Realeza part. 5

A senhorita Szmit peço perdão pela indelicadeza, mas minha prioridade é manter sua segurança, por favor me acompanhe.

  Não digo nada enquanto encaro o homem de uniforme militar caminhando na minha frente e percebo que estava tão absorta nos meus pensamentos que nem percebi que ele estava falando comigo em irlandês, me sinto confusa e estranha.

 - quem é você? 

 Digo em irlandês, minha mãe me ensinou desde pequena a falar irlandês e também sou fluente em 7 idiomas diferentes.

 - A senhorita não precisa saber quem eu sou, mas me chame de Kael, a única coisa que importa é a sua segurança.

  Esse cara é arrogante e prepotente odeio ele.

 -Seria muito seguro seus homens soltarem meus braços, educado também, confortável, tenho meus próprios seguranças e aliás seu cadarço está desamarrado. 

 Ele virá e me olha e sinto medo profundo de irritar alguém, irritar esse cara pra dizer a verdade, não chega nem perto do olhar mortífero do meu pai porque é pior, esse cara parece um demônio.

 - Senhorita Szmit, Alteza Cavendish eu não me importo se for espernear, gritar, chorar ou tentar correr eu vim até aqui para levá-la para casa onde sua avó a espera, mas por favor não me obrigue a ser rude com uma mulher de quase 20 anos que se comporta como uma princesinha mimada e não sabe de nada da vida porque não passa de uma pirralha mimada e aliás seus seguranças foram dispensados.

Okay eu sei que sou bem terrível mas isso me deixou magoada e esse cara babaca vai se arrepender de me dizer isso mais cedo ou mais tarde, de repente sinto os braços me soltando e caminho até o homem uns 20 centímetros mais alto que eu com a cabeça erguida como se fosse uma princesa, mas neste momento serei uma rainha bem malvada, sem escrúpulos e de alma indomável que eu sou, enquanto ele me encara diretamente nos olhos, me aproximo um pouco mais tentando intimidar o que é óbvio não funciona nem um pouco se eu continuar olhando pra ele assim vou ter cãibra no pescoço, minha testa nem chega a bater no peito do infeliz ele percebe isso levantando de leve um canto da boca pra que só eu veja e então nesse momento faço minha jogada de mestre, se ele vai debochar levantado o canto da boca rindo de mim então sinta o deboche do levantamento do meu joelho nas suas bolas seu cretino de merda, apesar de ser um brutamontes ele não conseguiria impedir aquela joelhada devido a curta distância e minha velocidade, "Kael": ZERO, Ely: Um.  Fui escoltada ao alojamento por vários seguranças o zero a esquerda não me encheu de novo e também não falou comigo em momento nenhum apenas passou ordem pelos homem pra eu que arrumasse minhas coisas para serem carregadas e é exatamente isso que estou fazendo quando ouço gritos no corredor, como a boa pessoa que eu sou ignoro totalmente, porém, eles continuam e então resolvo ir ver o que tá rolando e então vejo minhas companheiras de quarto sentadas no chão como criminosas vigiadas pela alta segurança do FBI. 

- Por que vocês duas tá aí? 

Annya resmunga e então vou andando até ela quando bato em um peito duro e doeu. - Você é idiota cara? Elas moram comigo!  

- Eu sei, bom isso é um castigo pra você, quer dizer a retribuição do presente que me deu hoje. - Esse cara é idiota ou se faz?

 - Para se vingar de mim você precisa amarrar duas jovens na porta do alojamento delas? 

- Não,  eu amarrei suas duas melhores amigas e se quiser soltar elas precisa passar por mim. 

 O queeeee? Esse cara tem problema?

 -Melhores amigas? 

 olho para Annya e Madja, a segunda aponta para Annya que dá de ombros.

 - Bom, primeiro você é um idiota, segundo eu não tenho amigas ainda mais "melhores" e não vou me humilhar por isso, meninas desculpa, mas não ligo se ficarem ai por um tempo 

- Sério princesa? Você não se importa nem um pouco com elas?

 - Adeus.

 Me viro andando pro alojamento e esperando que ele cai no meu golpe, bom se ele prendeu elas porque eram minhas “melhores amigas” ele se deu mal e eu disse a verdade ficar ali por um tempinho não deve ser tão ruim se ele não cair nessa.Três horas depois as duas entram no quarto mas é Madja quem parte pra cima. 

- Que merda você fez, garota? Você é uma bela de uma imbecil, acha que só porque é rica pode passar por cima de todo mundo? Eu vi o que você falou para Wos Zielinski sua vagabunda.

Eu levanto os olhos do livro que eu tô lendo e olha para Madja incorporando meu olhar de princesa demoníaca e diminuindo a existência dela a nada, ela pelo visto se sente desconfortável, mas é Annya que tenta mediar a conversa.

 - Mad, deixa isso pra lá ok?Ela pode nem ser a culpada por isso. 

 Annya está com medo e tremendo, ela segura um braço de Madja que ainda está parada na minha frente.

 - Eu  deixar  pra lá? Essa vagabunda, megera, que da em cima de qualquer um, deve ter por onde puxar, eu sei que seu pai é alguém do congresso, mas você deve ser uma bastarda filha de uma pintora pitoresca, vadia e destruidora de lar por isso precisam tanto esonder sua indentidade, você é uma vagabunda e acha que é quem a filha do Marechal porra? eu vou arrebentar sua cara vagabunda.

 Annya parece um fantasma e que vai desmaiar a qualquer momento, jogo a cabeça para trás e dou muitas gargalhadas enquanto as duas me encaram Annya com medo e Madja com mais ódio que antes e nesse momento ela pula pra cima, ela tenta me socar e eu fico desviando, pego o braço dela e vou torcendo numa chave de braço coloco Madja contra a parede e sussurrei bem no ouvido dela. 

- Sabe Madja, eu poderia simplesmente te ignorar, mas ofendeu minha mãe, uma pintora pitoresca, mas apesar de ser pitoresca ela é a primeira dama  de Vármia-Masúria enquanto você é o que? Uma vagabunda que se acha  só porque tem um pouquinho de dinheiro  e fama? Bom, quase ninguém me conhece e ainda sou mais famosa que você, o que você tem eu poderia comprar dez vezes mais e melhor então sim eu sou a filha do Marechal e faço o que eu bem quiser com tudo e todos. 

 Quando termino de falar ela olha e começa a rir. 

- Você é ridícula, nunca que você é  filha do Marechal.

ela continua rindo  e num instante perco minha paciência saindo porta afora onde tem uma horda de seguranças em volta da porta, eu vou passando com Madja imobilizada e agarrando o pescoço dela, levei ela até a caçamba de lixo do colégio chego perto dela de novo e sussurro.

- Bom, quando estiver podre e fedendo, logo depois de eu te jogar aí dentro.

 Ela solta um grito me chamando de louca e nesse tempo já tem uma multidão nos observando.

 - Lembre de mim depois disso tudo e não volte para nosso alojamento até que eu tenha ido embora amanhã  ou vou fazer pior, eu Maely Adeladja Szmit Cavendish.

  Eu vejo espanto e terror no rosto dela quando termino de empurrar ela no lixo, quando me viro dou de cara com Kael.

 - Tá me olhando assim por quê? Quer ir pro lixo também? 

 Todos se espantam e ele apenas levanta as mãos rindo e me segue enquanto eu vou andando, então reparo que sai do alojamento de roupa de dormir e eu nem importo, como se não fosse o suficiente encontro o reitor no meio do caminho com um sorriso pálido e preocupado.

 - Senhorita Szmit, posso ajudar em algo? 

 Eu olho pra ele e finjo desinteresse quando digo.

 - Tire sua neta da caçamba de lixo.

 ele me olha espantado e começa correr em direção ao lixo, Kael está vermelho ao meu lado com certeza segurando uma risada encaro ele olhando feio.

 - Então a pequena alteza, tem mesmo um senso de humor tão fascinante quanto ouvi dizer?

 - Vai se foder! 

 sigo andando, mas escuto o som de gargalhadas atrás de mim e isso me deixa com mais raiva em algum momento vou colocar esse cara empalado de enfeite na minha parede de caça e não eu tenho uma parede de caça, mas adoraria começando uma coleção com a cabeça dele, volto para o alojamento e me jogo na cama caindo no sono. Acordo como sempre e fico esperando minha coragem de levantar aparecer, me viro na cama e grito quando vejo Kael deitado na minha poltrona de leitura.

 - Bom dia Alteza.

 - Você é maluco como entrou no meu quarto?

 - Bom eu não sou maluco na maioria das vezes, a porta estava aberta e dormi aqui para garantir que você não fugisse no meio da noite.

 - Bom, eu com certeza deveria ter pensado nisso quando eu ainda podia fugir.

 Eu olho para ele que agora está sentado com o cabelo levemente bagunçado e a camisa branca aparecendo por baixo da roupa militar, convenhamos que ele é um pedaço de mal caminho, uma ótima visão aos meu olhos cansados.

- Vai ser bom viajar com alguém bonito como eu, estava com medo de ter que pedir um espelho para ter que ficar me olhando durante a viagem.

Ele me olhou descrente do que acabei de dizer, como se tivesse um terceiro olho brotando na minha testa, me sinto feliz incomodando esse sujeito e essa vai ser a mais nova forma de aplacar meu tédio durante essa viagem.

- Bom para alguém que teve o melhor tipo de educação isso me pareceu um tanto arrogante, mais uma coisa para sua lista alteza “altamente narcisista”.

- Errado Kael nunca diga que eu sou narcisista, eu nao sou,  narcisismo é um defeito das pessoas e eu não tenho defeitos.

Ele começa a rir como se fosse impossível acreditar no que ouviu e parece incomodado por não conseguir me provocar e nem lidar com esse meu lado, eu adoro fazer isso com homens, ferir a masculinidade de um homem é tão engraçado quanto ir a um show de stand up.

- Certo alteza, você é exatamente o que se espera da realeza.

- Obrigada, talvez seja por isso que minha avó me quer na Irlanda, me encaixo muito bem no papel.

Ele ri ainda mais alto me encarando como se eu fosse um ciclope gigante na frente dele, eu adoro usar referências mitológicas para situações do meu cotidiano, uso monstro mitológicos para definir as expressões das pessoas, desde pequena esse tem sido meu método para nao ficar de mau humor, basta alguém irritante estar na sua frente e começar a irritar as pessoas e comparar suas expressões com coisas totalmente fora do contexto por exemplo neste momento Kael me olha como se eu fosse uma Lhama de comercial de chiclete usando óculos de sol. 

- Já disseram que é extremamente agradável conviver com você alteza?

- Não, mas se alguém me disser isso um dia deveria levar para um tratamento muito sério com direito a psiquiatras de alto padrão.

Kael ri tão alto que parece realmente estar em show de stand up, ele se levanta e me olha com simpatia apontando para porta ele avisa.

- Vamos sair em vinte minutos e estará pronta.

- ok.

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