A DR

* Naiara narrando *

Estou casada com o Jair a 30 anos, ele nunca foi o tipo de homem carinhoso, sempre foi frio comigo, mas eu sou muito apaixonada por ele, e morro de medo dele me deixar, hoje eu estava na boate separando uma briga da Rita com a Sther, quando ele entrou pela porta, e eu senti meu coração bater mais forte quando o vi, mesmo depois de 30 anos de casados eu ainda sinto aquele frio na barriga toda vez que vejo ele.

Jair — Eu não posso virar as costas que isso aqui vira circo. — Ele falou enquanto se aproximava de nós, e recebe um abraço caloroso da nossa filha.

Naiara — Já está tudo resolvido. — Falo firme tentando passar que eu mantenho as coisas em ordem.

Jair — Sther vai para casa, vocês duas também. — Nesse momento vejo uma troca de olhares entre ele e a Rita, e sinto ciúmes.

Naiara — Deixa a Rita ir também? — Falo tentando não deixá-los sozinhos depois de ter notado a troca de olhares entre os dois.

Jair — Vai para casa já falei, deixa que eu me entendo com a Rita. — Saio dali contrariada.

Mas Jair não demora muito, uns 20 minutos depois vejo ele entrar pela porta.

Jair — Você não consegue colocar ordem nessa boate mesmo né Naiara. — Falou sério tirando sua gravata.

Naira — Estava tudo sobre controle. — Falei me levantando do sofá me aproximando dele.

Jair — Eu percebi, se eu não chegasse era bem capaz daquelas duas terem se matado.

Naira — Não exagera, Jair. — Termino de falar e tento beijá-lo, mas ele não retribui.

Jair — Vou tomar um banho. — Ele vai andando em direção ao nosso quarto.

Naira — Você tem que dar um jeito naquela Rita, aquela puta é muito encrenqueira. — Ele para os seus passos e fica um tempinho parado de costas para mim.

Jair — E o que você sugere? — Se vira de frente e fica me olhando.

Naiara — Manda ela embora. — Falei na esperança dele me atender.

Jair — Não vou mandar ela embora. — Falou firme.

Naira — E porque não? — Perguntei irritada.

Jair — Porque não Naira, você precisa ter mais pulso firme, e por ordem nas coisas.

Naira — Mas o problema não sou eu. — Falei com a voz alterada.

Jair — Eu não vou mandar ninguém embora, e assunto encerrado. — Ele falou pegando o seu celular do bolso, começou a digitar algo.

Naiara — Aquela puta so vive procurando confusão, ela só vai nos trazer problema. — Falei olhando para ele que continuava digitando no celular, e tenho certeza que deve ser alguma mensagem para aquela vagabunda da Rita.

Jair — Esse assunto está encerrado. — Jair vai para o quarto, eu vou atrás e vejo ele entar no banheiro, que ficava no nosso quarto, o banheiro era todo de vidro, me sento na cama e fico olhando ele tirar toda a sua roupa, e em seguida começar a tomar o seu banho, como esse homem é gostoso.

Fico te olhando por alguns minutos, penso naquele momento que vi a troca de olhares dele e daquela vagabunda, penso também nele digitando algo no celular que eu acredito ter sido para ela, mas hoje aquela puta não vai ter o meu homem. Me levanto da cama e vou até o meu guarda roupa, abro a minha gaveta onde estão minhas lingeries e escolho uma preta, visto e fico esperando o Jair sair do banho, deito na nossa cama.

Jair sai do banheiro e me olha, dou um sorrisinho malicioso para ele, me levanto da cama e vou até o Jair, e o abraço por trás.

Jair — Para com isso. — Ele se vira tirando os meus braços dele.

Naira — Você não gostou? — Jair me olha e da uma risada, me deixando triste.

Jair — Ta patético, você não acha que tá muito velha para vestir isso. — Ele falou me olhando com desprezo, uma lágrima escorre pelo meu o rosto, não era essa reação que eu estava esperando. Saio de perto dele e me sento na cama, fico vendo Jair se vestir, passar perfume e sair pela porta todo lindo e perfumado, com certeza está indo encontrar aquela vagabunda da Rita.

Me escolho na cama e começo a chorar.

Sara — Mãe o que aconteceu? — Vejo a minha filha entrar no quarto, ela vem me abraçar.

Naira — Tá tudo bem filha, eu só discuti um pouco com o seu pai. — Falei secando as minhas lágrimas.

Sara — Eu nunca te vi chorar desse jeito, depois de uma briga com o papai.

Naira — Não se preocupa tá. — Falei passando a mão no seu rosto.

Sara — Tem certeza mãe?

Naira — Sim, tá tudo bem.

Sara — Ele não te bateu não né? — Ela perguntou olhando para o meu corpo, tentando achar algum ematoma.

Naira — Não filha, o seu pai nunca me bateu. — Falei dando um sorriso para ela.

Sara — Tem certeza? Eu já vi ele te empurrar várias vezes.

Naira — Tenho filha, ele nunca passou disso eu juro, o seu pai é um bruto, mas nunca chegou a me bater. — Falei me levantando indo até o guarda roupas, abro e pego um vestido.

Sara — Não acredito que meu pai teve coragem de brigar com você vestida assim.

Naira — Ele não gostou muito da minha produção.

Sara — Mãe você tá uma gata, você é linda demais. — Ela falou vindo até mim, me levou para frente do espelho. — Olha que mulher linda, quando eu crescer quero ser igual você. — Rimos.

Naira — Você é a melhor filha do mundo. — Falei olhando para ela através do espelho.

Sara — Eu tento ser. — Ela sorriu. — Mãe você não acha que tá na hora de deixar o papai?

Naira — Seu pai sempre foi assim complicado filha, eu amo ele. — Falei saindo da frente do espelho voltando a me sentar na cama.

Sara — Mas ele não te dá valor mãe. — Ela se sentou ao meu lado.

Naira — Vamos descer para jantar? — Falei tentando fugir daquele assunto.

Sara — Você tá mudando de assunto.

Naiara — Eu sei... Eu não vou deixar o seu pai filha, tem muita mulher esperando isso acontecer.

Sara — Mas mãe...

Naiara — Vamos descer para jantar? — Falei impedindo-a de continuar.

Sara — Vamos.

Descemos até a cozinha e Jantamos juntas.

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