Quem é você?

...THAYLON LEBLANC...

Quando meus pais se foram respirei aliviado, achei que eles não iriam embora nunca. Queriam até saber sobre casamento.

- Filho, deseja mais alguma coisa?

Olhei para a Marta que me olhava com aquele olhar compassivo de sempre. Marta era como uma segunda mãe para mim.

- Tá tudo bem, Martinha. Como ela está ?

Disse olhando para as escadas.

- Ainda dorme. Ela parece que tá Ok. Parece tranquila... Ela tem um semblante angelical.

A última frase ela pronunciou com um pequeno sorriso nos lábios.

- Só espero que ela sirva para alguma coisa, Marta. Você já pode ir descansar. Obrigada por tudo.

Dei um abraço na Marta e peguei mais um drink, só uma bebida para me fazer relaxar depois de tanto estresse.

Eventualmente subi para meu quarto, quando passei pelo corredor ouvi um gemido. Se minha suposição estiver correta ela já estava acordada.

Abri a porta do quarto e entrei. Encontrei a Gabriela sentada tentando ficar de pé.

- Se eu fosse você não faria isso. ( disse para ela)

...GABRIELA LINS...

Abri os olhos lentamente, minha visão ainda estava turva, não conseguia ver muito bem. Senti um toque aveludado sobre minha pele. Ainda com dificuldade olhei ao redor me dando conta que não estava mais no meu esconderijo.

Onde estou? Será que meus pais chegaram e me resgataram? Ou aqueles homens me descobriram de alguma forma.

Só havia um jeito de descobrir. Sentei na cama sentindo todo meu corpo dolorido, principalmente minha perna. Quando estava tentando apoiar meu pé no chão uma voz cortante preencheu o quarto fazendo meu coração gelar.

- Se eu fosse você não faria isso.

Ainda com o coração disparado me virei lentamente para a direção da porta. O som dos passos dele se aproximando fez meu coração disparar. Sua presença era forte e me fazia me sentir diminuída.

- Como se sente?

Ele disse mais suavemente. Por um instante me fez acreditar que estava mesmo preocupado comigo. Sua voz calma combinou com a beleza que possuía.

- Estou bem. Mas quem é você? ( perguntei)

A resposta que obtive foi a mais fria e arrogante possível. Me fazendo sentir um arrependimento de ter pronunciado tais palavras.

- Eu que faço as perguntas aqui. Cadê seus pais?

O jeito que ele cuspiu as palavras parecia que algo sério havia acontecido. Percebi que estava nas mãos do inimigo. Não sei como me descobriram naquele esconderijo. Comecei a lamentar interiormente.

- Ouviu? ! Anda, responda! ( gritou ele mais uma vez)

Era nítido que ele já estava nervoso, toda sua beleza de antes, estava agora escondida atrás de uma caraca de homem mal e bravo. Respondi rapidamente enviando um outro grito.

- Eu não sei. ( respondi)

Sei que ele é meu inimigo mas não suporto que gritem comigo. Uma risada soou pelo cômodo. Seguido de mais um grito.

- Não me faça de bobo!

As lágrimas começaram a sair descontroladamente. Meu corpo tremia, quando uma voz suave e desconhecida interrompeu aquele momento

- Thaylon...

Olhei para a porta para encontrar um homem de pele clara, cabelos cacheados e castanhos de olhos negros adentrando a porta.

- Se acalme, Thaylon. ( completou ele me dando um breve olhar) Ela deve está falando a verdade.

- Mas é claro que ela está mentindo, João. ( respondeu o homem muito nervoso)

- Olha, você teve um dia cheio, deixa que eu cuido disso.

Meu coração parecia aliviado era como se eu tivesse encontrado um salvador ou uma porta de escape para aquele interrogatório.

Depois que o homem cujo nome parece ser João acalmou o homem arrogante ele se foi me dando um olhar afiado.

- Como se sente? ( foi a primeira pergunta do João )

Decidi nem responder a pergunta e ir diretamente ao ponto, talvez com ele eu obtivesse uma resposta.

- Onde estou e quem são vocês? ( perguntei limpando as lágrimas do meu rosto)

- Receio que não seja o momento de responder isso. No momento certo o Thaylon vai te responder. O fato é que precisamos do contato dos seus pais. ( disse ele sentando ao meu lado)

- Fui sincera quando disse que não sabia. Eles não tem me dado notícias nem me disseram para onde foram. Sei que precisaram fazer uma viajem de emergência.

- Compreendo... ( disse o homem pensativo)

- Já que não posso ajudar, já estou indo. ( disse para ele)

Quando tentei levantar, fui parada. Ele pegou no meu braço suavemente me fazendo sentar novamente. No fundo eu já sabia que não seria tão fácil.

- Ainda não. Você está machucada, amanhã conversaremos junto com Thaylon.

- Vocês são aqueles bandidos que invadiram minha casa, não são? Mas eu não tenho nada que os interesse. Se me liberarem, não contarei as autoridades, podemos esquecer isso. ( declarei na tentativa de me livrar da situação)

- Não pense demais, Gabriela, apenas descanse. ( foi a resposta que ele me deu)

O homem saiu trancando a porta atrás de si. Uma coisa era fato, esse homem não era tão arrogante quanto o outro. No entanto, ao girar a maçaneta da porta percebi que estava trancada. Sem dúvidas, virei uma prisioneira e não vou poder sair daqui tão facilmente. Não sei o que o futuro me reserva.

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