E assim passou os minutos de folga, a garota mal se lembrou de comer, quando voltou a realidade já estava em cima da hora, então se organizou como pode e foi para o colégio.
No elevador...
"I wait on you forever..."
— Não — distraída, Catarina escolhia uma música no celular para ouvir, estava feliz o suficiente para ir à escola pulando, mas isso não pegaria bem, então se esforçava para ter controle.
" You beautiful, beautiful..."
Uma batida ecoou entre as quatro paredes, alguém apressado se chocou de frente com Catty, derrubou tudo que carregava e fez seu celular voar longe, Catarina de súbito teve vontade de dizer um palavrão, mas o estranho não deu lhe tempo.
— Desculpa, não te vi aí, estava vendo as horas, estou atrasado — ele se abaixou para ajudar a pegar a bagunça enquanto irritada, Catarina fazia o mesmo.
— Aqui desculpe-me mesmo foi sem querer, te juro.
Ele entregou algumas folhas que havia pego.
Quando arrumaram toda a bagunça, Catty observou melhor seu desajeitado companheiro de elevador, os cabelos eram de um loiro bem claro, possuíam quase o mesmo tamanho, e os olhos de cor amarela como via em alguns filmes de sobrenatural a deixou com inveja, ao vê-los foi-se o que ainda queria dizer de grosso para ele, estavam tão lindos ao ver da jovem, e também era algo difícil de ler e entender o que se passava por trás deles, uma parte desconhecida dela se perdeu tentando decifrar aquele olhar.
Não tão longe dos dois, Matteus também se preparava para encarar o novo dia que estava começando.
— Anda logo filho, senão você vai se atrasar para a aula.
— Já vou, já vou — respondeu se vestindo o mais rápido possível, para tentar não chegar atrasado no C.E.E.M.S, pois quem chega atrasado tem que dar meia volta e voltar para casa, e como bolsista no colégio isso era inaceitável tinha que seguir as regras ou dar adeus a melhor escola da cidade, e a Catarina principalmente. E essa última parte estava fora de cogitação para o jovem.
Estava também fora de cogitação continuar mantendo aquele despertador, já era a terceira vez que ele falhava , mostrando que o tempo é implacável até nas pequenas coisas, também não era por menos já fazia mais de dez anos que eles o possuíam. E também se continuasse assim poderiam expulsá-lo do colégio, isso seria intolerável, o trocaria logo, ou compraria um celular que não desse tanto problema, depende do que o dinheiro desse pra fazer primeiro.
— Anda filho!
— já estou descendo — disse mais para acalmar a mãe do que para qualquer outra pessoa, pois ainda estava terminando de arrumar os cabelos castanhos, já que queria ficar impecável para todos que se importava.
Após finalmente arrumar-se pegou a mochila e correu, a casa não era tão grande, mas tudo para diminuir o tempo contava.
Maria já o esperava na sala com seu café da manhã muito bem embalado nas mãos e um semblante preocupado, Matteus reparou.
— Tudo bem?
— Vai ficar, preparei seu café da manhã para você ir comendo no caminho.
— Obrigado — ele o pegou.
— Seu pai já está te esperando no carro.
— Ok.
— Há filho, cuidado — acrescentou de modo inesperado, quase passou despercebido pelo garoto.
No carro, um pouco aliviado mas ainda bem apreensivo, retirou do bolso do jeans um pequeno colar prateado com uma pedra vermelha, para ver se ainda estava lá, no fundo torcia para que a pessoa a quem ia presentear gostasse já que levou um bom tempo para conseguir o comprar, mas antes precisava de uma opinião e esta parte ele ia fazer hoje. Iria mostrar a Lavínia amiga dela para ver se tinha acertado, pois o gosto de Catty não tinha bem um padrão.
— Colar bonito filho, vai dar para quem? — perguntou o pai tirando seus pensamentos de ordem num susto, foi preciso um tempo para pensar numa resposta.
— Para uma amiga que vai fazer aniversário daqui algumas semanas.
— Você gosta dela?
— Gosto.
— Bonita?
— Muito linda — Um sorriso se formou no rosto do pai, e apesar de sincero, era visível o cansaço em seus olhos e em seu rosto um pouco pálido, deixando o sorriso por si cansado também é isso preocupou o garoto, pois por mais que se parecessem no cabelo e em algumas expressões faciais, o pai já não era tão jovem nem tão saudável como ele.
— E ela ?
— Não sei.
— Como não?
— Somos amigos, não sei se ela vai querer mais que isso de mim, e não quero por isso em risco — "Até eu ter força o suficiente para não ser um covarde perto dela " completou em silêncio — por enquanto não.
— Entendo.
Marcos olhou rapidamente o filho a tempo de vê-lo guardar com carinho o colar no bolso do jeans, Matteus não viu esse ato, nem a cara de contente do pai olhando para ele lembrando do dia que conheceu a mãe, e como custou-lhe muito, paciência e tempo para o finalmente, entendia bem o temor do filho e que não poderia ajudá-lo agora, mas estava bem por saber da vida dele.
O garoto olhou meio sem foco para fora da janela do carro, o silêncio estava um tanto perturbador, mesmo fora do carro mal havia movimento, ou barulho pra um dia de semana, nada, Matteus se virou para frente, a pouca luz de um poste mais a frete deles iluminava um vulto negro no meio da pista, nas costas dele três objetos que reluziam tampando quase toda a sua face, mas era bem visível o sorriso perverso nós lábios do estranho.
Ele se virou para o pai, e de relance viu que o homem ao seu lado estava mais branco que o normal antes dele pisar no freio e dar meia volta em um movimento brusco, o garoto acabou batendo a cabeça no vidro e começou a ficar desorientado.
— Merda! — exclamou o pai.
Com algum esforço, Matteus conseguiu formular algo.
— O que... — algo se chocou contra o carro e uma fumaça escura tomou todos os focos de luz, Marcos tentou manter o curso, mas o que quer que estivesse sobre eles não deixava isso acontecer, pois o carro deslizava feio.
— O que está acontecendo pai?— Marcos olhou triste para o filho.
— Me desculpa — a fumaça negra passou por eles e logo o homem de sorriso perverso estava a frente deles e um jato de luz branca veio ao encontro do carro e depois o homem sumiu no ar.
A princípio o garoto tentou relaxar, a adrenalina que mal percebeu estar ali o deixou suficiente para perceber o medo e dor emanado da cabeça, no entanto, em direção oposta a que iam, uma luz forte estava cada vez mais perto, ele se virou para tentar avisar o pai.
— Pai cuidado o... — Matteus viu uma mancha de sangue na camisa branca do pai, mas não estava se espalhando, voltava a seu lugar em uma forma grossa e meio brilhante, ainda assim horrenda, como se a luz que o estranho tinha lhe jogado estivesse entrando dentro dele, porque aquilo era tudo menos sangue.
Matteus quase não ouviu suas últimas palavras, seus olhos estavam travados naquela cena.
— Taylor ... Mc'Arthur...— não dava mais para desviar, no meio tempo de qualquer outra reação, um barulho de batida ecoou na rua seguido de um silêncio mortal.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Odila Costa
O QUE FOI ISSO
2022-06-17
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