Capítulo 11

Meu mundo cai novamente.

-Senhor Salomon o senhor está brincando?

-Porque acha que estou brincando serva?Além do que não isso que você queria?Se antes ....

-Porque me pediria em casamento?Se apenas quer dormir comigo,casamento é algo bem maior e mais complicado...-além do mais pensar nele casado é uma imagem impossível da minha mente formular,ainda mais casado comigo.

-Por que...você quer dormir comigo sem estar casada Darlivin?-Eu balanço a cabeça negando,só com a idéia,nem casada muito menos não casada.-Então eu quero que seja minha exclusivamente,e dessa

forma seu desejo também será realizado, estará casada e poderá se entregar a mim sem culpas.

Minha respiração aumenta.

-Mas ....eu não vou...como eu..-não sei como formular uma frase para expressar claramente para ele que eu não quero me casar de jeito nenhum com ele.

-Acalme se Darlivin.

-Como vou me acalmar?Eu não vou me casar com o senhor!

-Seria um milagre se você quisesse, vive me rejeitando.

Estou a beira do desespero de novo.Tento me afastar dele,dessa vez ele permite,eu me levanto e vou em direção da porta,mas paro de frente para ela,não saio.

-Porque eu não sinto nada pelo senhor,não o amo.

-Ah você quer se casar por amor?

Eu permaneço perto da porta e ele sentado na cama.

Eu não o respondo.Porque ele está fazendo isso comigo?

-Porque não quer se casar comigo Darlivin?

Viro para trás Salomon está bem atrás de mim.

-Há algo haver com a noite de núpcias Darlivin?Você tem medo?

Não o respondo novamente .

-Já não disse que não precisa ter medo?

-Por acaso esqueceu o que aconteceu comigo ontem,estou errada de ter medo?Ainda mais se tratando de você,vai lá eu saber o que você vai me fazer...

-Se é disso que tem medo,não vou machuca-la Darlivin,o que aconteceu ontem está muito longe do que acontece entre marido e mulher nas núpcias.Posso te dar um pouco de tempo para pensar ...

- Não preciso de tempo,eu não vou me casar com você.

Digo firmemente para ver se ele desiste dessa história louca de se casar comigo.

-Acho que você voltou ao normal Darlivin, decidida como antes.

-Então vai desistir dessa história de casamento?

Ele olha para mim com um olhar terno.Ultimamente esse olhar tem me assutado mais do que quando ele está irritado

-Claro que não Darlivin,caso não decida eu te obrigarei a se casar comigo.

-Isso quer dizer que vai me obrigar a me deitar com você então...tudo o que me disse antes era mentira.

-Não foi mentira,eu disse que se você não decidir por conta própria eu vou obriga lá a se casar comigo e não a se deitar comigo Darlivin.

-E isso é diferente onde?

Ele respira enfadado.

-Enfim Darlivin essa é minha proposta,você tem 15 dias para pensar.

Ele se vira e eu fico parada igual uma estátua.

Isso tudo de novo não.

Dois dias se passam,eu volto a minha rotina ,acordo cedo para ajudar Gertrude a preparar o café da manhã.

-Você deveria deixar de ser tão turrona Darlivin,você não queria se casar antes de dormir com alguém,ele está te dando essa opção.Como não deu a nenhuma outra.Pense bem,de serva você vai passar a ser senhora dessa casa.

Ela diz a parte final sorrindo,como se isso fosse ser uma coisa boa.

-Ele só faz o que ele quer,não está nem me dando opção de recusar Gertrude.Ele disse que se eu não lhe der uma resposta em quinze dias ele vai me obrigar a casar com ele.Onde isso pode ser bom Gertrude?

-Devido a sua condição de serva deveria levantar as mãos para o céus por ele te dar essa opção.

-Mas eu não quero me casar com ele,não quero nem pensar na hipótese de dormir com ele.

E isso vai acabar acontecendo,e isso que me assusta mais que tudo,parece que tudo até aqui tem me empurrado para os braços de Salomon.

-Sabe Darlivin,as vezes devemos aceitar o que destino nos reserva.

Mas eu não aceito nada do que tem acontecido ultimamente.Se isso é coisa do destino,eu simplesmente detesto tudo relacionado a ele.

Sigo minha rotina, fazer o café,o almoço a janta,organizar o quarto.

E parecendo um martelo batendo no prego é a história do casamento.Um fantasma assustador assombrando meus dias e minhas noites.

Salomon parece insatisfeito,mal fala comigo,e sai todas as noites e vem dormir quando está bem tarde.

O resultado de toda essa história e que ele pegou um resfriado forte.As noites na província do Sul são muito frias.

-O senhor está com 39 graus de febre, não devia ter saído tanto a noite.

-Isso é culpa da sua indecisão.

Parece que o resfriado o deixa mais amargo.

-A culpa é do seu carácter senhor, me pede em casamento e no dia seguinte sai a noite para fazer sabe-se lá o que.

-Vou buscar o que você se recusa a me dar.

Por isso não que vou me casar com você.-penso.

Mas fico quieta porque se eu responder na altura que ele merece vou parar no calabouço.

Dou um remédio para abaixar a febre.

-Melhor dormir e descansar para ficar bom logo.

-Tenho a impressão de que você queria exatamente o contrário serva.

-Claro,mas antes disso eu me casaria com o senhor em seu leito de morte,aí sim o senhor morreria e me deixasse toda a sua fortuna.

Ele rir, parece gostar de me ver irritada.

-Mas para receber minha fortuna nosso casamento precisaria ser consumado...um casamento não consumado não é válido.

Será que até doente ele não sossega.

Me retiro do quarto e vou para cozinha.

-Ele está impossível hoje Gertrude,da próxima vez você pode ir levar as coisas para ele?

Por mim ficaria o dia aqui na parte de baixo,até dormiria aqui se pudesse.

-Vocês já parecem casados.-Gertrude gosta de me provocar.

-Não brinque com isso...estou falando sério se continuar assim ele vai me mandar para o calabouço Gertrude.

-Ah Darlivin querida, não pense assim, e você sabe se eu for ele vai te chamar de qualquer jeito.

Eu respiro fundo.

É bem provável,e ainda vai me dizer sobre meus deveres de serva dama.

Preparo um caldo de legumes com frango e subo para o quarto.

Quando chego ele está dormindo,ele não tem comido muito diz está sem fome algo que dá mesmo quando se tem gripe.

Coloco a mão no seu rosto.

-Senhor Salomon?

-Ahn?.

-Seu almoço, precisa comer algo.

-Darlivin?...

-Venha eu te ajudo .

-Nossa me sinto acabado.

-Gripe é assim mesmo senhor.

Coloco o guardanapo no seu colo em seguida coloco a bandeja com o caldo .

Ele come aos poucos,e eu apenas observo .

-Você já parece ser minha esposa cuidando assim de mim.

Outro, ele deve estar de coluio com Gertrude,não é possível.

E bem nessa hora Gertrude bate na porta.

-Senhor me desculpe a interrupção,mas chegou uma carta com selo real para o senhor .

Um calafrio percorre minha espinha algo como um pressentimento ruim.

-Me dê aqui Gertrude.

-Será que é algo relacionado ao lorde Handom?

-Não creio que seja possível,ele já recebeu sua pena pelo ocorrido,deve ser outra coisa.

Eu retiro a bandeja de seu colo para que ele possa se mover melhor.

Eu fico na expectativa para saber o conteúdo da carta.

Seu rosto não revela nada então eu tenho que perguntar.

-Há algo de errado senhor?

Ele olha nos meus olhos,está muito sério.

-Seu pai entrou com uma denúncia de rapto, de sua filha mais velha,Darlivin Swooc.

Eu coloco a mão na boca horrorizada.

Não pode ser!

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