Meia hora depois, Ibacém e Kaolim estavam em frente ao portão do tribunal interno, que ficava no palácio da alvorada, local que abrigaria as futuras mulheres do Príncipe herdeiro. A garota possuía os olhos firmes e não estava feliz de ser deixada para trás pelo seu tutor provisório.
— Por que logo você, foi quem me escolheu para entregar como oferta de aliança ao império Vivá. Falou Kaolim com certa decepção em sua voz ao rapaz que falou.
— Era isso, ou sua morte. Você acha mesmo que o rei Aiberê sendo um traidor de seu pai, manteria um inimigo por perto. Disse Ibacém olhando para o lado, evitando olhar os olhos de Kaolim.
— Quando você se tornou dessa forma Ibacém? Eu poderia ter lutado contra o meu tio. Poderíamos ter vencido!
— Você está errada! A única forma da sua sobrevivência era ser entregue como oferta para salvar nosso povo da fome. Retrucou Ibacém a garota que fechou os olhos e com determinado desdém disse.
— Claro, para isso, estou aqui. Terei que ser concubina do futuro líder de uma nação sem escrúpulos. disse ela, mas logo Ibacém a segurou com as duas mãos, apertando seus braços dizendo:
— Kaolim eu sou a pessoa que mais os despreza! Vê meu rosto, como é abominável de se olhar. Começou Ibacém a falar, tendo à atenção da garota voltada para sua face. Depois prosseguiu.
— Porém, eu não me deixo dominar por sentimentos tolos de precipitação, orgulho ou vingança, entenda que eu não suportaria perder você. Explicou Ibacém, com firmeza em sua voz, tentando não transparecer qualquer sentimento de tristeza perante Kaolim. — Por isso, não vacile com sua língua nesse lugar, ou perderá a cabeça antes mesmo de alcançar o nosso objetivo, não morra até eu poder te resgatar. Disse o homem, a encarando estando determinado e com medo ao mesmo tempo, seu olhar era confuso.
— Eu os odeio! Odeio os líderes que matam sem piedade e desprezam seu próprio povo apenas para se manterem forte no poder. Susurrou a garota.
— Você está falando do nosso povo, ou dos Vivás.
— E importa a ordem?
— Seja como for, jamais expresse seus verdadeiros sentimentos. Agora preciso partir, tenho que voltar a nossa tribo com os mantimentos conseguido pelo seu dote. Peço que seja forte e tente não se deixar enganar. Se for seu destino morrer , lute contra isso e sobreviva. Prometo que não te deixarei sozinha por muito tempo. Finalizou o homem dando-lhe um beijo na testa e logo em seguida, se retirou do local, enquanto os servos à acompanharam para dentro do pavilhão.
— Não pretendo morrer Ibacém, pretendo sobreviver para que possamos nos encontrar novamente. Disse a garota com o coração apertado, enquanto via seu tutor partir. Ela sentia como se fosse a última vez que poderiam conversar de uma forma tão próxima e amigável.
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Ao anoitecer, Raoni se encontrava nos seu Palácio de príncipe herdeiro. O jovem rapaz, bebia vinho de arroz, e já estava aturdido. Tauan, seu guerreiro pessoal, tentava tirar o copo de porcelana de suas mãos, mas o jovem abaquar insistia em continuar a beber.
— Vê isso Tauan? Disse mostrando o copo. — Significa que tenho que me anestesiar por não ter controle da minha própria vida. Dizia o rapaz entornando o copo, e logo em seguida passou as mãos na mesa baixa, jogando todas as louças no chão.
— Aaaaaaaaahhhhhhh! Raoni gritou, enquanto um eunuco entrou dizendo:
— Meu senhor, por acaso está machucado? Questionou o súdito, enquanto ele simplesmente o encarou.
— Ousas tentar me parar servo? Questionou, para o eunuco que imediatamente se corrigiu.
— Longe de mim, meu senhor, apenas estou preocupado com vossa alteza.
— Vê isso Tauan, eles me chamam de alteza, mas são todos espiões da rainha sênior. Acho que preciso pegar um ar. Falou o jovem , tentando se colocar de pé, porém mal conseguia se apoiar.
— Jovem abaquar. Disse o eunuco tentando segurá-lo, mas ele saiu titubeando, enquanto Tauan acenou com a cabeça pedindo para que os servos permanecem, pois o acompanharia.
Do lado de fora, em cima da ponte que cortava um pequeno lago, Raoni observava que a noite estava bonita. De longe, ele avistou Einapuã a filha do primeiro ministro que caminhava com suas servas e vinha em sua direção.
— Jovem abaquar. Cumprimentou a garota, de belos traços de forma educada. Enquanto o rapaz a observou.
— Está me tratando com tanta formalidade, devido ao casamento arranjado? Questionou Raoni a garota que manteve a postura serena. — Espero que não tenhas preocupações desnecessárias, mesmo se esse casamento acontecer, só pode haver uma mãe da nação e com certeza será a que eu mais prezo. Avisou o esbelto jovem , enquanto a garota levantou sua cabeça.
— vossa alteza andou bebendo novamente? Questionou a garota em um tom delicado para o rapaz que sorriu. — Em seguida ele segurou nas mãos dela e falou:
— Só você pode me entender. Disse, levando as mãos da garota próximo de seu lábios dando alguns beijos.
— Meu senhor, por favor, desta forma eu fico tímida. Disse Einapuã retirando suas mãos. — Agora preciso ir para meus aposentos, amanhã tem preparação para a seleção das mulheres e preciso estar pronta. Informou, em seguida, ela se despediu e saiu em direção ao Palácio da alvorada.
Assim que a garota se afastou, Tauan se aproximou e colocou uma das mãos no ombro do amigo.
— Sei, o quanto Einapuã é importante para que você possa obter poder, mas não esqueça que ela é filha do primeiro conselheiro. Se ela realmente te amar, não vai se importar com a ordem em que você se casa. Aconselhou Tauan.
— Você está querendo insinuar algo sobre a mulher que gosto?
— Claro que não meu senhor, apenas externei alguns pensamentos que possuo . Disse Tauan, enquanto Raoni ficou olhando para Einapuã até desaparecer.
— Tauan, solicite uma reunião com o segundo conselheiro, preciso ver os meios para entender o motivo do casamento com à Apoema. Disse o garoto, convicto, enquanto Tauan imediatamente obedeceu e ao se afastar alguns passos do jovem abaquar preparando-se para fazer o que seu mestre pediu, percebeu alguns movimentos nas telhas das casas.
“ Ratos ou gatos?” Se questionou vendo um vulto nas sombras, o guerreiro segurou o cabo de sua espada e a desembainhou, quando apenas sentiu uma flecha passar de raspão por suas costas e em seguida um barulho na água.
— Jovem abaquar! Gritou o guerreiro correndo na direção do lago, pois o príncipe havia sido atingido por uma flecha. Todavia, os assassinos que estavam em cima do telhado lançaram outras flechas em sua direção, o homem rebateu todas e lançou um punhal em direção a um deles. E outro jogou na direção do sino que avisava sobre invasões no Palácio, imediatamente os homens encapuzados de preto saíram do local, pois notaram que os guardas do Palácio se aproximavam. Tauan então correu para o lago, mas outra pessoa foi mais rápida que ele, e como um peixe dentro d’água mergulhou.
Kaolim, nadou em direção ao jovem abaquar que estava desacordado devido ao álcool e com um ferimento em seu braço esquerdo. Apesar de não ter o reconhecido como príncipe herdeiro, apenas segurou forte em seu corpo e o puxou para cima, naquele momento ela quebrou a promessa que havia feito para si mesma na infância. Ela estava salvando um homem Vivá, um ser indigno de sua confiança.
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Atualizado até capítulo 90
Comments
Amy Carmichael da Silva
amei a parte q ela salva ele 😍😍
2022-02-24
10
Amy Carmichael da Silva
Fiquei triste pela Kaolim, ninguém merece ser segunda opção... 😪
2022-02-24
4