Um encontro

Maíra - Meninas, vamos para por aqui.

Liza - É mesmo, o professor... a aula está preste para começar

Vicente - Turma, por favor. Vamos prestar atenção aqui. ok?!

Turma - Sim

Anne - [pensando] Um, dois, três, quatro, cinco, ... Respira! Seis, sete, oito, nove, dez. Respira fundo. Está tudo bem.

Vicente - [pensando] Eles são apenas amigos? Porque estou me importando?

O clima depois da resposta que a Anne disse ficou um pouco estranho, mas para a própria parecia que nada tinha a afetado. Porém, essa não era verdade, pois ela estava se escondendo atrás de suas ações por medo. Medo de tudo dar errado, ela estava confusa sem saber o que fazer. Anne sempre ouvia as indiretas e engolia os sapos, mas algo efervescente em seu coração a fez querer ser uma pessoa destemida pelo menos uma vez.

Enquanto a aula prossegue, as horas passa e logo é o intervalo. Anne está preocupada, mas quem está desinquieto é o Vicente. Ele a observava e suas atitudes também. Aquilo a assombrava, ela iria desbravar os caminhos perigosos do amor, vivendo um romance avassalador ou apenas deixar para depois. Seu maior objetivo até aquele dia era ser independente financeiramente, viajar em suas férias para distintos e exóticos destinos, amar, trabalhar feliz, e construir a sua família. Ela queria ter uma vida comum, não sonhava com muito apenas queria obter aquilo que ela achava ter por direito. Seguir a ordem das coisas, viver o ciclo da vida como todo mundo vive: nascer, crescer, aprender, questionar, sonhar, trabalhar, conquistar, amar, comemorar, compartilhar, cuidar, ensinar, investir, sentir e morrer.  Enquanto as aulas eram ministradas, as horas passavam e logo era meio-dia, e a hora tão esperada tinha chegado. Todos estavam exaustos, alguns iam para casa e outros para o trabalho. Como Anne, também tinha aqueles que iam encontrar alguém especial.

Quando Anne viu Heitor no estacionamento encostado no carro com um buquê de flores em suas mãos, as batidas de seu coração aceleraram e um sentimento a fez se sentir apreensiva. Tentando controlar a sua respiração Anne caminhou na direção de Heitor passadamente, e com um meigo sorriso no rosto o cumprimentou. Ele prontamente sorriu alegremente e depositou no colo de Anne o buquê, a tratando carinhosamente abriu a porta do seu elegante carro. Após entrarem, eles saíram do local com destino ao restaurante mais luxuoso da cidade que ele mesmo havia reservado.

Heitor - Você se incomoda se eu ligar o ar?

Anne - Não

Heitor - Aceita um doce?

Anne - Não, obrigado

Heitor - Se não tiver muito trânsito chegaremos lá rápido.

Anne - ok

Heitor tentava iniciar uma conversa com Anne mas a atenção dela estava na paisagem que passava diante de seus olhos. Alguns lugares eram familiares e outros novos, curiosamente o gelo entre os dois começou a ser derretido quando a música da cantora Dua Lipa, intitulada como Break my heart, tocou no rádio. Anne cantarolava as notas no ritmo, surpreendentemente Heitor cantou toda vez que o refrão explodia. Um sorriso iluminava a afeição de Anne quando ele alegremente desafinava. Em poucos momentos seus olhos se encontravam, a convidando para entoar com ele.

As angústias voaram para longe, e o trajeto se tornou mais confortante, rapidamente chegaram ao restaurante. À caminho da mesa reservada, eles conversavam mais sobre qualquer coisa e tudo. Porém ao se sentarem o silêncio reinou, Anne não sabia o que escolher e Heitor apenas a observava apaixonadamente.

Alguns minutos depois, ele tomou de sua mão o cardápio educadamente, mas um toque inesperado no dedo de ambos estabeleceu um olhar doce. A magia daquele momento foi interrompida pelo garçom que veio anotar os pedidos. Enquanto Heitor fazia o pedido, Anne envergonhada olha a sua volta e percebe que havia poucos clientes no local. Ela achou estranho, já que era o horário do almoço e pensativa surgia ideias que para ela eram improváveis.

Anne - [pensando] Não é possível. Ele não iria reservar o restaurante apenas para nós dois. Isso não é real, não estamos em uma novela. Estamos na vida real, Anne calma. Tem outros clientes. Bem, ainda posso contar em minhas mãos quantos são. Se eu perguntar a ele. Não! Ele vai achar que sou muito ingênua. Aliás, porque ele faria isso, nós não nos conhecemos. Porque ele faria isso?

Heitor - Anne. Anne. Anne.

Anne - Oi?

Heitor - Está tudo bem?

Anne - Sim, tudo bem. O lugar é bem lindo.

Heitor - Sim, escolhi especialmente para você.

Anne - Como?!

Heitor - rsrsrs…

Anne - [pensando] Ele realmente gosta de mim? Um… Porque? Não será uma brincadeira? É bem possível, ou tem outro motivo.

Heitor - Anne. Anne.

Anne - Hm…

Heitor - Você parece bem pensativa hoje. Aconteceu alguma coisa?

Anne - Não… está tudo bem. [pensando] Não, não está. Porque você me traria aqui apenas para agradecer. Isso é muito repentino… Ele sabe como paquera.

Heitor - Fico feliz que você gostou. Eu estava bem apreensivo se seria do seu gosto.

Anne - Porque? … desculpa, a minha reação ficou estranha.

Heitor - kkkkkkkk… está tudo bem. Ser você mesmo é o que me agrada.

Anne - Hein?

[pensando] Ele e as suas palavras doces, estranhamente me fazem sentir confortável, algo quentinho me aquecendo. 

Heitor - Obrigado por aceitar o meu convite.

Anne - Ah, claro. Não tinha nada melhor para fazer mesmo.

Heitor - rsrsrs…

Anne - Obrigado pelo convite. Oh, a refeição. Bom apetite!

Heitor - Para você também.

Enquanto Anne se deliciava em cada prato servido, Heitor a observava com um sorriso no olhar.

Anne - Agora me diga o que fiz por você para merecer um banquete desse?

Heitor - Tudo

Anne - O que?

Heitor - Quero dizer... você me ajudou muito.

Anne - Você disse isso antes. Mas como te ajudei? Pode me explicar?

Heitor - Você se esqueceu como nos conhecemos?

Anne - Nem lembro o que comi ontem, kkkkkkkk

Heitor - kkkkk, você é bem engraçada

Anne - Você acha?! hahaha...

[pensando] Eu só disse isso para não ficar clima estranho. Nem me lembro como nos conhecemos.

Heitor - Sim, e esse é um dos motivos que me fez gostar de você.

Anne - O quê?

Heitor - [pensando] Fui muito precipitado. Digo: "Eu te admiro"

Anne - Me admira? Mas não fiz grandes coisas, como ganhar um Nobel.

Heitor - kkkkk... Eu não ligo para isso. Se você não tivesse achado e me devolvido a minha bolsa com todos os pertences. Talvez não estaria onde estou hoje.

Anne - Que bom! kkkk...

Heitor - Você é uma caixinha de surpresas

Anne - [pensando] Estou surpresa com o seu convite. Digo: "Ah, isso devo ao meu avô. Sabe, meu avô me ensinou que devemos semear gentilezas. Ele sempre falava que quando fazemos o bem, iremos receber o bem."

Heitor - Seu avô é um grande homem e sábio. Ele com toda certeza criou muito bem você.

Anne - Hm, ele foi e sempre será o meu modelo de vida.

Heitor - Está tudo bem? Seus olhos...

Anne - Está sim, eu sou sempre assim quando lembro ou falo sobre o meu avô. Sinto tanta falta dele.

Heitor - Ele faleceu quando?

Anne - Quando eu tinha nove anos. Sempre estava com ele, eu o seguia para todos os lados. O ouvia contar as suas histórias e cantar, tudo era tão divertido.

Heitor - Aqui

Anne - Me desculpa, estou estragando o almoço. Você me convidou para agradecer, mas estou chorando.

Heitor - Tudo bem. Não se preocupe.

Anne - Obrigado. E você tem alguém que admira?

Heitor - Você

Anne - Hein?! Eu? Porque?

[pensando] Eu? Assim do nada. Ele tem as respostas perfeitas. Tenho que admitir ele é muito bom paquerar. Com certeza deve ter um monte de mulheres em volta dele.

Heitor - Porque você não é igual as outras pessoas.

Anne - Não sou! Então como eu sou?

Heitor - Gentil, divertida, amigável, amável e bonita.

Anne - kkkkkkkkk... você disse que era engraçada mas você é muito mais engraçado que eu. Agradeço os elogios, mas você nem me conhece como pode ter certeza que sou essa pessoa que você descreveu.

Heitor - Porque ela está bem diante dos meus olhos, e ela é você.

Anne - É impossível

Heitor - O que é impossível?

Anne - Ficar séria... kkkkkkkkkkk

Heitor - Obrigado

Anne - [pensando] Obrigado? Essa é nova... kkkk. Digo: "De nada... kkkk. Heitor você deve ter uma namorada muito ciumenta."

Heitor - Eu não tenho.

Anne - Nossa, sério?! Então ela é muito boazinha. Boa para casar!

Heitor - Eu não tenho namorada.

Anne - Você não tem namorada? Nem nenhuma? Mentira!

Heitor - É verdade. Porque eu mentiaria?

Anne - Não sei! Talvez...

Heitor - Talvez, o quê?

Anne - Eu não sei. Desculpas te julguei mal, acho que interpretei mal todas as suas ações. Você só quer me agradecer, não é? Não tem nenhuma segunda intenção por trás de todo seu interesse, certo?

Heitor - Hum... sim

Aqueles poucos minutos foram como a cereja do bolo, algo inesquecível, igualmente para os dois. Heitor a observa, e logo terminam a refeição, caminham lado a lado e chegam até o carro. Todo cortês deixou Anne no terminal rodoviário tristonho. Ele queria ter a oportunidade de levá-la até em casa. Porém, ela insistiu em deixá-la no terminal, ele aceitou também porque tinha que voltar para a empresa para participar de uma reunião, se despedem.

Cada um seguindo os seus respectivos caminhos, Anne chega em casa indo beber um copo de água com pressa. Ela se pega pensando no almoço que teve com o Heitor.

Anne - Nossa, ele é muito bom. Se eu não fosse focada, teria me apaixonado por ele hoje. Suas palavras doces, suas ações gentis, seu olhar penetrante pode derreter o coração de uma mulher.

Anne depois de encher o copo de água pela terceira vez, vai em direção ao seu quarto. Deposita o copo em cima do pequeno armário pegando a sua toalha ela vai tomar banho. Enquanto isso Heitor está em uma reunião porém sua mente vagueia entre os momentos que passou com Anne.

Não muito longe dali, em um escritório, Vicente lia alguns papéis mas a sua linha de pensamento é quebrada. Quando recorda do instante em que Anne entrou no carro de um homem desconhecido. Ele fica irritado e quebra o lápis de escrever ao apertar a sua mão com muita força, jogando os pedaços para um canto. Ainda desapercebido e enfurecido, se levanta abruptamente. Depois bebe uma garrafa de água de um litro, de uma vez, rapidamente. Com os olhos em chama, lança a garrafa vazia na lixeira mais próximas como se estivesse marcando uma cesta. Aquele momento de euforia, ao acertar a cesta o fez aliviar a tensão, voltando ao trabalho Vicente inevitavelmente percebia aos poucos que Anne tinha um espaço especial em sua vida.

...----------------...

Oi! Estou voltando... devagar. Fiquei doente, me afastei um pouco para me recuperar. O trabalho acumulou, tive que me afastar da escrita, o tempo e a inspiração foram poucas. Mas agora estou de volta, e agradeço pelo apoio. Li todos os comentários, e fiquei muito animada. Obrigado! ❤

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Comments

Adoro ler

Adoro ler

autora esqueceu da gente..eu li o outro mas tbem vim ler esse pq..teria outro final...queria ela com Heitor...por favor termina..obrigada

2022-06-08

0

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