Capítulo 14

Estou confusa neste momento e vejo Alenka me olhando com curiosidade, mas não gosto do que ela diz.

"Annia, essa marca é de uma linhagem Lycan e não de um lobisomem. Acredito que sua marca é da família real, apenas eles têm essa linhagem antiga e rara. Mas você não sabe quem é seu Mate, então temos que supor que é um dos príncipes." Isso não me agrada, se for assim, meu Mate deveria ser um Lycan adulto e só existem dois: o falecido rei e o usurpador.

"Eu não sei mesmo, mas tentarei descobrir", respondo histérica. Se o rei Lycan está morto e eu não sofri a perda do meu Mate, isso significa que meu destinado é... o usurpador?

Meu rosto fica vermelho e começo a suar frio, mesmo com a água do banho mais quente do que deveria. Tenho vontade de chorar, mas não posso, alguém pode descobrir e seria perigoso para mim.

Saímos do banho com Alenka e volto para a minha cabana, completamente desanimada, então decido dormir, pois não quero pensar em nada. Não pode ser o usurpador o meu Mate e amanhã vou falar com Anadely Trhee, pois preciso descobrir o significado da minha marca e como acabei aqui.

Acordo assustada com barulhos altos lá fora e olho curiosa pela janela. Vejo alguns homens altos e fortes, mas não consigo ver seus rostos. Eles estão conversando com Anadely Trhee sobre algo em frente à sua cabana.

Um dos homens altos se move com segurança por perto dela e eu vejo ela fazer uma reverência. Oh, meu Deus, e se é o usurpador? Só restam ele e seu pai, já que Sua Majestade morreu, e há cinco mulheres que não se parecem tão masculinas, tenho certeza, pois as conheço e são belas, magras e delicadas.

Me ajeito melhor para olhar e, de repente, o que está falando se vira para me olhar. Entro em pânico e decido me esconder como uma tola, mas sei que minha cabeça ainda estava aparecendo na janela.

Escuto passos que se dirigem à minha cabana e quero morrer, pois eles estão a caminho e eu não sei onde me esconder. Decido fazer uma tolice, como sempre, já que sou campeã nisso.

Me aproximo da porta como uma tola e abro quando os sinto próximos, surpreendendo-os, mas não vou negar que quase me dei um susto mortal.

O homem alto e forte que usa máscara me examina e me questiona:

- Uma ômega não deveria estar curiosa e deveria estar dormindo - sua voz é particularmente autoritária e me faz tremer.

- Apenas acordei com o barulho. Me desculpem e não acontecerá novamente\, foi apenas curiosidade - não sei como me fazer de submissa\, nunca estive em uma situação para falar como uma ômega de verdade.

- Você é linda\, ômega\, e sinto que está marcada. Tome cuidado\, já que alguém pode reivindicar você em tempos de guerra - é uma ameaça e espero que não pareça que estou lutando para obedecer.

- Peço desculpas\, isso não voltará a acontecer - baixo a cabeça como os ômegas fazem e tento esconder minha indignação por ter de fazer isso com um estranho.

O homem levanta o queixo e me observa mais uma vez antes de virar sobre os calcanhares e sair. Eu respiro aliviada e fecho a porta para me jogar na cama e tentar dormir, mas Kiara está agitada e não me deixa em paz. Acredito que aqueles intrusos a perturbaram.

Quando amanhece, vou cedo para a cabana de Anadely Trhee para pedir ajuda com minhas dúvidas. Embora não vá revelar minhas suspeitas de imediato, espero que ela saiba de algo, pois não posso continuar vivendo assim.

Ela me recebe com um sorriso, pois é minha primeira noite aqui e já estou assustada. Ela me observa intensamente e me convida para tomar café, e a verdade é que estou com muita fome. Não que seja glutona, mas essa ansiedade está me matando.