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QUINZE ANOS ATRÁS....
Ibacém e Kaolim, brincavam de arremessar lanças no campo de treinamemto dos apoemas, a garota mesmo de forma desajeitada, tentava aperfeiçoar sua técnica para vencer o amigo.
Ibacém , era gentil, calmo e educado e tentava ajudá-la, deixando seu arremesso mais fraco. Ambos, todas as tardes, praticavam, para que assim pudessem ganhar a competição Que todo ano tinha na festa do seu reino.
Após o treino, os dois voltavam para o centro do Palácio, o sol já começava a se pôr, quando avistaram um aldeão que corria na direção da casa de Kaolim.
— Será um mensageiro? Comentou kaolim
— Deve ser, mas por que será que ele está tão angustiado? Falou Ibacém.
— Que tal, tentarmos escutar o que ele irá falar com o papa? Sugeriu Kaolim. Porém o guerreiro ficou receoso, pois escutar escondido, poderia levá-lo a tomar vinte chibatadas.
— Acho melhor não. Falou o garoto tentando dar meia volta, no entanto, Kaolim foi mais rápida e segurando em suas mãos o arrastou.
Dois minutos depois, ambos estavam tentando observar o que o mensageiro dizia. Apesar de todos dentro dos aposentos de visitas falarem muito baixo e na língua antiga dos apoemas, o garoto por ser mais dedicado aos estudos pôde entender com maior precisão o que se dizia.
—Itaka uogi nama Vivás— Um dos nossos foi capturado, por Vivás! — Dizia o homem, na língua dos Apoemas.
— Me diz o que eles estão falando Ibacém? Susurrou Kaolim, para o garoto que falou.
— Se você não tivesse faltado nas aulas da língua antiga, eu não teria que estar me arriscando para traduzir. Resmungou. Mas logo disse:—
— Bem, parece que um dos Aldeões foi capturado por guerreiros Vivás próximo ao eren .
— Vivás? Se questionou, não sabendo de quem se tratava.
— Faça silêncio! Ou então não irei escutar o restante. Disse Ibacém, voltando a olhar através do buraco feito na palha.
— Tugi me uogi — Sabe me dizer, qual dos nossos foi capturado?— Perguntou o Rei Rudá.
— Uogi ta Tarã Terra! Falou o mensageiro, enquanto uma ruga de preocupação e espanto se formou no rosto de Rudá. E Ibacém, que até então escutava a conversa ficou petrificado, pois o homem que havia sido capturado era seu pai.
[...]
Alguns quilômetros dali, nas muralhas da província do Leste. Raoni e seu amigo Tauan espreitavam movimentos suspeitos de guardas do império Vivás. O local ficava entre as montanhas e as redondezas da vila.
— O que você acha que estão fazendo?
— Não sei exatamente, mas se estão longe dos portões não deve ser algo bom. Supôs Raoni inquieto.
— Será que essas pessoas amarradas e de vestes diferentes vieram de muito longe?
— Nunca vi, ou li sobre tais povos. Disse Raoni, percebendo que mais guardas chegaram, dessa vez trazendo um homem amarrado.
— Nós não fizemos nada para vocês, por que fazem isso? ..
— Cale-se seu Apoema inútil. Disse um dos guardas, chutando o estômago do homem que caiu de joelhos.
— Parem com isso! Ordenou o garoto. Enquanto todos naquele arraial, olharam para ele atônitos..
— Exijo que me expliquem o que estão fazendo? Questionou mais uma vez o garoto. Enquanto uma sombra se formou atrás dele. — Vamos expliquem!
— Jovem abaquar, vejo que está fora dos portões. Disse uma voz grossa e Calma, ao virar-se para olhar, Raoni percebeu que se tratava de Ubiratan, o primeiro conselheiro tribal.
— Seu pai sabe sobre sua saída? Questionou, com um olhar intimidador. Raoni, sentiu-se de alguma forma ameaçado, mesmo que aquele homem o tivesse tratando com respeito, no fundo ele percebia determinada aspereza em seu tom de voz.
— Guardas peguem o jovem abaquar e seu pequeno guerreiro e levem eles para a fortaleza do imperador. Ordenou Ubiratan.
Uma hora depois, o primeiro conselheiro, chegou a fortaleza do imperador, acompanhado dos guardas que ainda carregavam Raoni.
O ambiente estava movimentado, devido a seu desaparecimento.
Quando o primeiro conselheiro chegou na sala principal, Ubirajara, imperador, pai de Raoni, veio imediatamente ao encontro dos soldados que o carregavam.
— O que está acontecendo? Perguntou Ubirajara com sua voz grossa e firme. Os guerreiros, imediatamente soltaram Raoni que se curvou perante seu pai, assim como todos os outros guardas e Ubiratan.
— Grande senhor da lança, quando estava pelas redondezas com os guardas em busca de inimigos que tramavam contra a sua vida, acabei encontrando o jovem abaquar que estava fora dos portões da Vila. Disse Ubiratan de forma calma.
— O quê? Então aquelas pessoas estavam tramando contra vida do meu pai. Disse Raoni em seus pensamentos. Analisando o que até o momento não tinha nada a favor de sua defesa.
— Raoni, o que você fazia fora das muralhas? Questionou Ubirajara irritado para o filho que de cabeça baixa, falou:
— Peço perdão grande senhor!
— É só isso que tem a dizer? Disse o pai de Raoni, batendo forte no chão, enquanto se abaixou para conversar com o filho. — Você sabe qual a consequência de desobedecer uma lei do reino?
— Por favor, perdoe a minha imprudência grande senhor. Continuou a se desculpar Raoni percebendo que sua infração era grave e mesmo sendo filho do imperador, não poderia escapar de uma punição.
— Grande Senhor da lança, falou Ubiratan. — Já se decidiu sobre a punição do jovem abaquar e desse guerreiro que o acompanhava? Instigou o primeiro conselheiro, como se esperasse o pior castigo para Raoni. Ubirajara, por uns minutos ficou em silêncio e mesmo sendo contra sua vontade e uma vez que o primeiro conselheiro parecia esperar uma decisão justa de sua parte apenas virou-se e falou.
— Levem o jovem abaquar para seus aposentos. E o amigo para a prisão, amanhã perante todos os conselheiros decidirei sobre o castigo deles. Disse Ubirajara para o primeiro conselheiro que se curvou em reverência e depois fez sinal para um dos guerreiros escoltar o jovem príncipe até seus aposentos e outro para levar Tauan para a prisão.
Do lado se fora das portas, Einapuã e Iberê, ambos filhos do primeiro conselheiro espionavam. Quando viram que os guardas estavam vindo, correram e se esconderam atrás de uma coluna feita de madeira.
O primeiro conselheiro saiu, e Einapuã percebeu que seu pai parecia alegre com a situação
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Alguns dias depois, nas redondezas do lado oeste, Ibacém observava como subiria a montanha e escalaria as muralhas da província dos Vivás.
O garoto de doze anos de idade começou a escalar a pequena trilha que inicialmente era de um solo cheio de relevos até enxergar as grandes muralhas da província do Leste. Logo começou a caminhar em direção das muralhas, todavia escutou ruídos vindo das partes baixa da montanha. O guerreiro pegou sua lança e vagarosamente caminhou se esgueirando pelo chão, achando se tratar de um animal feroz. No entanto, ficou surpreso ao ver que quem fazia o barulho era Kaolim.
— Ibacém, como você ousa tentar salvar seu pai sem a minha ajuda?
— Desculpe Kaolim, mas é a filha do rei dos Apoemas , o grande papa. Se acontecer alguma coisa com você toda a nossa descendência será desgraçada. então volte antes que o papa descubra
— Acho que não vou poder fazer isso...
— Volte agora mesmo! Não irei te levar comigo! Disse o guerreiro virando as costas e começando a escalar as muralhas.
— Ibacém! Chamou a garota, sem obter resposta. No entanto, ela também era muito boa em escalar, por isso o seguiu.
Ao chegarem no topo do muros, perceberam que haviam alguns guerreiros de guardas. Os dois se impressionaram com o tamanho da vila do Vivás e como era desenvolvida e moderna em relação ao lugar onde viviam.
Kaolim e Ibacém começaram a andar pelo local, e o garoto logo notou que não poderia caminhar pelas ruas sem vestes daquele povo, por isso pegou duas roupas estendidas em um varal da uma casa de um senhor rico, na verdade, aquela era a casa do primeiro conselheiro Tribal. Por coincidência haviam duas roupas que eram proporcionais ao seus tamanhos. Logo após se vestirem saíram, sem ser notados pelos servos daquele lugar.
Quando estavam no meio da multidão, uma voz surgiu:
— O que vocês pensam que estão fazendo? Disse um guarda para dois homens bebados que discutiam. — Vamos irei levá-los para passar uma noite na cadeia. Continuou o guarda agarrando pelo colarinho das roupas dos dois e os arrastando. Ibacém e Kaolim então resolveram segui-lo.
Minutos depois, o homem chegou em um lugar com paredes altas, parecia uma fortaleza. Contudo haviam dezenas de homens fazendo a segurança do local. Por isso, Ibacém sentiu-se entristecido. Mas os dois homens que faziam confusão, iniciaram outra vez a briga, mesmo estando amarrados. Então aproveitando o descuido dos guardas, Ibacém e Kaolim adentraram os portões. Todavia, um dos guardas os viu e chamou um de seus companheiros para os procurar. As crianças correram até chegarem em lugar com muitas pessoas atrás de uma porta. E se esconderam por trás de muitos barris vazios que estavam naquele local.
Até que Ibacém conseguiu avistar seu pai e fez um barulho com a boca imitando um canto de pássaro.
Terra, pai de Ibacém que estava cabisbaixo na prisão, imediatamente olhou ao redor, pois àquele era o sinal que só ele e seu filho sabiam. Logo, ele assoviou de volta. Porém os outros presos que tentavam dormir resmungaram.
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Atualizado até capítulo 90
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