MEU CUNHADO ( Contrato de Casamento) Revisão
Começava anoitecer em Seattle, os flocos de neve rodopiavam no ar deixando tudo branco e luminoso. Dianna Will estava pensativa, olhando o clima pela janela a espera do Kevin Will que estava prestes a chegar. Ela estava casada a quase seis meses e se arrependia profundamente disso, nem mesmo queria ter casado com ele. Perdida em pensamentos profundos, deixou que a tristeza lhe dominasse a ponto de seus olhos lacrimejarem, mas o barulho da porta a despertou, seu cunhado chamava.
- Dianna... Saindo do transe em que estava, aproximou-se devagar e abrindo a porta, atendeu-o sorrindo.
- Junior, não esperava vê-lo esta noite.
- É, eu disse que não sairia, mas tive uma emergência de trabalho, a babá de Lucas está doente e... Naquele momento ela sorriu largamente.
- Tudo bem, eu fico com ele.
- Obrigado Dianna! Junior sorriu para ela e continuou falando. – Eu vou buscá-lo, ele está dormindo.
Junior Will era irmão caçula de Kevin, ele morava a quatro quarteirões dali, tinha um filho de cinco anos e mesmo sendo tão jovem, era viúvo. Um homem lindo e elegante, cabelos negros, pele bronzeada e lindos olhos azuis. Trabalhava em Seattle Memorial Hospital, era um cirurgião de boa reputação, com apenas 32 anos se tornou um dos melhores. Depois de colocar o garotinho na cama, ele a olhou com carinho, seus olhares se encontraram e ela baixou a cabeça, porém ele disse:
- Não se preocupe, ele deve dormi até amanhã, eu tenho uma cirurgia e não sei quanto tempo devo demorar.
- Fique o tempo que precisar, não tenho nada para fazer amanhã. Ele sorriu e saiu, enquanto ela ficou observando-o se distanciar, Junior era um homem extremamente atraente, o oposto do irmão. Para Dianna, sua vida se resumia num casamento forçado de desgosto e tristeza, e tudo começou, depois que seu pai acumulou uma misteriosa dívida com os Will’s, colocando o seu patrimônio e ela como garantia. Richard Will tinha que apresentar seu sucessor ainda aquele ano, mas segundo o estatuto da empresa, ele teria que ser casado. Sendo assim a dívida do seu pai seria quitada se ela aceitasse se casar com Kevin Will, era apenas um contrato de casamento, uma simples assinatura num papel, sem nenhum contato físico.
Kevin era um homem de quase 40 anos, bonito, individualista, rico e sedutor, mas extremamente desagradável. Às vezes, quando Dianna lembrava da última conversa que teve com seu pai, sentia raiva e tristeza ao mesmo tempo. Mas o telefone tocou e seus pensamentos foram interrompidos.
- Dianna. Falou Kevin do outro lado da linha, sua voz parecia tranquila. - Meu voo atrasou e eu só devo chegar pela manhã, mas não me espere.
- Entendi. Não era de costume ele ligar, aquela atitude a deixou confusa, no entanto, ela foi para o quarto e dormiu logo em seguida. Quando amanhecera, Dianna despertou com o barulho insistente na porta. Marta e alguns dos empregados foram dispensados dos serviços naquele fim de semana, mas com a chegada de Kevin, a governanta logo estaria de volta. Porém, depois de cobrir seu corpo com um roupão de seda, ela se dirigiu até a porta.
- Desculpe te acordar tão cedo. Falou Junior entrando na casa.
- Não se desculpe, eu já deveria está de pé, logo seu irmão estará em Seattle e não quero está aqui quando ele chegar. Quer café? Ela falou caminhando para a cozinha.
- Sim, um café cairia bem. E Lucas, ainda não acordou?
- Não, ele dorme feito um anjo. Enquanto conversavam, ele acompanhou os passos dela, no entanto, enquanto Dianna preparava o café, percebeu que Junior a observava maliciosamente, as vezes, ela se sentia como uma presa, sem saída, diante de um predador silencioso, não era a primeira vez que isso acontecia, os olhares dele queimavam sua pele de desejo, isso a perturbava, a deixava envergonhada, afinal, estava casada com o irmão dele, se bem que não era um casamento de verdade, eles nunca tinham se tocado, nem no mesmo quarto dormiam, não era um casamento real.
- Aqui está. Ela colocou o café na mesa. Quer leite?
- Não, não precisa. Porém, ele mudou o rumo da conversa. - Você disse que meu irmão está chegando?
- Sim, ele ligou ontem e disse que chegaria hoje pela manhã, achei tão estranho, ele nunca fez isso, mas, você vai participar da reunião?
- Não, claro que não.
- Seu pai também deve chegar hoje.
- Dianna. Ele tomou um gole do café. - Eu, sinceramente não me importo com meu pai, ou com a empresa dele, tenho minha vida, meu filho, meu emprego...
- Desculpa, eu... Ele se levantou devagar e caminhou na direção dela, acariciou seu rosto, e um pequeno sorriso surgiu em seus lábios, ela estremeceu, todo o seu corpo reagiu àquele toque.
- Sinto muito, não quis falar assim, eu me preocupo com você, sei que o que meu pai fez com sua família é imperdoável, mas eu não faço parte dessa família a muito tempo. Junior estava perto demais, ela podia sentir a respiração dele em seu rosto, ele passou a mão pelos cabelos dela e olhou em seus olhos, ela sentiu seu coração explodir dentro do peito e sua respiração parar por um instante, naquele momento seu rosto mudou instantaneamente de cor, mas o trincar da porta os fez despertar. Ele se afastou imediatamente e voltou a sentar, quando Marta entrou sorrindo.
- Bom dia Dianna! Junior!
- Marta! Não esperava vê-la tão cedo.
- Desculpe Sra. Will, mas o patrão me ligou e pediu que eu viesse imediatamente, disse que estava chegando e precisava de mim.
- Entendi, eu preciso ir, com licença. Ela saiu em passos largos, entrou no quarto e foi direto para o banheiro, tomou um banho rápido, colocou um vestido bege de malha espessa e gola alta, pegou um casaco preto e saiu, no entanto, assim que começou a descer as escadas, se deparou com Kevin em pé conversando com Junior, ela parou no mesmo instante e ainda pôde ouvir uma parte da conversa.
- Se eu fosse você participaria, tem muito dinheiro em jogo.
- Como já te falei, eu não preciso desse dinheiro.
- Daqui a algumas horas nosso pai estará aqui, venha jantar conosco Junior.
- Vou ver, não te garanto nada. Ele segurava Lucas no colo e voltando o olhar para Dianna disse:
- Dianna, obrigado por cuidar do Lucas. E sem esperar por nenhuma palavra saiu da casa. Foi nesse momento que Kevin percebeu Dianna no topo da escada, ele a olhou por inteira e sorrindo disse:
- Venha, precisamos conversar. Porém, ela disse secamente.
- Eu estou de saída.
- Não me questione e venha. Ela terminou de descer as escadas irritada, seguiu até a sala de estar, quando ele continuou a falar. - Não fique me olhando, sente-se. Ela sentou e olhou para ele esperando que falasse, mas o que ela não sabia era que as palavras dele a deixaria ainda mais irritada.
- Não vai dizer nada?
- Você vai assinar um novo contrato, atualizamos o último. Ela levantou furiosa e gritou:
- Você não fez isso.
- Hoje à noite meu pai virá para o jantar, quero você ainda mais bonita.
- Eu não estarei nesse jantar.
- Eu não estou pedindo, estou mandando. Ela sentiu tanta raiva que seus olhos encheram de lágrimas, ainda tentou segurá-las, mas não conteve e as lágrimas transbordaram do seu rosto.
- Não pode me tratar desse jeito, eu tenho cumprido com todas as exigências desse contrato. Mas, ele a ignorou completamente.
- Você não disse que ia sair? Ela ficou ali parada, olhando para ele, sem saber o que dizer. Queria gritar e falar tudo que estava preso na garganta, mas preferiu ignorá-lo e virando-se, saiu em passos lentos, quando ele a fez parar dizendo:
- Então, me acompanhe no café, venha, sente-se comigo. Ela respirou fundo algumas vezes para aliviar a raiva que sentia e sendo obrigada o acompanhou, tentando não quebrar nenhuma regra do contrato, sentou ao lado dele e não disse uma palavra, simplesmente ficou olhando-o, quando ele voltou a falar. - Eu trouxe um presente para você, usará esta noite.
- Porque está me tratando assim? Quando assinamos essa droga de contrato seria somente seis meses, porque mudou de ideia? Kevin ficou em silêncio, nem olhou para ela até que terminasse seu café, depois sorrindo perguntou.
- Não está com fome? Dianna explodiu.
- Eu vou embora dessa casa. Ela levantou furiosa e saiu em passos largos, enquanto caminhava, só ouviu ele dizer num tom de deboche:
- Deveria comer querida, vou precisar de você esta noite. Ela nem olhou para trás, subiu as escadas correndo e entrou no quarto, jogou-se na cama em lágrimas, odiava aquele homem, odiava seu pai também. Depois de ter chorado por algum tempo, sentou-se na cama, tentava enxergar um futuro longe de tudo aquilo, mas não conseguia ver nada, pensando em desabafar um pouco, pegou o telefone e ligou.
- Desculpe está te ligando a essa hora, sei que passou a noite trabalhando. As lágrimas voltaram a cair de seus olhos, fazendo sua voz mudar imediatamente, mas ela continuou falando. – Mas, por favor me ajude, eu não posso continuar vivendo nesta casa.
- Dianna, não fique assim, não suporto saber que está sofrendo desse jeito, pense pelo lado bom, amanhã termina seu contrato, e você estará livre. Do outro lado da linha ele só ouvia os soluços, seu coração ficou apertado ao ouvi-la chorar, sabia o quanto estava sofrendo, conhecia as atitudes do seu irmão, não suportava vê-la sofrer assim e tentando consolá-la disse com carinho. - Por favor, não chore.
- Seu irmão está cada dia pior. Ela soluçava. Ele me humilha sempre que me vê e agora renovou o contrato.
- O quê! Exclamou Junior irritado. - Aquele desgraçado! Ele não pode fazer isso.
- Eu não vou assinar nenhum contrato idiota, meu pai está morto mesmo, não faz diferença.
- Olha, eu quero que fique calma, tente se acalmar, decidir ir ao jantar essa noite e converso com meu pai, fique tranquila.
- Obrigada Junior, você tem sido um bom amigo.
- Sempre estarei do seu lado e posso ser mais que um amigo, nos vemos a noite. Ela desligou o telefone, estava mais aliviada, sabia que Junior ia tentar ajudá-la da forma que pudesse, só não sabia se ele ia conseguir. Ela permaneceu deitada na cama, olhando para o teto, sentia que não o queria só como amigo, estava se apaixonando por ele, mesmo sem querer aceitar, no entanto, ele não era como os membros da família Will’s, pelo tempo que passou perto dele pôde perceber isso. Às vezes ficava imaginando como seria beijá-lo, tocá-lo ou, como seria sentir o toque dele em seu corpo, Dianna fechou os olhos imaginando como seria e sentiu arrepios pelo corpo, mas seus pensamentos foram interrompidos com a voz do Kevin.
- Dianna. Ele abriu a porta sem bater e se aproximou dela. - Trouxe isso para você. Kevin colocou a caixa que segurava sobre a cama, era uma caixa grande com detalhes dourados e uma fita rosé em volta na forma de um laço.
- Não quero nada de você. Ela sentou na cama e ficou olhando séria para ele.
- De agora em diante não vai ter escolhas. Ela se levantou e ficou de frente para ele, enfrentando-o.
- Não pode me obrigar a assinar essa droga de contrato.
- Eu posso te obrigar a fazer o que eu quiser. Ele segurou o queixo dela com força, trazendo-a para perto de se, como se quisesse beijá-la, mas ela rebateu.
- Não toque em mim. Com as duas mãos, ela o empurrou tentando afastá-lo, mas ele permaneceu no mesmo lugar como se fosse uma rocha.
- Você não imagina do que sou capaz. Ele sorriu com deboche e saiu do quarto, deixando-a assustada.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 40
Comments
Néia Lima
Começando a ler hoje dia 19/07/2022, muito ciruiosa pois os comentários são ótimos, então com certeza sera uma maravilhosa leitura. Autora primeira estória sua que leio, e bora para as emoções 😍🥰😘🥂
2022-07-19
19
Priscila Silva
começando a ler agora dia 20 /07 /22 sa 23 35 da noite Já estou gostando muito
2022-07-21
4
Anonymous
Estou começando hj 17/10/2020.
Gostei muito do início da história.
Autora su maravilhosa...onde você estava que so te encontrei agora?😊🤭🤭
2022-10-18
7