Cap 04

Fernando Torres andava pelos corredores buscando por diversão. Uma das garotas de sua turma o convidou para ir ao quarto "brincar " se é que entendem.

Ele recebeu o número do bloco juntamente com o número do quarto por mensagem, perto de chegar no destino final parou no caminho ao ver a figura de Evangeline andando sozinha pelo corredor, nas mãos dela haviam um cobertor e chocolate.

"Interessante."

"O que anda aprontando coisinha!? "

Fernando a viu entrar por uma porta e a seguiu até o terraço. Ficou um tempo no escuro olhando-a em silêncio.

Aquela mulher estava mexendo com sua cabeça. Como se ela o tivesse enfeitiçado. Sei lá!

Sentia-se um idiota observando-a.

Ficando parado no escuro em pé atrás dela.

Eva o estava deixando louco. Aquele beijo deixou-o obcecado. Ele não era assim. Não tinha nenhum tipo de ligação com suas ficantes.

Mas pera ae! Eva não era uma de suas amantes. Ela era sua inimiga.

"Menina boba."

Ele a viu fechar os olhos e sorrir no processo, ela suspirou várias vezes.

Ele sorrateiramente chegou perto do ouvido dela e disse: Apaixonada?

Evangeline levou um susto tão grande que caiu pra trás.

Ele segurou o corpo de Eva antes que ela caísse de costas no chão duro de concreto.

A queda iria machucá-la.

Fernando ficou segurando-a.

O homem nem sequer se mexia.

Evangeline ficou chocada ao ver quem a segurou e a raiva cresceu dentro dela.

Nem em seu momento de paz ele respeitava.

Suspirando frustrada diante da realidade ela sentiu a mão dele comprimir ainda mais seu quadril.

— Relaxa.

Disse Fernando tranquilo.

A cor dos olhos dele mudaram para mais intensas, sua respiração ficou irregular.

"Porque ele está me olhando assim?" Pensou ela.

Mas nossa Eva não iria ceder as suas brincadeiras.

Ele era o seu adversário, o contrariador a pessoa que causava tormento. Sua simples presença trazia uma sensação negativa.

- Pode me soltar.

Falou Eva irritada.

Ele abriu aquele charmoso sorrisinho de lado. E disse:

- Se eu te soltar coisinha, você ira cair de cabeça no chão.

- Prefiro cair do que ser ajudada por você.

- Sério? Não aceitaria minha ajuda pra nada.

- Não! Você seria a última pessoa no planeta que eu pediria ajuda. Agora me solte.

Ele a olhou fixamente.

- Cuidado com suas palavras Evangeline, um dia elas poderão virar contra você.

Evangeline ignorou a advertência dele e disse:

- Me solte.

Ele ficou olhando-a com raiva.

Fernando não a soltou mas a empurrou de volta para o local onde estava sentada antes.

- O que faz aqui sozinha?

- Não te interessa.

Falou ela ríspida.

Evangeline desceu do objeto metálico e começou a recolher suas coisas.

Que triste seu lugar favorito estava arruinado.

Fernando ficou mais hostil.

Se é que isso é possível... o cara é o tempo todo grosso, ignorante e ameaçador.

Ele impediu que Evangeline passasse pela porta, bloqueando o seu caminho.

- Quem você pensa que é para falar assim comigo coisinha? Acha mesmo que significa alguma coisa, que é importante? Nem bonita você é garota. Nenhum rapaz do campus te olha porque você é tão sem graça Evangeline. Se ainda não sabe saiba agora, que ninguém iria querer beijar uma mulher chata e sem sal como você, quando te olho vejo tédio escrito na sua testa.

Fernando fez um desenho com o dedo na testa dela.

Sabemos que isso é pura raiva após a rejeição.

Pensem comigo; "Ele não consegue esquecer o beijo e todas as vezes que a vê tem o desejo de beija-la de novo. Mas como eles se odeiam, e se odeiam muito, duvido que ela iria permitir ser beijada por ele."

Os dois tem sérios problemas de relacionamento. Uma inimizade que se fosse ser medida iria estar no vermelho.

O que aconteceu anteriormente foi por puro acaso e falta de informações sobre quem ela estava beijando. Depois que aconteceu ele não conseguia esquecer... que rolo brabo!

Neste rolo todo estava Evangeline sem saber de nada.

Só pra esclarecer uma coisa: Evangeline é bonita mas ele orgulhoso demais, não iria admitir isso em voz alta.

Não satisfeito com a grosseria de antes ele complementa dizendo:

- Você pode correr atrás de todos os garotos daqui que ninguém vai te dar bola sua coisinha insignificante.

Eva ficou calada diante das palavras ofensivas de Fernando.

Ela não se sentiu intimidada. Triste? talvez! Querendo chorar!? Muito! Mas intimidada por ele? não.

Sua dignidade era maior para ficar discutindo com quem não valia a pena. Sim ela não tinha atrativos exóticos mas ela era real e não uma barbe fabricada.

O beijo do desconhecido foi uma exceção, a fez ver que tudo oque ele disse não tinha fundamento.

Ela engoliu o choro preso na garganta e disse:

- Eu não preciso provar nada a você.

Eva desviou dele abriu a porta e saiu.

Chegando ao seu quarto sua colega não estava mais ali, com certeza foi fazer as pazes após a briga pelo telefone com o namorado.

Eva deixou o cobertor de lado na cadeira e encostada na parede respirou fundo.

Fernando tinha sido cruel demais.

Ele iria pagar por cada sílaba pronunciada. Seu ódio e repulsa só aumentaram por ele, detestava aquele garoto.

Evangeline deitou na cama, uma lagrima rolou de seus olhos, ela limpou.

NO DIA SEGUINTE

- Que idéia absurda e esse Evangeline?!

Gritou sua amiga Débora sem acreditar.

Eles estavam no pátio aguardando as próximas aulas.

A de Evangeline seria Gestão de Projetos, a do Caio seria Anatomia, Débora seria História e de Judith Ciência Política.

Débora queria bater em Eva. Se conteve.

- Evangeline tudo isso é má ideia.

Eva soltou uma grande quantidade de ar e disse:

- Não é absurdo. É o que eu preciso.

- Eva você quer buscar pelo desconhecido? Pra quê?

Perguntou Caio.

Ela respondeu.

- Pessoal ontem o meu arqui-inimigo veio dizer que eu não sou desejada, se eu achar o rapaz que me beijou posso esfregar na cara dele. Sei que o processo de conquistar Heitor esta lento demais, quero arriscar encontrar o desconhecido e esfregar na cara do babaca Fernando que se acha o dono da razão mas eu vou mostrar a ele.

Judith disse:

- Amiga como você vai encontrar alguém que não sabe nada sobre ele. Você não perguntou o nome, não sabe se é daqui do campus, nem idade, nem cor dos olhos, pior nem viu seu rosto.

- Mas senti seu beijo.

Responde Eva como se sua resposta fosse esclarecedora.

Débora se pronuncia dizendo:

- Ah! Eva vai sair beijando todos os garotos pra saber? Que Loucura. Ficou doida!!

Caio caiu na gargalhada. Seria cômico fazer a barraca do beijo com Evangeline provando várias bocas até encontrar a do seu príncipe encantado.

Depois de respirar fundo para controlar a risada ele disse:

- Olha Eva eu não acredito que você seria capaz de ir adiante com essa idéia de sair beijando todo mundo. Pra falar a verdade aposto que ele sabe mais sobre você do que você sobre dele. Deixa isso quieto que um dia o rapaz te acha.

- E se ele não me achar. Eu tenho que verificar.

Falou ela determinada.

Os amigos se entre olharam. Evangeline era maluca.

Débora falou:

- Ok Eva se quer mesmo achar ele como irá fazer isso?

- Não sei.

- Eu sei.

Falou de repente Caio fazendo as garotas olharem com curiosidade para ele.

- Como?

Ele abriu um sorriso malicioso.

- Senhoritas esquecemos de uma coisa, agora que olhei para o alto que me deu um instalo.

- O que fala logo Caio.