Realeza part. 4

desligo o celular e corro o mais rapido que posso pelos corredores vazios e me sinto uma idiota, como pode esse lugar ser tão vazio, mas também uma hora dessas todos devem estar em seus alojamentos, eu corro por cinco minutos como se minha vida dependesse disso, mas esses cinco minutos parecem cem horas e então vejo um vulto preto correndo na minha direção e quase choro de alivio quando Jeremy chega perto de mim.

 - A senhorita está machucada ?

 - Não, eu estou bem, só cansada de correr.

Na hora que termino de falar Wos aparece virando a esquina do corredor e vem andando até nós, aperto o braço de Jeremy que se coloca na minha frente enquanto Wos se aproxima.

 - Jeremy meu caro, Ely você tá bem?  vi você correndo e achei que tinha algo errado, quer que eu te acompanhe até o alojamento?

  ele perguntou vindo até mim e fico rígida, mas Jeremy cobre todo o campo de visão de Wos e fica entre nós, ele é alto e forte, tem no máximo uns trinta e cinco anos e é meu segurança desde que eu era criança 

- Senhor Zielinski, por favor não chegue perto de Ely, eu sou segurança dela por um motivo e sei quando alguém ou algo representa uma ameaça, não chegue perto ou vou ser obrigado a abrir fogo contra o senhor.

Wos estaca na hora e só me encara se vira e vai embora, mas seu olhar me diz que isso não vai ficar assim e sinto medo, de verdade.

- Obrigada Jeremy.

 - Senhorita, a partir de agora vou ter que colocar agentes cuidando de você o tempo todo.

- Eu entendo, confesso que vou me sentir um pouco melhor depois do  que aconteceu hoje.

- Foi um bom golpe, um pouco mais forte e você teria quebrado a traqueia.

Eu olho para ele surpresa.

 - Eu vi as marcas no pescoço, foi assim que soube quem estava te perseguindo.

apenas assinto enquanto voltamos pros alojamentos, Jeremy fez algumas ligações e quando chego na porta do meu alojamento já tem dois seguranças brutamontes vigiando a porta, suspiro e passo por eles cumprimentando com um aceno, conheço todos eles, trabalham para minha família por anos, meu telefone toca.

 - Oi, mamãe.

 - Meu amor, você está bem?

 - Sim, foi apenas um susto, não precisa se preocupar.

 - Ok meu anjo preciso ir se cuida, te amo, beijos.

- Te amo também beijo.

 eu tomo meu banho e durmo um sono pesado que parece que puxei um caminhão por dias para conseguir dormir assim.

 

Já faz um semestre que tô em Elblag, eu curso história do jeito que sempre quis, tudo como deveria ser, depois do incidente nunca mais vi Wos e agradeço, agora tenho seguranças em todos os lugares me observando como de costume. Me levanto como de costume vou checar meus emails e tudo está normal até que vejo uma carta destinada a mim em cima do meu notebook, altamente bizarro uma carta sendo enviada em pleno o século XXI com um brasão estranho que nunca vi. 

       "Senhorita Maely Adeladja Szmit Cavendish. 

É com muita honra e muito prazer que convidamos a senhorita para uma excursão no castelo de Lismore, no condado de Waterford, na República da Irlanda. 

Atenciosamente: W.C. de  Devonshire." 

Ok, isso é um pouco estranho, mas mama é da Irlanda então essa carta deve ser de algum familiar, pego meu celular e não demora muito pra ouvir a voz da minha mãe e o som de música clássica no fundo. 

- Oi Ely, mamãe está com saudade, precisa de algo meu amor?

 - Na verdade, sim , preciso. 

- Diga então. 

- Quem é W.C de Devonshire? E porque o nome dele é banheiro de Devonshire? perguntando e rindo ao mesmo tempo na minha cabeça só consigo ter pena de alguém com esse nome ridículo. Um silêncio se instala na chamada. 

- Mãe? Quem é? 

- W.C não conheço ninguém com esse nome querida… 

- É mesmo? porque é irlandês e a única pessoa possível que poderia conhecer alguém da Irlanda perto de mim é você. Escuto som de coisas caindo do outro lado da chamada. 

- Mãe? Tá tudo bem?  

- Sim… Sim querida, Devonshire né? Bom, eu não conheço nenhum "W.C" de Devonshire, mas eu cresci em Chatsworth House… Chatsworth House é o Palácio principal dos Devonshire uma linhagem de duques. 

- A senhora tá me falando que eu possivelmente recebi a proposta de um estranho pra visitar o "Castelo de Lismore" porque você faz parte da nobreza na Irlanda?

 - Sim… mas não é isso Maely, precisamos conversar, estou indo para Elblag vamos conversar assim que eu chegar.

 - Fala sério, não precisa vir de Olsztyn só pra me contar essas baboseira do seu passado.

 - Estou indo e ponto Maely Adeladja.

 - Ok, me avise quando chegar, tenho aula agora .

 - Até mais filha. 

Logo depois de desligar me arrumo e vou para aula. Não consegui me concentrar na aula o dia inteiro, quando acaba vejo minha mãe me esperando na porta e um monte de gente se acumulando em volta dela sorrindo, outros tirando fotos, alguns cumprimentando ela, parando pra pensar agora faz sentido ela ser da nobreza ela parece uma rainha e sabe como tratar seus "súditos" com tanto amor e tanto carinho que parece natural o fato de estar cercada por tantas pessoas paparicando ela, nesses momentos tomo um choque de realidade e vejo o quanto sou parecida com meu pai, dou um riso de pensar nisso, papa e eu brigamos e temos guerra declarada um ao outro porque ele me fez sua mini-cópia, nunca consegui me senti confortável perto de tantas pessoas me bajulando e sempre acabo sendo "arrogante" pra no mínimo dizer o quão ruim eu pareço ser, ao me notar observando ela sorri e vem andando na minha direção, as pessoas frenéticas ficam observando onde a primeira dama de Vármia-Masúria está indo,  algumas pessoas não me reconhecem e ficam surpresa, eu era a princesinha dos tablóides,  mas quando eu tinha 6 anos fui sequestrada desde então meu pai proibiu qualquer notícia sobre minha vida, sempre que comparecia a algum evento entrava escoltada e escondida, ninguém pode tirar fotos minhas, não posso ter redes sociais além do meu email e whatsapp, nem andar por aí sem uma dúzia de seguranças no meu pé o que não faz sentido já que isso chama mais atenção que deveria. 

- Querida você está tão magra, venha meu amor vamos comer algo. 

 Sinto automaticamente meu humor se transformando na "Princesinha Diabólica" como me chamam no Conselho.

 -Humm. Ok

Sou arrastada pelo campus com muitas pessoas ao meu redor me encarando.

 - Fez de propósito né? 

-Não e também não tenho culpa se não gosta de aparecer em público, né? Além do mais você vai para Irlanda sem pai nem vai ligar.

 - Oi? O que? Eu não disse que vou pra Irlanda! 

- Você vai, sim você precisa ir…

 - Mãe? Planeta terra chamando, você não pode me obrigar a ir. 

- Não sou eu quem estou te obrigando, é sua avó Deborah. 

- Okay, agora eu tenho uma avó? 

- Sim e ela é uma nobre duquesa Devonshire.

 Eu tenho uma crise de risos do quanto isso é ridículo enquanto entramos na lanchonete minha mãe ainda me diz que preciso levar ela a sério e parar de rir.

 - Ok mama, bom nesse caso diga a minha "avó" que não tô afim de conciliação familiar, mas que desejo boas primaveras pela frente.

- Maely sua avó chamou você, não posso fazer muito a respeito disso, seu pai também não, querendo ou não você faz parte da nobreza também e se ela te chamou você deve ir.

 - Isso é muito ridículo.

 - Eles vem buscar você amanhã. 

- Ahhhhhh meu coração vai parar, olha se não é Morgana Szmit minha artista favorita e primeira dama. 

Meu coração para e meu cérebro congela quando escuto a voz de Annya, ela devia avisar quando chega perto das pessoas, isso faz meu humor azedar.

 - Annya, quanto tempo como anda sua mãe?

 Permaneço sentada com o cardápio cobrindo minha cara mesmo sabendo que é inútil e percebo o quanto sou idiota quando minha mãe me chama. 

- Ely… Eu estou falando com você.

 abaixo o cardápio me sentido exatamente como a grande idiota que eu sou e durante toda minha vida apesar de ser uma lutadora excelente e parecer um demônio frio o tempo todo nunca me senti tão tosca quando agora, então abaixo o cardápio erguendo o queixo porque nunca nesse planeta todinho vou demonstrar minha babaquice.

 - Sim mama?

 Olho com superioridade como sempre faço quando tem estranhos falando comigo e me sinto uma babaca de novo porque Annya não é exatamente uma estranha apesar de não ser íntima. 

- Maely, por que não disse que sua mãe estava aqui? 

 finjo tédio, porque realmente estou muito entediada pra manter uma conversa.

 - Oi Annya, surpresa, eeeh, a primeira dama está aqui solte confetes... 

 Digo mas revirando os olhos, penso em abrir a boca mas é minha mãe quem diz. 

- Se nos der licença Annya tenho que dizer algo a Ely antes de ir. 

- Sim, claro, adeus…

 A menina sai andando como se tivesse visto um Buda de ouro com roupas hipster fumando um baseado, e sinto vontade de rir da minha analogia. Quando Annya está longe o suficiente eu digo.

 - Ok, eu vou para a Irlanda.

 Minha mãe me olha espantada como se tivesse o próprio Cérbero falando com ela.

- Isso é novo, você aceitar algo tão rápido… tem alguma coisa por trás disso né? Você não faria nada ser tão fácil. 

 Me sinto um pouco ofendida por minha própria mãe achar isso de mim, mas ela tem razão. 

- Bom nesse caso, já que você tocou nesse assunto, não pretendo voltar por dois anos.

 - Entendo, seu pai pediu pra entregar isso ele disse que era pra você abrir quando chegar na Irlanda. 

Pego uma carta selada e fico olhando.

- Mas eu vou demorar uns dias pra ir ele pode me dizer pessoalmente, não? 

- Como eu disse antes, sua  avó me disse que vai te buscar amanhã.

 - Ah é que ótimo, quer dizer que todos sabiam menos eu? 

- Sim e não, mas agora preciso ser rápida no que vou dizer, Ely assim que possível eu e seu pai iremos estar com você, independente de qualquer coisa eu te amo, você sempre será minha menina mesmo agora tão crescida e madura e quando chegar a hora certa peço que me perdoe, tenho que ir te amo beijos. 

- Minha mãe levanta me dando um beijo e sai correndo, eu fico paralisada sem entender nada pois tudo isso me parece uma piada ou uma novela, será que tô sonhando com a história de um dos meus livros? Volto a realidade e tento correr atrás da minha mãe, mas já é tarde ela está entrando no carro e um segurança bloqueia minha visão me avisando algo que nem presto atenção antes de contornar seu corpo e correr atrás do carro, mas antes que eu possa chegar na saída do campus sinto braços envolverem os meus dos dois lados e me levantando do chão, então vejo o cerco de seguranças em volta de mim, pelo menos uns quinze e estamos de volta a realidade, foi bom enquanto durou, sou levantada e arrastada até um homem que parece ser o comandante do grupo. 

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Comments

Felipe Oliveira

Felipe Oliveira

Meu Deus!!!! Que nome é esse ? kkkkkkk

2022-06-10

2

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