Liza - Bom dia, Anne.
Anne - Bom dia
Liza - Você chega sempre cedo?
Anne - Hoje foi um caso diferente. O meu pai me trouxe hoje. Meu horário de chegada é dez minutos antes das sete horas no mínimo.
Liza - Ah, bom. A localização da faculdade é afastada do resto da cidade.
Anne - Sim, bem remoto. É preocupante.
Liza - Sim, principalmente para nós. Se você chegasse cedo assim todos os dias, eu ia vim nesse horário também para te acompanhar.
Anne - Obrigado! É muito cedo mesmo, né. kkkk... Mas, com uma boa companhia as horas passam rápido. Você não é de chegar cedo assim, também não?
Liza - Eu tive que deixar o meu marido no posto. Ele trabalha como motorista de caminhão.
Anne - Você é casada?
[pensando] Uau! Nunca ia pensar que a Liza era casada, ela é mulher tão cheia de vida e alegre. Kkkk... eu achava que toda mulher casada vivia cansada e exausta. Acho que o meu jeito de pensar era assim por causa da minha mãe e das amigas delas. Elas sempre estão reclamando de tudo.
Liza - Sim. Um casal de filhos. O meu primogênito está quase entrando na faculdade.
Anne - Sério! Eu nunca iria imaginar que você já tem uma família.
[pensando] Que fantástico! A Liza é diferente, ela é animada, simpática, amigável e divertida.
Liza - Sim. Eu casei muito cedo, quando tinha dezessete anos.
Anne e Liza que frequentavam a mesma faculdade juntas e estavam na mesma turma há um tempo, porém se aproximaram depois daquela conversa naquele dia. Anne admirava Liza por ser uma mulher batalhadora, indo atrás de seus sonhos mesmo após de se casar e cuidar de seus filhos.
Anne - Estou impressionada, e deu os meus parabéns. Sabe, a minha avó sempre diz que a gente morre velho e nunca acaba de aprender. Ela está certa.
Liza - Sim, sua avó está correta. Por isso, decidi cursar a faculdade agora. Principalmente agora, porque já cuidei dos meus filhos. Eles estão encaminhados e logo estarão na faculdade também. E, também quero começar a trabalhar para fora, em uma empresa.
Anne - Que bom. Muitas felicidades, e boa sorte.
Elas continuaram conversando sentadas nas cadeiras próximo da lanchonete. Elas riam e se conheciam mais, e os funcionários da limpeza as cumprimentavam assim que passam por ali. Os ponteiros do relógio voaram e aos poucos os acadêmicos, os professores e os demais funcionários da faculdade foram chegando. As sete horas estavam próximas quando elas se levantaram a caminho da sala de aula que seria no anexo, mais duas colegas de classe se juntou a elas. E, a partir daquele dia Anne conversava com mais frequência com suas colegas de turma. Mas, para Anne ainda era difícil se aproximar da Bia e da Berê.
Anne, Liza, Lya e Jana se sentaram bem próximas. Os demais foram chegando um por um, com o professor em sala de aula, as aulas iniciaram. O foco na aula incrementada fez as horas se tornarem acanhada, e o intervalo bateu na porta. Durante o tempo que tiveram elas conversavam, não preferido sair para o pátio. Em meio a isso Berê interrompe com a sua presença sempre curiosa com todos, dialogando livremente.
Liza - Hoje temos aula de tarde, né?
Anne - É, hoje é o dia todo. O dia vai ser cansativo, cálculos a tarde toda.
Berê - Vamos ficar saturadas.
Jana - Nem mim fala, espero conseguir ficar acordada. O meu filho passou a madrugada toda vomitando e tossindo. Ele só conseguiu dormir agora de manhã.
Berê - Jana você tem um filho, também? Quantos anos ele tem?
Jana - Sim, ele tem cinco anos. Meu príncipe!
Liza - Sim, ele é tão fofo. Vocês precisam ver como ele é lindo.
Berê - Liza, você e a Jana se conhecem a muito tempo?
Liza - Sim, moramos no mesmo bairro por muito tempo. Mas, quando ela casou, a Jana mudou para outra cidade.
Jana - Mas, agora me mudei para uma casa perto dos meus pais, depois que me divorciei.
Anne - [pensando] Ao mesmo tempo que ouvia as suas histórias de vida, ficava pensando que elas são pessoas determinadas e valentes.
Berê - Não sabia que você era casada, Jana? Vocês são batalhadoras, admiro vocês que são casadas, e tem os seus filhos para cuidar e que trabalham também, fazendo faculdade. E, você Anne namora também?
Anne - Não.
Berê - E, não pensa em namorar ou casar?
Anne - Penso, mas para daqui uns anos, eu preciso me concentrar nos estudos primeiro.
Sena - Você está certa, Anne. Se eu pensasse assim quando eu tinha a sua idade. Minha vida seria totalmente diferente agora.
Anne - [pensando] Um sentimento angustiante tomou o meu coração, e eu desejei que a minha mãe me apoiasse assim.
Celi - É Anne, não case tão cedo como eu. Se diverta, namore mais. Eu casei com o meu primeiro namorado, sabe não me arrependo. Mas, se pudesse eu teria.....
Naquele momento, Anne começou a lembrar do sábado à noite quando a sua mãe a convidou para sair.
...********FLASBACK********...
Heloísa - Anne, levanta dessa cama. Sai desse quarto, só fica estudando. Por que você sai um pouco comigo?
Anne - Sair? Para onde?
Heloísa - Eu vou visitar uma amiga. Não quer vim comigo?
Anne - Mãe. Mas eu tenho que estudar.
Heloísa - Você vai ficar em sozinha? De noite? Estudando? Não! O seu pai não vai chegar cedo mesmo. Eu acho ele que vai passar na casa da mãe dele hoje, já que ele não chegou até agora.
Anne - Um...
Heloísa - Vamos, Anne. Se arrume, vista essa roupa. Se vestido longo azul, veste você muito bem. Disfarça um pouco da sua cintura.
Anne - Se eu não for, ela vai atÉ... não poder mais.
[pensando] Ah que chato. Esse seria o momento perfeito para maratonar uma série depois de horas de estudo.
Anne se levanta com uma feição de desanimada, vai ao banheiro faz suas higiene e volta para quarto, colocando o vestido. Quando ela está quase pronta, passando uma loção hidratante sua mãe a chama.
Heloísa - Está pronta? Anne! Eu estou pronta, estou te esperando lá na varanda.
Anne - ok.
[pensando] Valente vem me encontrar, me circulando e cheirando. De repente passa na minha frente. Digo: "Ei! Valente. Quase caí, para de correr." Quando chego na varanda minha mãe ainda estava arrumando o seu cabelo.
Heloísa - Arrumou o seu cabelo? Passou um creme pelo menos?
Anne - Mãe! Estou pronta. A senhora está ajeitando o seu cabelo ainda.
Heloísa - Estou. E o seu está penteado? Porque o seu cabelo está amarrado, de coque? Solta esse cabelo, ou pelo menos faz um rabo de cavalo.
Anne - [pensando] E lá vamos nós. Que vontade de desistir, não quero sair. Mas fazer o que. Digo: "Rabo de cavalo. Satisfeita?"
Heloísa - Deixa eu ver... hum... Agora, sim. Vamos!
Anne - Valente toma conta de casa direitinho.
Anne tenta caminha lado a lado da sua mãe, mas ela não anda com tanta pressa como antigamente. Também, tem os conhecidos que para a Heloísa sempre a ver. O curto trajeto até a casa da amiga de sua mãe se tornou longo. Anne não aguentava mais ficar sorrindo e acompanhando o diálogo de sua mãe com as conhecidas. Para Anne, a cada um metro de caminhada sua mãe parava e colocava a conversa em dia. Anne via em sua mãe o orgulho de dizer que a filha dela estava frequentando uma boa faculdade para todos. Mas, o cansaço de ficar ali esperando ela dar os próximos passos a fazia perceber que as horas estavam passando. Após entrarem na estrada principal do bairro, Heloísa apenas cumprimentava de longe os seus conhecidos. Assim, quando elas estavam próximas da casa de sua amiga, em uma rua pouco movimentada, Heloísa avisa a Anne.
Heloísa - Minha filha, a Selina quer muito de conhecer. Eu falei de você para ela, ela tem muito apresso por você.
Anne - Ah, está tudo bem.
Heloísa - Também falei de você para o filho solteiro dela. Ele é um bom rapaz e parece que ficou interessado em você. Seja bem educada, não trate ele mal. Você não sabe de nada da vida. Talvez, vocês podem dar certo.
Anne - Mãe...
Heloísa - Sei, o que você vai falar. Mas, você já tem dezoito anos, e logo fará dezenove. Dá uma chance para o rapaz, sabe pelo menos deixe ele conversar com você. Conheça ele! Se Deus abençoar você, depois que você terminar a faculdade. Posso estar preparando o seu casamento.
Anne entendeu o convite repentino de sua mãe para sair. Não era apenas para conhecer uma simples amiga, e sim uma provável sogra. Isso se Anne aceitasse namorar com o filho de Selina. Anne pensativa começou a caminhar vagarosamente, momentaneamente Heloísa vai assumindo a frente e guiando a sua filha.
O coração de Anne se encontrava fechado, sucedendo um ar frio a sua volta, ela não sabia como se comportar diante daquela situação. Então, decidiu apenas colocar um sorriso no rosto, ser educada com todos que conhecesse, desejando que os planos de sua mãe não fosse bem sucedido. Ela não se sentia pronta para namorar, ou casar. Estavam elas finalmente na porta da casa de Selina, Heloísa a chamava e ela toda feliz veio as recepcionar. Anne e Heloísa cumprimenta calorasamente Selina. Quando a família de Selina descobrem que Heloísa havia chegado eles logo chegam atrás. Para sorte de Anne, o filho solteiro de Selina não estava em casa naquele momento.
Selina tratava carinhosa Anne, e ela correspondia com educação. Heloísa sempre interrompia a primeira nora de Selina quando esta dirigia questionamentos a Anne, e a conversa continuava. Minutos depois o pretendente de Anne escolhido por Heloísa chegou ao recinto, e com muita alegria saudou Heloísa e Anne. A tímida Anne de repente se viu em uma armadilha quando lentamente todos que estavam na sala de estar se levantaram em direção a cozinha. Somente ela e o filho de Selina ficaram na sala, ele sentado no sofá e ela na cadeira. Ele se apresentou e curiosamente a cortejou acanhado. Porém, automaticamente Anne construiu uma parede de gelo entre eles, o respondia educamente. Mas, não demonstrou nenhum interesse amoroso.
Nando - Oi, meu nome é Nando. A senhora Heloísa me disse que você está fazendo faculdade. Qual curso?
Anne - Administração
Nando - Ah, que legal. E, você está gostando?
Anne - Sim. Muito.
Nando - Você parece ser inteligente. Eu quase mal terminei o ensino médio.
Anne - Ah, ata. Mas você deve trabalhar?
Nando - Ah, sim. {diz bem baixinho} Eu estou desempregado.... Eh, eu sou motorista. Trabalho entregando encomendas.
Anne - Entendi. Você deve gostar?
Nando - Um pouco. Eu queria poder trabalhar com mecânica.
Anne - Uma boa área para investir. Mecânico automotivo? Ou, mecânico industrial? Parando para pensar todas as áreas tem as suas especificações.
Nando - Você está terminando a faculdade?
Anne - Não, ainda não. Estou quase na metade da graduação.
Nando - Você aceita um suco ou café?
Anne - Um copo de suco, por favor.
[pensando] Respirei aliviada depois que ele saiu, logo ouvi a Selina falando para ele me trazer um xícara de café. Mas, minha mãe anuncia que eu não bebo café.
...****************...
Anne voltou a sua atenção para a aula que logo começou, tentando esquecer aquele momento. O sol iluminava intensamente, e as horas passavam rapidamente. Um sinal ecoou avisando que as aulas tinham chegado ao fim e já era meio dia.
Anne - [pensando] Espero que a comida não vazou. Ufa! Que bom. Mas eu vou entregar esse livro primeiro, no próximo final de semana não terei tempo para estudar com tanto afinco. Enquanto saía da sala ouço alguém me chamar.
Liza - Anne. Você vai se juntar com a gente. Certo?
Anne - Sim. Daqui a pouco.
Liza - Está bom
Depois de entregar o livro, Anne antes de sair da biblioteca ao olhar da recepção para o corredor onde encontrou o Vicente. Em piscar de olhos ela lembra o que aconteceu e de repente se sente diferente em relação ao professor. Porém ela considerou apenas como um sentimento de admiração. Uma atração? Ou será que o amor finalmente floresceu para ela?
Anne na volta se ajuntou com o resto da turma, almoçaram e conversaram. Ela ainda permanecia tímida e observando, somente falava se alguém demonstra-se interessado. E assim foi até iniciar a próxima aula, e a tarde foi extensamente longa e exausta. O dia ainda não ia deixar de pregar uma peça. Então, ao badalar dos ponteiros do relógio, às dezessete horas e cinco minutos, Anne é surpreendida pelo Heitor enquanto se afastava da unidade de ensino.
Heitor - Oi
Anne - Oi
Heitor - Será que posso conversar com você?
Anne - Sim. Do que se trata?
Heitor - Oi, eu sou o Heitor. Talvez você não se lembre de mim. Mas nós conhecemos há um tempo. Você me ajudou e eu gostaria de te agradecer. Posso te levar para comer em um restaurante?
Anne - E-eu te ajudei? N-nós nos conhecemos? Você está brincando comigo?
Heitor - Não. Não, não estou brincando. É sério! Como um gesto de agradecimento me deixe te levar para comer.
Anne - [pensando] Será que é verdade? Porque não me lembro dele? Talvez se eu perguntar como nós conhecemos, eu lembre. Digo: "Como nós conhecemos? Peço desculpas, mas eu acho que está me confundindo com outra pessoa."
Heitor - Impossível! Nunca seria capaz de te esquecer.
Continua...
......................
...❤...
...Oi! Espero vocês no próximo domingo....
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Atualizado até capítulo 25
Comments
MARIA RITA ARAUJO
gostaria de entender, mais até agora, não consegui achar sentido
2022-04-12
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MARIA RITA ARAUJO
não estou gostando desse ll
2022-04-12
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