A descoberta

...♦♦♦...

— Aqui está, mandei preparar um café da manhã especial para a minha paciente preferida. — Levy disse entrando dentro do quarto onde Lara estava.

Ainda pasma com o que seu irmão lhe contou, já não conseguia mais chorar, por ter feito isso durante toda a noite. Lara sentia sua cabeça querer explodir, e vendo que junto à comida, Levy também havia trazido um chá para que sua dor passasse, com um sorriso ela agradeceu por isso, enquanto o via se sentar ao lado dela na cama.

— Desse jeito quem entrar aqui vai realmente acreditar que você está mal.

Levantando o olhar para o médico, o mesmo entendeu na hora que o que disse não foi entendido de uma maneira boa, e logo arregalou os olhos falando:

— Ah, não não! Não falei por mal, me desculpa. Eu sei que... Foi realmente chocante você descobrir que Teodoro tinha outra mulher e que no massacre foi morto... Não quero que você fique chateada comigo, mas ele teve o que mereceu por enganar você durante todo esse tempo.

— Eu o amava tanto... Não consigo decidir... O que me dói mais... — A garota disse, coçando sua mão.

— Você não tem culpa por sentir isso, não mandamos no coração, não é? — Ele disse levantando sua mão, acariciando o rosto delicado e angelical de Lara.

— Pois as vezes eu queria mandar. Dizer para ele que não amasse mais ninguém... Que apenas batesse para me dar vida, ou se não... Que simplesmente parasse mesmo.

— Não diga uma coisa dessas, Lara! Você esqueceu do que o comandante disse? Que você tem a ele e a mim? Nós te amamos! Estamos aqui para cuidar de você! Seu mundo não era apenas aquele homem.

Limpando o rosto devido às lágrimas, olhou discretamente para seu médico e melhor amigo, o vendo a encarar de volta, até pegar um pedaço de bolo falando:

— Veja, trouxe isso pra você. Coma um pouco, você não comeu desde ontem.

Hesitando um pouco, sob o olhar de Levy acabou aceitando. Estava mesmo com fome, e pensando nas suas palavras, sabia que ele estava certo, Teo realmente não merecia suas lágrimas, e mentalmente, jurou a si mesma que nenhum homem a faria chorar de novo.

A sala do trono estava cheia esta manhã. O rei Tark se divertia com uma luta em sua presença a pedido dele, dispensando os julgamentos do povo pelo menos durante o começo do dia.

— Em quem você aposta, meu amor? — Ele perguntou virando para sua mulher, enquanto colocava uma uva na boca.

— Não estou com cabeça para isso hoje, Tark.

— Logo você? É sempre a primeira a ficar animada com lutas sangrentas na nossa frente!

— Estou com uma dor de cabeça insuportável hoje, quase não me aguento em pé... — Disse a rainha colocando a mão na testa.

— Vá ver o médico então, oras! Não fique esperando até que morra.

Deixando o rei em seu trono, a rainha Aksa então resolveu ir até a sala do médico Levy, para ver alguma coisa que pudesse aliviar sua dor de cabeça.

Enquanto andava pelos corredores, avistou sua filha andando irritada para algum lugar, e imediatamente a parou para ver o que era.

— Selly! Ei! O que foi?

— Ah, mamãe. — Ela se curvou. — Estou apenas furiosa porque minha dama acabou de largar tudo e sair do palácio! Estou sem ninguém para cuidar de mim e me fazer tudo o que eu quero!

— E por que ela foi embora?

— Disse a mim que não queria mais esse trabalho e que preferia até morrer do que continuar me servindo. Aquela serva preguiçosa...

— Pois que ordene que os soldados entrem na casa dela e a executem então! Ela não pode falar ou agir assim com a família real. — Aksa disse com certeza na voz, sem piedade alguma.

— Ah... Sim sim... Vou fazer isso... Pode deixar que eu cuido desse assunto. Mas e quanto a uma nova dama? — Selly perguntou, vendo que se deixasse a antiga dama nas mãos da mãe, realmente a mulher morreria.

— Ah... Vejo isso mais tarde, agora preciso ir ver o médico, não estou nada bem.

— Quer que eu vá com você?

— Não precisa, quero que encontre seu irmão e veja se ele está praticando o arco-e-flecha. Logo que ele atingir seus 17 anos, começará a fazer parte do jogos dos reinos.

— Certo. — Disse a princesa, se direcionando ao lado oposto de onde sua mãe ia.

Chegando até lá, acreditava que encontraria Levy em sua sala particular, mas adentrando lá, não viu ninguém. Ele deveria estar em algum dos quartos dos enfermos, e sendo a maior em importância naquele lugar, não importava quem ele estava atendendo, teria que parar para atender a ela, a rainha.

Com a dor de cabeça aumentando, decidiu caminhar devagar e fazer silêncio até chegar na última porta, onde se lembrou que uma das concubinas do rei, Lara, estava e então provavelmente ele também estava lá.

Mas antes de abrir a porta, percebeu que os dois estavam conversando, e colocando o ouvido na porta, ouviu uma conversa importante entre os dois, que sem saber se colocaram nas mãos da rainha naquele instante.

"— Eu sei que é para o meu bem, mas estou cansada de ficar aqui, sem ver o dia...

— Melhor aqui do que na cama do rei, você sabe disso. — A rainha ouviu a voz do médico.

— É... E eu sou eternamente grata por você estar fazendo isso por mim...

— Não se preocupe, docinho, com você aqui fingindo estar doente, logo o rei vai se esquecer de você, com tantas mulheres. E aí você será livre."

Ouvindo aquilo, entendeu que tudo não passava de uma farsa. Os dois estavam brincando com a própria vida, ela poderia entregar os dois nesse instante e mandar executá-los da pior forma, mas pensando um pouco, achou melhor guardar essa informação até que lhe fosse útil.

Batendo na porta, ela percebeu o silêncio se instaurar no ambiente, até que segundos depois viu o homem alto a receber, surpreso por ser ela.

— Rainha...

— Olá Levy. Pode me atender agora?

...♦♦♦...

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***