o aperto da mão de uma múmia

Os olhos vermelhos de Dante ficaram ainda mais vermelhos.

"Nós nos encontramos com Candace na noite anterior, quando ela estava fazendo sua grande fuga depois de roubar o Avgo."

"Então vocês a pegaram em flagrante, hein?"

Dante apontou para Slate. "Ele fez. Ele nos mandou uma mensagem para encontrá-lo no topo da Torre, então colocamos o equipamento de combate e o encontramos com ela lá em cima."

Equipamento de combate?

Candi estremeceu. Era assim que eles chamavam suas aparições demoníacas?

"Você apareceu na frente dela em equipamento de combate?" Ray Torra se levantou, faíscas azuis estalando nas pontas dos dedos.

Os sete homens congelaram. Isso não parecia bom. Seus olhos dispararam para o Guardião da Torre, repentinamente combativo.

"Eu já estava em equipamento de combate." A voz grave de Slate retumbou no silêncio. "Era meu trabalho proteger o cache."

"Além de Slate, o que o resto de vocês idiotas pensaram que isso iria conseguir além de assustá-la?"

Dante não disse nada.

Ray Torra voltou-se para Candi. "Então você é o orgulhoso proprietário do Avgo."

Candi apertou os lábios. "Eu gostaria de devolvê-lo, se puder."

Ela enfiou a mão no bolso e tirou a pedra preciosa rosa profundo. Ela colocou a pedra na mesa à sua frente com mãos gentis.

Ele estava sobre a mesa, brilhando como um coração rosa do tamanho de um golfe. Sua luz refletiva e refrativa se espalhava em uma explosão radiante de cores.

Ray Torra balançou a cabeça com um sorriso maligno. "Tarde demais para isso, minha querida. Você deveria ter pensado nisso antes de fugir com o Avgo. Você está preso a isso agora."

Candi olhou para ele com uma careta. Ela nem queria ter nada a ver com isso, agora que estava claro que estava associado a seres demoníacos que efetivamente a mantinham como refém.

O que tinha começado como um simples assalto deu terrivelmente errado. Não só ela não conseguiu alcançar o helicóptero que esperava para levar a gema ao ponto de encontro, como também não conseguiu entrar em contato com Madame Broussard sobre o Evento.

No show, no call foi o beijo da morte.

A essa altura, ela provavelmente nem tinha mais emprego. Não aparecer para o que deveria ser um evento importante do qual ela estava parcialmente encarregada era uma grande ofensa.

Mas ela poderia sobreviver a isso. Do que ela não conseguiu se recuperar foi o fracasso em entregar a pedra preciosa ao chefe da organização.

Isso por si só foi suficiente para desembarcar sua bunda nas ruas para se juntar à multidão de desempregados se ela tivesse sorte.

A essa altura, eles provavelmente pensaram que ela havia decidido manter o saque para si mesma. Isso era o mesmo que roubar da organização. Não importa o fato de que nunca foi deles para começar.

"Por favor, devolva. Você não sabe o quanto eu sinto por ter descoberto sobre essa pedra. Eu não estava esperando isso..."

"Quão?" Interrompeu Leonardo.

"Desculpe?" Candi olhou para o homem loiro com os olhos aqua.

"Como você descobriu sobre a pedra?"

Candi acenou com a mão em um gesto vago. "Eu li sobre isso em algum livro obscuro que encontrei."

Os homens se entreolharam.

Dante se inclinou para frente, olhando-a com uma estranha expressão interrogada. "Qual é o nome do livro, e onde você o encontrou?"

Candi coçou a cabeça. Ela deveria contar a verdade, não importa o quão bizarra fosse, ou deveria contar uma mentira facilmente digerível?

A verdade venceu.

"O nome do livro está escrito em uma linguagem obscura, então não tenho certeza de qual é o significado por trás do título."

"O que diz?" Dante interrompeu com impaciência.

"Chama-se Macrocosmo Elipsoidal." Ela franziu a testa.

Não fazia sentido para ela, muito menos uma sala cheia de seres demoníacos com a aparência física de modelos masculinos de maiô.

Mas seus olhos não se estreitaram com confusão. Seus comportamentos nunca mudaram. Era como se eles estivessem esperando por isso. Como se soubessem qual era o nome do livro.

"Onde você achou isso?" Dante repetiu sua pergunta.

Candi franziu os lábios em um beicinho de pato. "Eu roubei."

"Ha!" Lucas soltou uma risada. "O ladrão profissional ataca novamente!"

Candi limpou a garganta. "Algo parecido."

Jason sorriu. "Mas ela não é uma ladra gananciosa. Ela é MUITO perspicaz."

Jared concordou com a cabeça. "De todo o saque primorosamente valioso, a garota pega um livro velho e surrado e uma gema de valor duvidoso, deixando para trás os enormes diamantes, rubis e esmeraldas para trás."

Jason acenou um dedo em protesto. "Não é sem valor. É uma safira rosa requintada e ficaria deslumbrante nela."

"Isso é verdade." Jared esfregou o nariz em pensamento. "Ela tem aquele cabelo loiro mel quente e aqueles olhos castanhos que mudam de cor. Essa safira rosa daria um esplêndido diadema."

"Pare de sabotar a discussão com sua necessidade incessante de amarrar tudo ao seu trabalho de design!" Byron lançou-lhes um olhar de advertência. "Este é o Avgo que estamos falando, não uma joia manca que você pode usar para criar um equipamento de cabeça."

Dante balançou a cabeça. "Ladrões profissionais nunca são solitários. Eles SEMPRE têm uma organização com a qual trabalham."

Ele virou os olhos afiados para Candi. "Para qual organização você trabalha?"

Candi respirou fundo. Ela estava sozinha dentro de uma sala com oito seres demoníacos.

Ela poderia muito bem ser sincera com eles. Não havia lealdade a uma organização que logo a abandonaria por seu fracasso em entregar o que eles pedem.

"Eu sou um arqueólogo. É meu trabalho obter coisas valiosas de minhas escavações e entregá-las ao meu supervisor-chefe."

Dante cruzou as mãos sobre o peito e deu a ela um olhar oblíquo. "Então você é um ladrão de túmulos super educado."

Ela olhou miseravelmente para suas unhas. "Você poderia me chamar assim."

"Mas o Avgo que você pegou não era de um túmulo ou mesmo de uma escavação arqueológica." Slate entrou na conversa. "Era da nossa coleção de pedras preciosas raras e incomuns."

Ela se virou para Slate com olhos culpados. "Sim, eu sei. Não foi a gema que foi tirada de um túmulo. Foi o livro."

Ray Torra resmungou. "Como você achou isso?"

"Foi-" ela fez uma pausa.

"Sim?" Ray deu a ela um olhar penetrante.

"Estava no aperto das mãos de uma múmia."

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