dormitório e vou até o gramado. Fico olhando para ver se reconheço alguém. Duvido que numa festa como essa não haja nenhum traficante.
Sinto cheiro de erva e vou a procura. Em um canto escondido tem um cara fumando.
– Seria muito incômodo dividir comigo? – pergunto – Estou sem nada.
Ele dá um trago e depois me passa o cigarro.
– Você tem outra coisa aí? – pergunto olhando para os lados.
– Posso saber o seu nome antes? – pergunta.
– Amanda.
– Amanda, eu até tenho, mas topa ir para outro lugar comigo?
– Topo! – aceito na hora, eu estou precisando muito.
Ele coloca um pino na minha mão e vai andando. Começo a segui-lo.
Chegamos a um carro que está parado na rua atrás do dormitório. Ele abre a porta e eu entro.
Foi aí que descobri que caí em uma armadilha. Aquele garoto ao qual eu espalhei cartazes com a foto do p*u dele estava lá, além de outros amigos dele.
Não vou contar os detalhes. Eu tentei… eu tentei lutar, mas… eles fizeram o que queriam comigo. Em um momento desejei que eles terminassem com tudo logo, me tirassem dessa vida imunda. Mas eles me deixaram em um terreno abandonado e foram embora.
Não faço idéia de que lugar é esse, eu estou machucada e sangrando, mal consigo andar. Uma chuva fina cai e eu estou com muito frio.
Vou andando tentando reconhecer o local. Vejo uma rua e resolvi atravessar. De repente eu só vejo um farol me cegando e o barulho de freio. Não deu tempo de frear totalmente pois o carro acabou me atingindo.
Fui lançada ao chão e continuei deitada, suportando quieta as minhas dores físicas. Fiquei esperando aquele motorista ir embora, fugindo do local, e fiquei torcendo para que aparecesse outro carro e acabasse com isso logo.
Mas não foi o que aconteceu. Um homem apareceu e me chamou pelo meu nome, não vi o rosto dele por causa do farol do carro. Ele disse que iria chamar uma ambulância e eu supliquei para que não fizesse isso. Se eu fosse para um hospital, o meu padastro poderia me encontrar.
Depois, eu não me lembro de muitas coisas, acho que desmaiei.
…
Acordei e eu estava deitada em um sofá. Olhei para os lados tentando reconhecer o local. Vi livros, muitos livros… estantes abarrotadas de livros.
De repente senti o gelado do metal da tesoura encostando na minha pele enquanto alguém cortava a minha blusa. Olhei assustada para quem era e…
– Professor Morgan??
Ele apenas me olhou e continuou cortando a minha blusa.
– O que está fazendo? – disse tentando me afastar, o que me fez sentir dores lancinantes.
– Eu não vou te machucar, Amanda. Só preciso ver as suas feridas.
Ele me olhou com aquele olhar que me deixa paralisada. Fiquei quieta e deixei. Às vezes vejo algo nele que me deixa sem reação.
Ele termina e examina os meus hematomas. Aperta e as minhas costelas sentindo os meus ossos. Grito de dor.
Após, ele se levanta, vai até a mesa, pega algo e volta até mim. Estende a sua mão, abre e lá tem vários comprimidos e na sua outra mão um copo d'água.
– O que é isso? – pergunto confusa.
– Esse é um coquetel de remédios para evitar que pegue alguma doença. É óbvio o que aconteceu com você.
– Não foi o que está pensando. – digo virando o rosto.
– Tome isso agora.– ordena.
Imediatamente eu pego e tomo.
– Não foi a primeira vez, não é?
Abaixo o olhar, evitando contato visual.
Ele me pega no colo com cuidado e me leva até a banheira. Lá, me dá um banho. Ele lava os meus cabelos retirando toda sujeira e lama. Massageia o meu couro cabeludo enquanto fecho os olhos relaxando.
Depois de me limpar, ele me seca. Me leva até sua cama e começa a tratar das minhas feridas.
Enquanto enfaixa a minha costela eu pergunto espantada:
– Onde o Sr aprendeu a fazer isso, Professor Morgan?
– Acidentes acontecem, Amanda. Alguém como eu deve saber tratar dessas coisas.
– Como conseguiu aquele coquetel de remédios? Eles só são dados em emergências de hospitais.
– Eu tenho amigos que trabalham em hospitais. Pedi ao motorista para ir buscar.
– Você tem um motorista?
– Já chega de perguntas. – ordena e eu fico quieta.
Após me enfaixar e fazer os curativos, ele me veste com uma de suas camisas e me leva até o sofá. Depois me leva alguns travesseiros e um edredom e vai para o seu quarto. Tento ficar acordada, mas estou exausta. Acabo adormecendo pouco tempo depois.
...****************...
Que sorte que ele encontrou ela, não foi?
Não se esqueçam de curtir e comentar o capítulo! ;)
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Vilani Vieira
Ela tive foi sorte de.ter e co trado o professor kkkk
2024-12-23
0
Jucileide Gonçalves
É não foi o padrasto, imaginei ter sido ele e não lembrei do carinha do pau pequeno kkkkkkk
2024-10-23
2
Silvaneide Ágatha
como ele tem essas coisas 🤔🤔🤔
2024-09-15
0