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A casa dele era realmente muito charmosa, tinha muitas riquezas, quadros bonitos, móveis luxuosos e alguns vasos de flores. Quem ele era? Parecia ter muito dinheiro e pela obediência dos outros soldados ele parecia ser alguém importante. Talvez seria ele o comandante?

Guiando a moça para dentro da casa e fechando a porta atrás dele, o homem se aproximou dela a pegando pelo braço novamente, porém ela se afastou séria tirando seu braço de suas mãos.

— Estamos finalmente aqui, não precisa mais me segurar desse jeito.

Jade o viu forçar seu maxilar levantando seus olhos até encontrar os dela, sério, concordando logo em seguida.

— Se você não fugir de novo, poderei te soltar. — Ele disse levantando as sobrancelhas.

— O que você quer comigo? Por que me trouxe para cá? — Perguntou ela impaciente.

O homem se aproximou de Jade em passos lentos sem tirar aqueles olhos claros dos seus... Algo nele a fazia sentir um tipo de arrepio, mas algo como um sentimento de perigo.

— Eu preciso de alguém para cuidar dessa casa enquanto eu estiver fora. Como deve ter percebido eu sou o comandante de Kezer, durante o dia eu estou fora e precisava de alguém para preparar tudo para mim quando eu chegar. Minhas roupas, comida, limpar a casa quando necessário.

— E não conseguiu ninguém do seu reino? — Perguntou com ironia.

— Você está aqui agora, não preciso perder tempo procurando outra. — Ele falou passando suas duas mãos em seus cabelos.

O tal se afastou abrindo uma gaveta do armário branco que ficava na parede, onde também em cima dele estava um lindo espelho com as bordas com desenhos em ouro, aparentemente. Dali Jade o via procurar alguma coisa, sua expressão séria o fazia ficar ainda mais maligno, porém não a impedia de ver alguns detalhes dele. Seus cabelos escuros levemente ondulados e sedosos que em algumas vezes pareciam cair por seus olhos, o maxilar marcado, sua barba rala dava com certeza um ar másculo para ele... Sua pele bronzeada... Por sua aparência não passava dos trinta anos, porém algumas cicatrizes que ele tinha no braço a fazia pensar que ele já havia participado de muitas guerras ou coisas do tipo...

De repente o mesmo se virou com uma faca em mãos. Engolindo em seco a garota deu dois passos para trás, se perguntando o que aconteceria a seguir, sabendo apenas de uma coisa, se queria a assustar, estava conseguindo.

— Calma, só quero te soltar. Chegue mais perto. — O homem disse com os olhos firmes na moça a sua frente. Seu rosto demonstrava um certo tipo de contentamento, porém não tinha exatamente um sorriso ali. Talvez o homem gostasse que as pessoas sentissem temor por ele.

Se aproximando com um pouco de receio, Jade estendeu suas mãos na direção dele para que ele cortasse a corda. Virou o rosto com medo de um ataque rápido onde ele poderia acertar sua mão. Alguns segundos de silêncio após o que fez, ela ouviu a risada nasal do homem finalmente cortando a corda com rapidez.

Era gostosa a sensação de ter seus pulsos livres depois daquele tempo desde a destruição, e solta ela olhava discretamente pelos cantos tentando ver por onde poderia fugir, mas sabia que não seria fácil. Talvez até precisasse fazer com que ele confiasse nela para que faça isso...

— Quer ver a casa? — Ele perguntou estendendo a mão.

— Qual o seu nome? — Perguntou finalmente caminhando ao seu lado.

— Traw. — Ele disse simples. Sua cabeça se abaixou imediatamente, mas sem vergonha nenhuma.

— Não vai perguntar o meu?

— Você não irá me dizer? — Traw perguntou erguendo uma sobrancelha.

— Jade...

— É um nome bonito... Delicado mas ao mesmo tempo forte... Combina com você?

— Verá isso. — Disse convicta de que iria conseguir sair dali. 

Ele continuou a guiando, mostrando suas coisas. A cozinha era grande e bonita, tinha muitas panelas, muitos utensílios, que a deixavam confusa, quantas pessoas moravam ali?

Seu quarto era grande também, havia uma lareira lá e uma cadeira com pele de ovelha por cima, alguns livros, papéis e tinta para algo ser escrito. Parecia um canto aconchegante que a fazia ter vontade de explorar quando pudesse e ver o que ele lê.

Traw a mostrou suas roupas, como as gostava, lhe contou o que gostava de comer e também falou os horários em que voltaria para casa. Jade prestou atenção às suas explicações mesmo  querendo fazer exatamente o contrário para ele a mandar embora, mas acreditando sobre o risco de ele a punir de maneiras horríveis a fazia ter um pé atrás sobre essa ideia...

— Bom, acho que terminei. Quero que faça o jantar, eu irei sair agora mas logo estarei em casa. Preciso falar com o rei. Ah, e nem pense em fugir, vou mandar meus guardas ficarem atentos com você.

A garota o olhou séria esperando que ele notasse todo o ódio que sentia por ele naquele momento, o vendo mostrar seu sorriso de lado quase sem esforço. Se virando ele finalmente saiu dali...

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