POV Amanda Salazar
Fui para a detenção novamente. O professor Morgan me olha com um olhar de poucos amigos. Ele me odeia, tenho certeza. Mas também, quem não me odeia? Talvez aquela nerd que é minha colega de quarto, não me odeie… logo ela vai me odiar também.
Pelo o que eu disse, podem perceber que não é a minha primeira vez aqui. Acho que mais de uma vez na semana eu estou na detenção.
O professor Morgan continua me olhando, esperando que eu lhe conte o que acontece comigo. Eu estou tentando formular as palavras e ao mesmo tempo o observando. Tem alguma coisa nele que me lembra alguém… Não um alguém qualquer, ele me lembra o Fred.
Em aparência, os dois não se parecem em nada, a não ser a mania de sempre andar super arrumado e manter uma aparência impecável. E os dois também tem aquele mesmo olhar, aquele olhar que me gela.
– Não vai começar? Eu parei de ler meu livro para ouvir a sua história, se não for contar me avise logo. – disse o professor Morgan me tirando de meus devaneios.
– Como posso começar? Bem, você sabe que eu não sou daqui, vim do interior. Morava com o meu padrasto na casa que minha mãe deixou de herança. Ele é um bêbado nojento e eu não aguentava mais ficar naquela casa aguentando os seus acessos de loucura. Tinha sonhos e resolvi correr atrás deles. Um belo dia, coloquei chumbinho na bebida dele e fui embora sem olhar para trás.
– Então está na minha frente uma assassina?
– Depois de um tempo eu descobri que ele não morreu. O que foi uma pena, você não tem idéia do que ele fez comigo…
– O que ele fez com você?
– Isso não importa! – digo cruzando os braços e desviando o olhar. – Continuando, essa é mais uma história de uma garota do interior que foge para a cidade e quebra a cara. Pois é, cheguei aqui e consegui um emprego fazendo faxina e logo me matriculei na universidade, porém foi aí que eu descobri que as contas não fechavam. Eu precisava comer, ter onde dormir e as mensalidades não cabiam no orçamento.
– Deveria ter pedido uma bolsa. Suas notas eram boas.
– As coisas não são tão fáceis assim, professor Morgan. Acha que não tentei? Sempre tem alguém mais pobre e com notas melhores que a sua, então eu não consegui. Foi nessa época que aconteceu uma coisa estranha: Em um dia qualquer eu estava sentada em um banco de praça, comendo um salgado, tentando imaginar como eu pagaria minhas mensalidades atrasadas e um homem sentou ao meu lado. Ele me deu um cartão e disse que procurava uma garota como eu, disse que eu era perfeita e tinha uma boa oportunidade para mim.
– Hummm, uma história de princesa? O seu príncipe te achou na rua e se casaram…
– Minha história nunca foi de princesa. – respiro fundo, fazendo uma pausa – Aquele homem era um cafetão e a grande oportunidade dele era para eu me prostituir.
– E você aceitou?
– Claro! Eu estava desesperada. Estava me afundando em dívidas e não tinha nada guardado, se eu fosse demitida estaria na rua literalmente.
– Então você é uma prostituta?
– Não, eu não trabalho mais com isso. E é sobre isso que vou contar. Como eu sou baixa e magra, facilmente me passo por uma adolescente. Então esse homem me levou a um lugar onde tinham velhos que tinham algum tipo de fetiche com adolescentes. Eles me vestiam com roupas infantilizadas e… já deve imaginar o que acontecia.
– Eles te fodiam como queriam. Não sou do tipo sensível, eu vejo muitas coisas por aí, não precisa me esconder fatos perversos.
– Ótimo, não irei esconder então. Bem, eu ganhei algum dinheiro lá, que deu para pagar parte das minhas dívidas, porém um dia, esse homem disse que iria me transferir para uma boate onde atendia clientes de elite, gente muito rica. Disse que tinha um cliente que estava procurando uma garota como eu.
– Mais um pedófilo?
– Não… Sabe, essa boate era muito diferente do buraco onde eu estava. Lá as garotas eram perfeitas. Elas ganhavam jóias caras, tinham cabelos e peles perfeitas. Todas tinham próteses de silicone e procedimentos estéticos no corpo. Já pode imaginar o que aconteceu comigo, eu era o patinho feio dali, totalmente diferente delas. Não tenho próteses, meus seios são pequenos, nunca pintei o cabelo e tenho um corpo normal.
– É… você não se parece com uma puta de luxo.
– Aquele tal cliente não apareceu no local e eu tive que começar a trabalhar mesmo assim. É óbvio que nunca ganhei jóias e só era requisitada quando algum cliente tinha algum fetiche em particular, mas o pouco que ganhava ali era mais do que eu ganhava no buraco em que eu estava.
– Em uma noite, esse cliente apareceu. O gerente do local ficou muito nervoso. Ele me ajudou a me arrumar e ficava me dando instruções o tempo todo em como me portar, parecia que ele tinha medo dele.
– Tá! Pula logo para a parte do cliente. – disse impaciente.
– Ele era um homem totalmente diferente da maioria que vi ali. Era bonito, imponente, tinha um olhar penetrante e gélido. Quando o vi entendi porque o gerente tinha medo dele.
– Ok, mas e aí? Ele te comeu?
– Não. Ele me abraçou. Ele me colocou um apelido idiota me chamando de Tetinhas, depois me chamou de Selina e disse que sentia a minha falta. Fiquei paralisada, eu nunca me senti amada e naquele momento eu me senti. Mesmo que aquelas palavras não fossem exatamente para mim. Depois disso, ele me tirou dali. Talvez nessa parte eu possa ter vivido um conto de fadas. Ele me tirou da prostituição, pagou minha faculdade e todas as minhas dívidas, me deu um apartamento mobiliado e grana o suficiente para me manter sem problemas.
– Tudo isso só porque achou que você era a tal Selina?
– Não, eu me expressei mal. Ele achava que eu era parecida com a tal Selina, ele sabia que eu não era. Por isso ficava me chamando de Srtª Tetinhas.
– Se ele te deu tudo isso, então ele era muito rico mesmo.
– Sim, ele é podre de rico. Um dos homens mais ricos do país se não me engano.
– Já ouvi falar em uma tal de Selina. A dona de uma das minhas cafeterias favoritas. Vai me dizer que ele é o Sr Stein, o marido dela?
– Ele mesmo.
– Você e ela se parecem um pouco.
– Não! Não temos nada a ver! Não quero ser comparada a ela novamente.
– Ok, então me conte o que o respeitado Sr Stein fez com você.
– Bem, ele se tornou quase o meu namorado, digamos assim. Ele ia sempre me visitar e me fodia sempre, mas apesar de achar que eu me parecia com a Srtª Selina ele nunca se entregou totalmente a mim. Às vezes eu o pegava me olhando, perdido como se estivesse se lembrando de algo ou procurando algo. Na cama ele era totalmente diferente dos homens que já me envolvi, ele tinha alguns gostos estranhos.
– Estranhos como?
– Ele nunca me beijou. Na intimidade ele se tornava frio e autoritário. Ele pedia para que eu ficasse de joelhos aos pés dele e quando me movimentava eu só podia ir engatinhando. Ele tinha uma regra, eu não podia dizer nada e caso dissesse ele me castigava.
– Quais tipos de castigos?
– Eram leves, como ganhar alguns tapas no bumbum. Ou ficar sem g*zar, ele me provocava e quando eu estava chegando próximo, ele não me deixava g*zar. Ou às vezes os castigos eram o contrário, ele me estimulava com o vibro me fazendo g*zar inúmeras vezes até eu perder todas as forças do meu corpo.
– Isso não me parece ruim.
– Era ruim e bom ao mesmo tempo. Mas eu só queria que ele me desse o que ele dava a Selina. Ele só queria comer o meu c* e fazia eu me sentir como um objeto dele, ao qual ele fazia o que quisesse. Acredito que com a Selina ele não era assim.
– Talvez era…
– Não, ele não era… Tive certeza disso depois que a conheci. Bem, continuando… Isso não durou muito tempo, ele acabou me abandonando. Acho que se cansou de me comparar a pessoa que ele amava e eu perdi toda a graça para ele. E foi aí que minha vida virou um inferno… eu não sei o que ele fez em minha cabeça, pois eu queria esse homem. Queria muito. Ele não sai da minha mente, eu durmo e sonho com ele, eu sinto o cheiro dele nos lugares, eu procuro por ele o tempo todo na rua. Eu só queria poder vê-lo mais uma vez… – uma lágrima sai de meus olhos.
– Ele é impossível para mim. Depois de um tempo eu soube que se casou com a Selina e eu senti tanta inveja dela. Naquele momento eu queria ser idêntica a ela e poder trocar de lugar com ela. O dia do casamento deles foi o dia mais triste da minha vida. E eu estava tão desesperada que peguei meu celular e liguei para ele em sua lua de mel. Eu iria pedir para voltar. Iria dizer que não me importava em ser sua amante e nem que ele me chamasse de Tetinhas. Mas ele nunca me atendeu.
– Você se humilharia para ele a qualquer momento?
– A qualquer momento. Eu estou disposta a fazer o que ele me pedir, a qualquer momento.
– Ok. E como termina essa história? Já está quase na hora de irmos embora.
– Bem, terminou comigo do jeito que estou agora. Continuei ligando para ele, mas quem apareceu foi a Selina. Ela pediu para me afastar e me deu uma quantia em dinheiro, me avisando que se Fred se metesse eu iria me dar mal. Eu não me afastei e ele se meteu. Bem, ele me tirou tudo que me deu, o apartamento, a grana e ainda colocou o meu padrasto atrás de mim. Foi nesse momento que descobri que ele estava vivo. Resumindo tudo, ele mostrou que não mediria esforços para proteger o seu casamento com a Selina. Ele só não me tirou a faculdade porque já estava paga. Um tempo depois a Selina me procurou novamente e me deu mais uma grana, acho que ela não é uma pessoa ruim. Eu que sou, pois fico por aí gastando a grana dela com drogas e bebidas, tentando achar algum sentido na minha vida de merda.
O professor Morgan se levantou e começou a guardar suas coisas na pasta, depois se virou para mim e disse:
– É Srtª Tetinhas, você é uma cadelinha abandonada que vive vagando por aí procurando pelo dono. Quando alguém tenta te ajudar, você morde a mão, pois só aceita os carinhos dele… precisa tratar isso.
Depois de dizer isso ele foi em direção a porta, saiu e sumiu pelo corredor.
...****************...
Olá leitores e leitoras!
O que acharam da história da Amanda? Lhes adianto que ainda tem mais coisas que vão descobrir sobre ela.
Não se esqueçam de curtir o capítulo, por favorzinho!
Beijos e até o próximo!
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 63
Comments
Vanedrigues
Stein foi irresponsável emocionalmente com Amanda. ele já foi Don e sabe reconhecer uma submissa. Ok q ele estava quebrado, mas como o Dom dela (ele pode não ter exercido a dominação extrema, mas ele a manteve submissa a ele). Ele não poderia abandoná-la sem antes romper essa ligação que ela tinha com ele, da forma adequada.
2025-01-05
2
J.Lo
ela é uma submissa sem um dominador e o professor será o seu Dom
2024-12-18
3
FBJ💞
fofoqueiro é ele. kkkk
2024-11-17
1