Clara abriu a porta com pressa, deixando Ana entrar antes que pudesse dizer qualquer coisa. — Entra logo, a gente precisa conversar — disse, a voz um pouco tensa.
O ar parecia pesado entre elas, como se algo tivesse ficado pendente desde a última vez que se viram. Ana entrou, fechou a porta com cuidado, tentando não fazer barulho para não chamar a atenção dos pais de Clara, caso estivessem em casa.
Flashback — No Café
A discussão entre os amigos havia sido intensa, mas carregada de preocupação e afeto. Ander, sempre o mais direto, tentava fazer Ana entender. — Você precisa parar com isso, a Clara pode decidir por ela mesma, não acha?
Luís concordava, cruzando os braços: — É verdade, Ana. Ela não vai ser sempre a virgem Maria da turma.
Ana suspirou, olhando para o chocolate quente com certa melancolia.
— Eu sei, gente. Somos amigas desde crianças, eu conheço a Clara melhor do que ninguém, e sei que ela não vai curtir esse tipo de lugar.
Ander balançou a cabeça, firme. — Então deixa ela decidir. Chama ela. Se não quiser ir, tudo bem, a gente vai só nós três.
Luís concordou. — Somos amigos, não podemos excluir ela do que é divertido.
Ana desviou o olhar, revelando um pouco da sua insegurança.
— Nem todos são como a gente. Eu não quero que a Clara pense mal de mim. Ela não sabe essa parte da minha vida, e eu nunca fiz questão de contar.
Luís a encarou sério. — Mas ela é sua amiga, deveria confiar mais nela.
Ander riu, dando um tom mais leve. — E se ela tiver esse lado também e só precisa de um empurrãozinho nosso.
Luís gargalhou. — Imagina só!
Ana sorriu, porém com firmeza. — Ok, parem! Eu vou chamar ela, e se ela se afastar da gente por achar que somos pervertidos, eu mato vocês.
Ander fez um gesto de rendição. — Ela não vai.
Ana pegou o celular — Vou resolver umas coisas e passo lá mais tarde.
— Combinado! — Os dois responderam juntos.
— Nada de voltar atrás! — Completou Ander
— Até mais, babacas! — Disse Ana se afastando.
Fim do flashback
De volta à casa de Clara, Ana lembrou do momento em que tocou a campainha. O arrependimento bateu assim que ouviu a porta se abrir e Clara puxá-la para dentro, com uma expressão carregada. Sabia que havia algo sério para ser dito.
Clara a conduziu para o quarto, com passos rápidos e decisivos. Assim que entraram, a tensão ficou evidente no ar.
— Me desculpe — começou Ana, com a voz mais baixa, tentando aliviar a situação. — Eu não queria te chatear.
— A gente vai conversar, mas primeiro deixa eu falar — Clara cortou, a voz firme, tentando controlar a emoção. — Estou muito brava, e se não falar agora, vou explodir.
Ana arregalou os olhos, surpresa com a intensidade da amiga.
— Me escuta, por favor — continuou Clara, tomando fôlego. — Não é sobre o que aconteceu na cafeteria... é outra coisa. Eu saí de lá muito chateada contigo.
Ana baixou a cabeça, como quem aceita a culpa antes mesmo de ser chamada.
— Então eu fui até a loja da minha mãe. Na saída, eu estava tão distraída, tentando entender o que você não queria me contar, que quase fui atropelada.
— O que? — Ana franziu a testa, preocupada.
— Foi tudo muito rápido. Um cara parou o carro na minha frente, e eu fiquei paralisada. Ele era um tipo... arrogante, e muito. Não acabou aí. Ele ficou comigo no hospital, e depois tivemos que sair escondidos, porque algumas pessoas começaram a nos perseguir.
Ana arregalou os olhos, incrédula. — Você está bem?
— Estou. O médico disse para eu cuidar melhor da minha alimentação, isso é tudo.
Ana ficou pensativa por um momento. — Quem perseguiu vocês?
— Repórteres, sei lá. — Clara respondeu com uma expressão de cansaço.
— E quem era esse cara?
Clara suspirou. — Ninguém mais, ninguém menos que Heitor Villar, o que tem de bonito tem de arrogância.
— Oii? — Ana exclamou, com um misto de surpresa e admiração. — Ele é um tremendo gato, e ninguém nunca o viu com ninguém. Não me surpreende que ele não queira ser visto contigo. Mas, sendo sincera, apesar de você ser linda, homens são burros!
Clara riu, aliviada por finalmente dividir tudo aquilo. — Enfim...
Depois de contar toda a história de fuga, hospital e perseguição, as duas riram juntas, quebrando o gelo e dissipando a tensão que pairava no quarto.
Porém, em meio à risada, um silêncio repentino tomou conta do ambiente. Ana, quebrando o silêncio, falou com sinceridade
— Me desculpe por hoje.
Clara olhou para ela, não estava surpresa pela honestidade. Sabia que era o começo de algo novo entre elas — um recomeço para fortalecer uma amizade que enfrentava seus próprios desafios.
Continua…
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Atualizado até capítulo 104
Comments
juliana Sereno
O que estás crianças pervertidas fazem /Curse//Curse//Bye-Bye//Bye-Bye//Bye-Bye//Bye-Bye/
2025-01-20
1
Leticia Castro Nunes Fruzina
Meu Deus o q será isso em curiosaaa
2025-01-15
1
Pamfagundesss
Gostei da Ana, amiga de verdade é assim
se sabe que é errado não tem que levar
mas ela é fraca, e vai chamar a Clara
2024-11-02
4