Impulsivo

Heitor - Impossível! Nunca seria capaz de te esquecer.

Anne - haha, fico lisonjeada. Mas não lembro de você e também um compromisso hoje que mesmo se eu quisesse desmarcar não conseguiria. Agradeço o convite.

Heitor - Sem problemas. Podemos marcar para outro dia. Ok?

Enquanto eles conversam, Bia, Berê e Maíra passam por eles cumprimentando Anne com grande expressividade e animação. Anne, desconfortável, não demonstra os seus verdadeiros sentimentos ao colocar um sorriso em seu rosto ao retornar a saudação.

Anne - [pensando] Vai ser difícil afastar ele. Digo: “Tchau meninas! Seu nome é Heitor, certo?”

Heitor - Sim

Anne - Bom, Heitor então podemos marcar para almoçar amanhã, ok?

Heitor - Sim, claro. Vai ser um prazer

Anne - Ótimo, então tchau.

Heitor - Tchau

Anne apressa os seus passos para não perder o próximo ônibus e também porque ela reconheceu o carro do Vicente. Ela não queria que Vicente visse ela com o Heitor, esse sentimento impulsivo a fez sair dali antes que os  outros colegas de faculdade se aproximassem.

Heitor - O número do seu telefone? Não trocamos nossos números. Está tudo bem. O importante é que vamos nos encontrar amanhã e ter uma ótima refeição juntos.

Enquanto Heitor caminha em direção ao seu carro. Vicente passa próximo dirigindo o seu carro indo em direção ao estacionamento da faculdade. Heitor vai embora e Vicente após sair do carro com seus pertences encontra e saúda alguns de seus alunos do turno noturno que estavam chegando. Ele também encontra Celi, Sena e Toni e os cumprimenta e vice-versa, indo para a sala dos professores Liza, Jana e Lya o encontra depois que elas saíram da biblioteca. Ao mesmo tempo, Anne está chegando no terminal preocupada em saber que horas eram naquele exato momento. Ela deseja chegar em casa antes que a sua mãe, mas ao chegar na plataforma do ônibus que vai para o seu bairro descobre que ele tinha saído há dois minutos, e o próximo só iria sair por volta das dezoito horas. Anne permaneceu fielmente na fila até o próximo transporte encostar na plataforma.

Os minutos se passaram e logo Anne pode se sentar em um dos bancos dentro do ônibus. Mas nesses poucos minutos foi capaz de formar uma fila gigante, então o ônibus saiu lotado do terminal. Para sorte de Anne e que ela estava sentada na janela, então pode sentir o vento tocar o seu rosto e bagunçar os seus cabelos que mesmo amarrados, alguns fios capilares dançaram livremente. A cada metro percorrido a paisagem mudava saia de preto penetrante para um laranja quente, as luzes led nos postes espalhados pela rodovia segurava o pavor de muitos trazendo alívio. Anne continuava em sua jornada ansiosamente esperando pela sua vez para descer. Na vista apreciada alguns destaques chamavam atenção, entre árvores, comércios, casas, prédios, placas e outros pontos de referência. Anne percebeu que estava perto, bem perto, sendo a próxima a descer. Ela se levantou do banco e aguardou a parada do ônibus para se despedir de sua desabituada viagem.

Anne - Oi bebê. Mamãe já chegou? Valente quer brincar? Não, né. Você quer um carinho. Vem cá bebê… ah, linda da mamãe. Como você ficou em casa, hein. Dormiu muito, né. Eu só nós, ufa… consegui chegar em casa primeiro.

Anne lavou suas mãos e rosto, colocando o feijão para ferver, ela foi até a sala olhar a hora no relógio da parede.

Anne - Nossa, são dezoito horas e quarenta e cinco minutos. Acho que vou tomar um banho bem rápido, mas antes vou refogar o arroz. Valente! Deitar na frente do fogão é perigoso. Deita lá perto da porta. Vamos!

Ela refoga o arroz, depois abaixa o fogo do fogão, mas antes de ir para o banheiro passa no seu quarto pendurando sua bolsa e pegando sua toalha. Ao se banhar em banho rápido vai para o seu quarto se vestir, mas ao abrir a porta do banheiro toma um susto com a Valente esparramada na frente da porta. Anne não aguenta e solta uma gargalhada, e depois pede para a sua amada cadela se levantar. Valente vai para a varanda, algum tempo depois Anne na cozinha desliga o fogo e vai até a geladeira para escolher algumas verduras. O pepino verde picado em cubo temperado com alho amassado e azeite se transformam em uma salada suculenta e fresca. Com jantar pronto e os ponteiros diziam ser dezenove horas e trinta e oito minutos, e os pais de Anne ainda não haviam chegado. Sem fome, preocupada, cansada, desliga as luzes deixando apenas a luz da varanda ligada e anda até o seu quarto. Não passando nem cinco minutos que havia ligado também a luminária da mesa em seu quarto, ela ouve um barulho no portão e supõem que era a sua mãe. Ela confirma sua suposição ao ouvir a sua mãe lhe chamar.

Heloísa - Anne. Anne. ANNE

Anne - Senhora

Heloísa - Porque não me respondeu? Já te chamei diversas vezes.

Anne - Bença, mãe. Estava no meu quarto. Como foi o dia?

Heloísa - Bem. E você?

Anne - Normal. Mas o que a senhora queria, pedindo para eu chegar cedo?

Heloísa - Ah, que horas são?

Anne - Acho que são quase vinte horas.

Heloísa - Vinte horas? Não é, são dezenove e quarenta e cinco.

Anne - É isso.

[pensando] Exatamente! São quase… quase.

Heloísa - Dá tempo para eu ir na igreja, quando eu chegar a gente conversa mais.

Anne - hm… Vai com Deus

Heloísa - Fica com Deus

Heloísa sai novamente, Anne retorna ao seu quarto e ao ver a sua cama. Ela prefere deitar em sua cama macia do que sentar em uma cadeira desconfortável. Ela abre o livro e começa a ler, respondendo algumas perguntas, entre uma resposta e outra seu pai chegou. Porém, antes de chegar na metade do exercício Anne cochila e desperta no susto quando o livro cai em cima de sua face. Já passava das vinte e uma horas, Anne estranhou sua mãe não ter chegado ainda, se levantou e foi até o banheiro lavar o seu rosto. Indo para cozinha beber água viu o seu pai deitado no sofá e a televisão ligada, ela desliga e depois vai para a cozinha. Voltando para o seu quarto, guarda os livros e o caderno, se distrai um pouco com o seu smartphone esperando a Heloísa chegar mas o sono arrebata.

Quando o dia se finda alguns contam seus lucros e ganhos, e outros seus desesperos e perdas, porém todos batalharam suas lutas com níveis de conhecimentos diferentes que adquiram ao decorrer da vida com seus erros e acertos. O choro pode ser de alegria ou de tristeza, mas um novo dia sempre carrega uma mensagem de esperança. O alarme das seis horas toca e o telefone cintila na cabeceira da cama de Anne.

Anne - [pensando] Minha mãe! Será que ela já levantou?

Anne ainda sonolenta levanta, caminha pro banheiro, escova os dentes, faz suas necessidades, higieniza suas mãos, e amarra sua juba de leão em coque simples. Ao sair do banheiro vai a procura de Heloísa, e depara com ela na varanda já pronta para sair pro trabalho.

Anne - Bença, mãe.

Heloísa - Deus te abençoe, minha filha. Dormiu bem?

Anne - Sim, e a senhora?

Heloísa - Um pouco, tosse muito durante a noite.

Anne - A senhora pegou uma gripe?

Heloísa - Não, eu acho que a minha alergia.

Anne - A senhora esqueceu de tomar o remédio?

Heloísa - Eu esqueci de levar o meu remédio, e ainda molhei os meus pés.

Anne -  Mãe, cuidado. Já colocou o remédio na bolsa.

Heloísa - Sim. E, também já tomei um comprimido. Eu estou bem?

Anne - sim, linda, maravilhosa.

Heloísa - Já vou indo. Que horas acaba a sua faculdade hoje?

Anne - Hoje vou ficar o dia inteiro. Porque?

Heloísa - Nada em especial.

Anne - [pensando] Que estranho. O que ela está aprontando? Digo: “hm, bom trabalho mãe.”

Se despede de sua filha, um abraço, um adeus e depois de cruzar a porta caminha pela extensa estrada, uma conhecida a vê e oferece uma carona até o seu emprego já que elas estavam indo para a mesma região ganhar o pão que sustenta suas famílias. Anne que ficou em casa se aprontando, minutos depois embarcou no próximo ônibus. Chegando na faculdade faltando dez minutos para as setes horas, se sintoniza em uma das suas músicas favoritas e a cada passo sentia a melodia percorrer o seu corpo enquanto a letra cantada ecoava em sua mente em sincronia com o tempo que brilhava intensamente, um dia ensolarado e em altas temperaturas aquele lindo amanhecer tardio despertava a atenção de todos. A música chega ao seu fim, e outra começa e intensifica a sensação de que algo surreal estava diante dos olhos de Anne. Os olhos dilatam e brilham quando ela vê o Vicente na porta da sala de aula, o compasso do coração muda e quando seus olhos vão se chocar, Anne desvia o olhar. Continua andando, cumprimenta o Vicente e entra na sala, porém ela congela por alguns segundos ao ouvir um comentário que a faz sorrir espontaneamente.

Anne - Bom dia, professor.

Vicente - Bom dia, Anne. Está muito bonita.

Anne - Obrigado

Com o coração agitado, ela se senta no seu lugar de costume, ainda envergonhada o observava secretamente, à medida que aproximava das sete horas e os alunos entravam na sala. Vicente esperou mais dez minutos depois do horário inicial, e conversou com algumas universitárias. Dando os dez minutos, metade da classe estava em classe, e assim, Vicente anunciou que a partir daquele dia ele seria o professor responsável pela disciplina porque a professora da disciplina havia sofrido um acidente na noite passada e estava em licença médica. Ele se pôs a conversar com a classe para descobrir até onde eles haviam aprendido, o plano pedagógico ele não teve tempo para preparar. Porém, informou que tinha preparado o conteúdo da aula do dia, uma reação de admiração se replicou entre os acadêmicos. Vicente propôs ensiná-los no primeiro tempo, e o segundo tempo ficaria livre para eles fazerem as atividades de outras disciplinas, ler um livro ou descansar um pouco antes da próxima aula começar. A classe concordou, e a aula começou, seu repertório e domínio do assunto fez as horas passarem tão rápido que a sala estava serena e calma. No segundo tempo alguns saíram de um em um para se alimentarem, enquanto isso, Anne sentada concentrada em seus pensamentos, escrevendo em seu caderno é despertada por Liza.

Liza - Nossa, a Anne está uma fofura. Que linda!

Anne - Obrigado.

[pensando] Estou assim, tão diferente? Eu não fiz nada diferente, só vim de vestido de hoje.

Berê - Tem algum encontro especial hoje? Algum namorado?

Anne - Não. Não tem nada especial.

Berê - Sei

Liza - Be, não faz isso, você está embaraçando. É lógico que ela está assim porque vai sair com a mãe ou pai dela, ou talvez pode ser uma entrevista de emprego.

Berê - Pode até ser, mas eu e as meninas vimos a Anne conversando com um homem bem lindo na frente da faculdade ontem. Ele é o seu namorado, Anne?

Todos que estavam presentes na sala prestaram atenção no que Anne dizia, e Vicente tentava controlar um sentimento súbito que atravessou as suas entranhas depois que as palavras encontro, namorado eram proferidas. A gota final foi da seguinte frase: "Anne conversando com um homem”, o fez perceber que Anne influenciava o seu comportamento além de uma simplória atração física.

Vicente - [pensando] Calma, Vicente. Ela é a aluna e você é o professor. Porque estou assim? Tenho que manter o profissionalismo. Isso não está certo.

Anne - Não é pra tanto, ele é só um conhecido que eu ajudei e veio me agradecer.

Berê - Acho que não, Anne. Porque eu ouvi ele te convidar para comer com ele. A Bia e a Maíra estavam lá, elas podem confirmar.

Bia - Eu posso confirmar o que?

Berê - Sobre a Anne ter um encontro hoje com aquele lindo homem de ontem.

Bia - Ah, tá … Você aceitou o convite?

Anne - [pensando] Elas estão fazendo isso de propósito ou o que? AAAAAA… um, dois, três,... respira… quatro, … Digo, {imaginando}: “Eu aceitei, sim. Qual é o problema? Não posso? Só vocês podem?”. O que eu disse, {realidade}: “Encontro entre amigos. Apenas amigos.”

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...Bom domingo! 😉...

...__próximo domingo tem mais ❤__...

...**CONVITE**...

Convido vocês a ler, a novel "Meu querido confidente" das terças e quartas feiras com capítulos novos. Correm lá para acompanhar. 😘

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