1 - Despedidas parte: 4

Pouco após Ryan sair, Catty se sentou próximo a entrada, para refletir melhor enquanto Lavínia e Matteus não chegavam na escola.

Um garoto tímido e estranho, mas o que não lhe saia mesmo da cabeça era a sensação depois que se tocaram por um maior espaço de tempo, e a marca estranha no pescoço, o inconsciente gritava para dizer algo, mas logo sumia toda conclusão, como se algo a impedisse de deduzir tais segredos.

Instintivamente ela olha para o lado e encontra a amiga correndo em sua direção com o ar extremamente preocupado. 

— Ainda bem que eu te achei garota. 

— O que houve? O que aconteceu para você chegar aqui como uma louca?

— O Matteus sofreu um acidente de carro ...

—O Que! — Catarina ficou pasma — "Não é possível, não pode ser, como? "— desajeitada a garota se levanta para arrancar mais informações sobre o amigo, no fundo do peito ele era importante demais para ignorar este acontecido.

— Não sei te explicar bem — pausa, ela estava sem fôlego e precisava descansar — esperamos por um momento... Na casa dele, e aí o motorista foi... Embora e quando estávamos perto daqui eu vi... O carro todo destruído e uns caras estavam colocando ele na ambulância às pressas… — pausa — eu não sei, devem ter pegado um atalho — Lavínia se segurou nos braços de Catarina e começou a chorar — tinha muito sangue nele amiga, estou com medo de ter acontecido algo pior a ele.

— Mas como você não me falou antes? Não me ligou ? Mandou um torpedo, um sinal de fumaça, sei lá — Catarina se afastou irritada. 

— Eu tentei te ligar muitas e muitas vezes mas você não atendeu.

— Nossa! — Uma lembrança fluiu em sua mente, quando Ryan trombou consigo e as coisas caíram, o celular tinha ido junto, e depois disso não havia sequer pensado em ver se ele estava funcionando, "que hora mais estúpida para falhar" — desculpa amiga, e que eu tive um contratempo — Catarina o pegou do bolso e viu as ligações, só que de alguma forma seu celular havia parado no silencioso durante a queda, o que era muito estranho.

Ao longe, o sinal que dava início ao horário de aulas era tocado. 

— Vem, vamos dar o fora daqui imediatamente, eu preciso ter notícias dele — uma lágrima caiu do seu olho.

— Sim, vamos, vê se não esquece o celular desligado para...— Catarina revirou os olhos. 

— Nem me fale em ter uma próxima vez. 

Chegando na saída, o porteiro parou as duas, o portão já estava fechado. 

— Vocês duas não acham que já passou da hora de tentar matar aula — "Era só o que me faltava, estou com o maior aperto no coração e ele não quer me deixar passar, que hora mais errada para ele aparecer".

— Desculpa mas...

— Não, Não, nem se dê ao trabalho de inventar uma desculpa, já para a sala de aula ou chamarei o diretor — ele apontou para a escola. 

— Droga, mais que ódio, chame então, daqui eu não saio — retrucou. 

— Não amiga, melhor não — Lavínia falou baixinho no ouvido dela. 

— Que! Más... — Lavínia a interrompeu. 

— Lembra! O diretor não é uma pessoa fácil de se convencer a menos que se tenha algo concreto, e com sua fama. 

— Droga , você tem razão — lhe veio à mente o último encontro que teve com o diretor, e as palavras que disse lívido como água. 

" — Se você me aprontar mais alguma Catarina Santos Reis, você está perdida, não terei escolha a não ser comunicar aos seus pais ou algo pior ". 

No caso em questão foi quando ultrapassou o limite de faltas que a escola aceitava sem precisar explicar, que eram cinco, nada mais, e já foi o suficiente para deixar ele louco.

" Maldita hora que fui passear, agora ele nem ia acreditar em mim ".

Catarina amarrou a cara para ele e deu meia volta. 

Enquanto Catarina e Lavínia enfrentavam aquele contratempo, a cabeça de Matteus girava como milhões de questionamentos.

"Dor e mais dor, não era isso que eu deveria estar sentindo agora? Não era isso que pessoas acidentadas sentiam ? Acidente... Acidente, eu sofri um acidente com o meu pai? Onde ele está mesmo ? Se sofri um acidente, por que me sinto em paz em mim? E de onde ela vem?" 

Eram tantas as perguntas que sua cabeça começou a girar.

Realmente era algo anormal, não sentir nada depois das últimas horas.

Aos poucos abriu os olhos para ver se o pai estava perto, tentou se mover de um lado para o outro e nada, o seu corpo não se movia, só reclamava o esforço feito, não de dor, era como se toda sua existência pesasse mais do que devia, e aquilo cobrava muito de si, por fim derrotado se conteve a observar o que podia ver.

O céu era tão claro que parecia irreal e apesar de estar claro não parecia ter sol, "então era isso estava morto e esse é meu paraíso, não pode ser, mas como?" O primeiro pensamento que lhe veio antes do susto.

Antes mesmo de tentar decifrar as respostas alguém o pegou pela mão e puxou com uma força sobrenatural, assustado ele olha quem é o intruso onde pensava estar sozinho, se depara com uma Catarina com cabelos soltos e um vestido branco simples que pelos olhos dele a deixava mais linda. "Mas como ela estava aqui? O que fazia aqui?" respondendo às recentes perguntas ela simplesmente falou. 

— Vem você não pode ficar aqui, tenho que te mostrar uma coisa.

— Por que, o que...? — tentou perguntar, mas entre o intervalo do pensamento e o som de sua voz, Catarina o arrastou por um caminho que se formava na frente dos pés dela e o assunto morreu, a mente ficou branca, da boca não saiu mais nada, e os olhos só ficaram observando a garota mais petulante é linda que conhecia o arrastar com mãos fortes para algum lugar estranho, mas ainda era ela, a garota que amava, então não tinha erro algum.

Depois de caminhar a horas e seus pés não aguentarem mais o esforço feito, tudo ficou escuro, todo o corpo começou a doer, no fundo perguntou se Catarina também não sentia, é se ela realmente ia chegar a algum lugar, por fim pararam, em sincronia com o lamento do garoto, como se o tivesse ouvido.

— Olhe. 

— O que? — perguntou não entendendo direito o que ela quis dizer. 

— Se concentre — ele fitou o vazio, e as perguntas que rondavam sua mente evaporaram por um instante quando a mãe apareceu naquele escuro, sentada ao seu lado dizendo coisas que não ouvia.

— Você é o único na vida dela. 

— Como assim? — perguntou querendo respostas antes que mais perguntas surgissem. 

Ela não respondeu, e contrariando todas as expectativas do garoto Catarina soltou seu sorriso de lado que ele amava ver, logo se tornou transparente e um vento gélido empurrou o que restou dela direito no corpo dele. 

Matteus acordou.

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Claudia Feitosa

Claudia Feitosa

ele morreu?

2022-03-25

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1 Prólogo: O Desconhecido Se Apresenta
2 1 - Despedidas parte: 1
3 1 - Despedidas parte: 2
4 1 - Despedidas parte: 3
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6 1 - Despedidas parte: 5
7 1 - Despedidas parte: 6
8 1 - Despedidas parte: 7
9 2 - O passeio parte: 1
10 2 - O Passeio parte: 2
11 2 - O Passeio parte: 3
12 2 - O Passeio parte: 4
13 2 - O Passeio parte: 5
14 3 - Sobrevivente ? parte: 1
15 3 - Sobrevivente ? parte: 2
16 3 - Sobrevivente ? parte: 3
17 3 - Sobrevivente ? parte: 4
18 4 - A Descoberta de um Amor de Infância
19 5 - História de Ninguém parte: 1
20 5 - História de Ninguém parte: 2
21 6 - Revoltas parte: 1
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Atualizado até capítulo 53

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