POV Morgan Torino
Não me admira mais que a Amanda me persiga, ela vê aquele homem em mim. Uma verdadeira Sub sabe reconhecer um Dom. Ela é uma e ainda não sabe.
Não sei o que aquele cara estava na cabeça, ele foi totalmente irresponsável. Ele a tomou como Sub, sem um contrato, sem acertarem os termos antes... Talvez estivesse esperando tanto que ela fosse outra pessoa que não percebeu quem ela era.
Entro no carro e meu motorista liga o motor.
– Vamos direto para o seu apartamento, Senhor Torino?
– Não, espere um pouco.
Continuamos parados em frente a universidade. Olho pela janela ainda pensativo.
Pouco tempo depois Amanda aparece descendo as escadas. Ela para e abre a mochila procurando alguma coisa. Alguém passa e propositalmente esbarra nela, fazendo todas as coisas que estão na mochila caírem no chão. Ela faz uma expressão como se tivesse xingando a pessoa, se abaixa e começa a pegar as coisas. É deprimente o seu estado, as pessoas passam por ela como se não existisse e alguns até esbarram ou pisam em suas coisas. Ela está muito perdida...
Olho para o motorista e peço para irmos embora.
Chego no meu apartamento e vou direto para o chuveiro. Deixo a água cair esfriando a minha cabeça. Ainda estou pensativo. Dizer que não fiquei impressionado não seria mentira. Nem todos podem ser Dom, assim como nem todos podem ser Sub.
Isso não tem a ver com BDSM, isso tem a ver com um traço de personalidade. Você não pode decidir do nada se tornar um Dom, assim como não pode decidir deixar de ser. Isso também acontece com os Subs.
A relação de uma Sub com o seu Dom, é algo diferente, não tem a ver com amor, tem a ver com servidão. Amanda não ama o Fred, ela é submissa a ele. Está perdida, pois não tem a ele mais para lhe conduzir.
Talvez ela esteja tão perdida, que não haja o que fazer. Uma pena, ela tinha futuro.
Saio do banho, me enxugo e coloco uma samba canção. Deito na cama e ainda não consigo dormir.
Eu sei, eu posso ajudá-la, mas as coisas não são assim, ela tem que pedir. Não posso interferir e obrigá-la. Eu sei que é estranho falar isso, mas nada nesse estilo de vida é feito por obrigação, tudo é feito por um acordo pré estabelecido. Às vezes as pessoas confundem uma palavra de comando com uma palavra de obrigação, mas são coisas diferentes. Na palavra de comando está implícito que tenho o consentimento para ordenar aquilo.
No dia seguinte chego às oito em ponto na sala de aula, exatamente no mesmo horário que começa e exatamente como faço todos os dias.
Me sento em minha mesa e verifico se está tudo no mesmo lugar que deixei. Após organizar minha mesa, me levanto e começo a escrever no quadro.
– Sócrates versos Platão. Alguém aqui sabe me dizer a diferença ou a relação entre eles? – pergunto.
Todos ficam quietos e pelo jeito ninguém leu o livro que eu pedi, A República de Platão.
Olho entre os alunos e Amanda estava lá, ao fundo.
– Você sabe Amanda? – pergunto, já que ela deveria saber mais do que todos aqui.
Ela me olha calada por um tempo e depois diz:
– Um era aluno do outro?
– Há controvérsias, Srtª Amanda.
– Um comia o outro? – diz se fazendo de engraçadinha e todos começam a rir.
– Se isso aconteceu, ninguém soube. Provavelmente eram espertos e não deixavam espalharem fotos de suas partes íntimas por aí.
Por um momento a sala ficou em silêncio. Ela me olhava com um olhar hostil. Devolvi a ela um olhar indiferente.
– Puta! – alguém no meio dos alunos grita.
De repente começa uma comoção. Alguns repetem o insulto enquanto outros riem. Reviro meus olhos, estamos em uma turma de adultos e eles ainda se comportam como crianças.
Vou até o quadro e começo a escrever os nomes de pessoas que estou vendo repetindo os insultos.
Continuo fazendo isso e o silêncio começa a tomar conta da sala. Depois que o silêncio começa a dominar eu digo.
– Atenção todos vocês que estão com o nome no quadro. Vocês terão que fazer um trabalho sobre a Odisseia de Homero, especificamente em a Ilíada e a história da princesa Electra. Quero que correlacionem as personagens femininas principais, abordando as suas atitudes no mundo atual. De preferência mencionando a fuga de Helena, a traição de Clitemnestra e a vingança de Electra.
– A não professor Morgan! Foi só uma brincadeira. – gritou um.
– O que é uma brincadeira para você, não é para os outros, Bruno. Agora fiquem todos quietos, pois vai valer nota.
Ouço vários sons de desânimo, quando termino de falar.
– Ah, Srtª Amanda, você também vai fazer o trabalho.
– Mas professor, foram eles que me insultaram!
– Isso é por ficar falando gracinhas na minha aula.
Termino a aula e faço o mesmo caminho indo em direção a sala de professores.
– Professor Morgan! – uma aluna se põe a minha frente bloqueando meu caminho. Ela me entrega um papel e continua – Olha, vai haver uma festa no dormitório feminino. Vê se dá uma passada lá.
Olho para ela impassível, amasso o papel e jogo na lixeira mais próxima e continuo andando. Olhe bem para mim? Veja se eu tenho cara de quem frequenta festas estudantis.
Estou me aproximando da sala quando sinto meu paletó sendo puxado.
– Não entendeu que não quero ir a sua maldita festa? – digo me virando, porém não era a mesma aluna, era a Amanda.
– Qual o seu problema, hein? – ela grita comigo – Já não me puniu incitando os alunos contra mim? Agora quer que eu faça um maldito trabalho?
– Você não precisa das notas da minha aula. Não faça!
– Se eu não fizer, vou ser reprovada!
– O que vai ser indiferente. Garota, eu já te disse para desistir das minhas aulas. Aproveite esse tempo para dormir mais, pois está parecendo um lixo.
– Eu não vou fazer o que você quer.
– Um dia você vai fazer o que eu quiser, Amanda e ainda vai me agradecer por isso.
Digo e entro na sala de professores.
Sento e tomo o meu café. Agradecendo por hoje ser sexta-feira e torcendo para que Amanda não resolva aprontar e eu consiga ir embora cedo.
O dia foi cheio e depois de terminar de dar as minhas aulas fui embora.
Passei o restante da sexta como sempre, revisando provas, trabalhos e me organizando para as aulas da próxima semana. Gosto de fazer isso na sexta, pois no sábado e domingo, não costumo ficar em casa.
Chegou sábado à noite e me preparo para as sessões. Esse é meu estilo, essa é a minha diversão.
Me visto adequadamente, pois para quem segue o meu estilo, a vestimenta é muito importante. Ela define quem é quem e ela pode instigar ou provocar respeito.
O motorista já me espera na portaria. Ele abre a porta para mim, entro e depois dá a partida. Não preciso dizer para onde vou, ele já sabe o caminho.
Já passa da meia noite, uma chuva fina cai e gotículas escorrem pela janela. Fico entretido olhando-as escorrerem pelo vidro.
De repente o carro freia bruscamente, sou lançado para frente, mas o cinto de segurança me protege.
O motorista me olha da frente assustado.
– O que houve?! – grito.
– Se… se… Senhor Torino, acho que bati em alguém.
Solto o cinto e saio do carro. Agora a chuva começa a aumentar. Vou até a frente e vejo um corpo deitado no asfalto. É de uma garota. Vou até ela e a viro para verificar seus sinais vitais…
– Amanda?? – pergunto, surpreso.
Ela bate o queixo e parece bastante machucada, mas não parecem feridas de uma batida de carro. Suas roupas estão rasgadas e sua maquiagem borrada. É óbvio o que aconteceu com ela...
– Você está bem? Eu vou chamar uma ambulância.
– Não! – ela diz segurando a minha mão – Eu não posso ir para o hospital, por favor não chame uma ambulância. – diz batendo o queixo e sangue começa a escorrer de seu nariz. Sua expressão era tão aterrorizante, que me impressionou.
Hesitei um pouco, mas acabo desistindo de chamar a ambulância. A pego no colo e coloco no banco traseiro do carro. Entro e ela apoia a cabeça em minha perna.
– Dê a meia volta, Jairo. Leve-nos de volta para casa.
...****************...
O que acharam da atitude de Morgan? Será que ele deveria mesmo levá-la para casa?
Por que será que a Amanda não quer ser levada a um hospital?
Vamos lá, me digam suas impressões, adoro ler os comentários de vocês!
Um beijo e não se esqueçam de curtir o capítulo!
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Anonymous
quem realmente leu os outros livros, sabe que o Fred é um egocêntrico, típico riquinho que acha que pode comprar tudo pq tem dinheiro e a Selina que não era assim, acaba se tornando um pouco tbm. E sabe que o Morgan é meio rude no começo, mas ele sim entende as coisas e não julga a Amanda pelo seu comportamento. Ela não foi destreinada como é o correto a se fazer, ele ajuda muitooo ela. Eu amo de verdade.
autora seus livros são maravilhosos, eu amo de verdade. já li os outros várias vezes, é a primeira vez que estou lendo esse. No final eu digo oque achei 💜✨
2025-04-22
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Vilani Vieira
Primeiro ele teve u.a atitude de humano e depois me passou várias coisa com a atitude dele,talvez v tentar acolher ela pois ela sabe de sua vida deprimente.,sofrida e tenta fazer uma.boa ação.
2024-12-23
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HENEMANN- M. Henemann
ele não deveria levar para o hospital ☹️ e sim pra casa dele 😛
2024-10-29
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