Capítulo 9

O homem que deveria estar dando uma festa onde

Salomon está agora.

Ele ainda tampa a minha boca então não há como

falar nada.E nem precisa,está claro que ele enganou a todos inclui do Salomon fazendo uma festa mas ele não estaria lá,eu sempre fui o seu alvo.

- Você é mesmo linda,Salomon acertou dessa fez.

Tento gritar mesmo com a mão dele tapando minha boca.

Ninguém me ouviria,eu começo a lutar com ele tentando bater em seu rosto,fazer qualquer coisa para me livrar dele.

Ele prende uma fita em minha boca,se inclina sobre mim e beija meu pescoço.

Tento lutar com ele,mas ele é bem mais forte que eu .

Ele começa a passar a mão livre pelo meu corpo e quanto mais eu tento lutar mais força ele usa para prender minhas mãos e meu corpo.

Tempo gritar por debaixo da fita que ele colocou sobre a minha boca,mas é inútil,só saem sons,sons do meu desespero.

Por mais cruel que Salomon fosse desejei ardentemente que ele apareça,ele disse uma vez que era dever dele cuidar de mim como senhor. Ele poderia fazer isso agora.Mas sei ao mesmo tempo que ele está longe agora,talvez com um copo de vinho nas mãos,conversando com os amigos,se divertindo na festa desse monstro.

Quando o homem vai descendo com a mão até meu pé e levanta meu vestido,por mais que eu tente lutar sei que é uma batalha perdida, as lágrimas descem por meu rosto e logo os soluços começam,por que essas coisas têm acontecido comigo,logo comigo ?

Nem ouço os barulhos de passos.

-Lorde Handom,você tem um segundo para largar minha serva.

Sem nem mesmo precisar de ordens os guardas tiram ele de cima de mim.

Eu fico no chão chorando e soluçando querendo que o chão se abra e me engula junto.

-Amigo pra que todo esse escândalo por causa de uma escrava? -ouço o homem dizer.

Não sei como está o rosto de Salomão mas sua voz é como balas atiradas de uma arma de fogo.

- Isso não lhe cabe Lorde,mas saiba que de todas as coisas que você poderia tocar e acender minha ira você foi logo na primeira.Você achou que eu não desconfiaria? Você dá uma festa e nem aparece.Eu vi seus olhos sobre Darlivin,a cobiçando como um lobo,mas eu lhe disse,Darlivin e minha,e segundo nosso trato ninguém poderia toca-las ou qualquer coisa do tipo,e o que você faz?Na primeira oportunidade invade minha propriedade para a violar...o que eu devo fazer com você "amigo", você sabe que tenho uma arma lá em cima,eu deveria acabar com você aqui mesmo?....-Sua voz está em um Tim bem mais alto que o normal.Ou raiva faça a voz dele ficar mais aguda.

-Salomon...amigo não faça uma loucura apenas ...

-Eu não quero ouvir sua voz,vê seu rosto,ou mesmo ouvir falar de você....não vou te matar,isso será muito fácil....e rápido...Guardas levem ele até a Guarda real ...e se ele dificultar as coisas podem terminar com o assunto.

-Salomon ...isso pode me...

-Tirem no da minha frente!

Ouço os guardas o levando,consigo ouvir seus pedidos para Salomon não fazer isso.

-Darlivin? Você está bem?-Agora sua voz parece suave.

Eu não o respondo,com o choro e o soluço fica difícil falar.Mas olho para ele.

Eu sinto suas mãos descendo a parte do vestido que o lorde Handom subiu.

Como não me mexi,ele me levanta do chão me ajudando a ficar sentada.

Se antes eu estava chorando não sei como descrever agora que parece que cachoeiras descem por meus olhos.

Em meio a dor a tristeza,vergonha ,nervosismo,humilhação,desespero surge um outro sentimento: gratidão.

Eu abraço seu pescoço com força tremendo,chorando,tentando expressar a dor que sinto nesse momento,e buscar apoio daquele que eu acreditava ser o último a quem eu buscaria apoio.

- Eu sei- Ele diz.-Você está segura agora,vamos

entrar,acalme se.

Ele me carrega no colo,meu estado não está dos melhores agora.

Ele entra na casa gritando por Gertrude,ela de

camisola e cabelos soltos vem acudir.

-Senhor o que houve?

-Por favor Gertrude vá até meu quarto e pegue um

calmante no banheiro para Darlivin,e prepare um chá, acorde as outras servas também.

O choro não para, vem a cada minuto a minha mente o que poderia ter acontecido se Salomon não tivesse chegado e o choro volta intensamente .

-Aqui o remédio senhor .

-Me dê um copo de água.

Quando Gertrude volta com o copo de água ele tira minhas mãos do seu pescoço e passa para ela .

-Dê o remédio a ela é tente acalma la por favor,preciso resolver esse assunto agora.

-Claro senhor,Darlivin vamos tome isso vai ficar melhor.

Me amarro a Gertrude como se ela fosse minha mãe e eu pequena e frágil,mas o choro não para de jeito nenhum.

Com muito esforço ela me da os remédios, depois algumas servas trazem o chá .

Salomon deixou um segurança de plantão na porta da sala.

Depois de um tempo Gertrude me ajuda a subir para o quarto,eu insisto em tomar banho,não consigo explicar a ela o sentimento de violação e de humilhação,tomei banho como que para limpar esse episódio do meu corpo e da minha mente,não acho que tenha funcionado muito.

Gertrude me ajuda a por uma camisola e a deitar .

Apesar de estar sonolenta,o sono não vêm,apesar de ter lavado o rosto,as lágrimas voltam e me fazem molhar o travesseiro.

-Calma menina,você está bem agora.

Demoro a consegui dormi mesmo com o remédio de Salomon,ele ainda não havia voltado quando pego no sono.

Alguém mexendo em meu cabelo,em meu rosto,aquele homem novamente.

Dou um salto da cama,assustada com a respiração a

mil, olho assustada para olhos verdes que me olham

atentamente .

Salomon.

Ele chega perto de mim e eu me afasto.

-Acalme se não vou te fazer mal.

As lembranças dessa noite voltam e como se fosse um tiro,eu perco a força,e caio no chão ao lado da cama,fraca e sem

forças .

-Darlivin?

Ele me me pega do chão e me coloca na cama.

- Não me sinto bem.-pareço uma criança chorosa.

-Seria um milagre se estivesse se sentindo bem.

Ele me ajuda a me deitar na cama,e fica ao meu lado .

-Obrigada por me salvar Salomon-inevitavelmente volto a chorar.

- Sei que é o pior momento para te perguntar isso,mas é necessário...ele conseguiu fazer algo com você,ele te machucou?

O choro incessante volta,só a lembrança me faz chorar.

- Isso é um sim?!

Eu me levanto e o abraço novamente com força .

Ele apenas me recebe de braços abertos.

-É um não-consigo dizer em meio ao choro.

Ele parece aliviado.

-D-desculpe fui ao jardins sozinha,fui descuidada.-Mais choro .

- Não vamos falar disso agora,e a culpa não foi sua,agora venha deite se.

Ele me puxa para seus braços,e eu não me sinto desconfortável,ou com medo,sabendo que por mais cruel que ele seja,e maldoso, hoje ele fez o que eu nunca imaginaria que ele faria, me proteger,e me ajudar,pela imagem dele antes desse acontecido eu acreditava que ele seria capaz de me machucar e deixar que outros me machucassem,mas eu

me enganei,em nada ele se parece com esse homem que agora me segura e me acalenta em seus braços.

Acordo e ao poucos, vejo um movimento no quarto e me sento de supetão.

Salomon está se arrumando colocando o terno.

-Senhor Salomon?-

Minha voz sai um pouco rouca,talvez por causa do choro.

-Darlivin,fique sossegada,não precisa se levantar,hoje

quero que descanse.

Eu nunca imaginaria que algo assim saísse da boca dele.

Não retruco porque em qualquer outra situação eu iria mesmo doente,mas hoje simplesmente me sinto um caco.

- Eu apenas acordei cedo por que há um médico lá em baixo.

-Médico?Para quê?

Ele se aproxima e senta na cama.

- Por mais que o lorde Handom não tenha conseguido te fazer nada,você ainda tem escoriações pelo corpo,precisa ser examinada por um médico você querendo ou não.

Eu penso, lá na península do Norte só vamos ao médico para nascer e morrer,não sei exatamente como é uma consulta médica.

-Senhor Salomon?

- Sim Darlivin.

-El-ele o médico, não vai pedir para eu me despir não é.-

Falo baixinho como se eu não quisesse que ninguém mais ouvisse apesar de ter apenas eu e ele no quarto,além do fato de o quarto ser a prova de sons.

Ele olha para mim,com os olhos ternos como se derrepente eu fosse uma criança vulnerável .

- Ele sabe do ocorrido,não cometeria tal desatino a

alguém que quase foi violentada,e não se preocupe eu ficarei no quarto durante a visita dele.

- Tudo bem-digo um pouco mais tranquila.

Como as coisas mudaram em apenas uma noite,minha vida

todos os dias parece uma roda gigante em que uma hora

eu desço ,outra subo,fico na média,agora por exemplo.

O médico entra no quarto e isso me deixa muito nervosa,mas como prometido Salomon fica no quarto.

O médico é até simpático,pergunta como estou me sentindo,se há algo que estou sentindo.Lhe digo que minhas costas doem.Ele examina meus braços,pernas,costas.Ouve minha pulsação.

Ao menos isso me pergunto o que mais meu futuro me reserva.

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