Capítulo 12

Chegamos a um lugar onde não há mais caminho, é realmente difícil avançar porque não há nem mesmo uma trilha para caminhar.

Fenícia desce em silêncio e nos faz sinais para que baixemos nossas malas e a seguimos, embora eu não saiba para onde ir, pois não vejo por onde passar. Mas ela apenas se aproxima da densa vegetação da floresta e esta se abre, criando uma trilha para ela. "Na minha outra vida, quero ser bruxa, é realmente legal".

Nós a seguimos e entramos na floresta além do que eu conhecia e não acredito que muitos tenham chegado tão profundamente. E o que me surpreende é que, assim que passamos pela trilha, ela se fecha como se nada tivesse acontecido.

Eu olho para minha querida Laura e ela está exausta carregando sua bagagem, e eu sei que ela deve se arrepender de trazer tantas coisas inúteis como seu alisador de cabelo, secador e sua maleta de maquiagem. Felizmente, meu pai me trazia para passear na floresta e me ensinou a levar apenas o essencial. "Alguém já disse a Laura que no meio da floresta não há eletricidade?" O único peso decente que tenho são 4 baterias de reserva para o meu celular, caso precisemos.

Depois de 7 horas caminhando quase sem pausas, "Fenícia tem uma condição física invejável", chegamos a uma aldeia rústica, onde vejo várias bruxas, lobos e um casal de licantropos, todos trabalhando para manter a aldeia bem abastecida e habitável.

Assim que chegamos, uma velha bruxa se aproxima para nos receber. É uma mulher misteriosa, seus olhos são como o próprio infinito, mas há algo nela que produz paz e tranquilidade.

"Annia Drusso, certo?" - ela me olha intensamente e fico um pouco nervosa.

"Sim, sou Annia, e você é...?" - pergunto tentando não ser desajeitada.

"Meu nome é Anadely Trhee e sou a Rainha das Bruxas. Fico feliz que você esteja aqui, embora você não acredite, estaremos seguras por um tempo."

Eu já tinha ouvido falar dela uma vez, sei que ela é muito poderosa e tem estado em aliança com o meu falecido chefe para proteger o mundo dos cambiaformas. Saber que ela está no comando me faz sentir segura.

Laura só observa o lugar e não entende muito, assim como eu, mas não há outra opção, é isso ou o usurpador nos encontra e nos escraviza ou nos obriga a nos juntarmos aos renegados.

Nos deram uma cabana para nós duas e nos instalamos tranquilamente. Tudo é muito rústico, mas isso também ajuda a não chamar a atenção de ninguém.

Laura e eu nos propomos a cozinhar e devo dizer que sou muito boa nisso. Outra coisa é que sou uma preguiçosa certificada, mas sei que cozinho bem.

Depois do jantar, nos reunimos e aplaudem minha comida. Embora o pobre lobo que estava cozinhando estivesse descontente por não ser valorizado, teve que admitir que eu o estava envenenando com minha comida.

Os metamorfos nos reunimos em torno da fogueira para nos conhecermos melhor e organizarmos nosso trabalho para ajudar na convivência.

"Sejam bem-vindos. Sou Alenka e sou licantropa. Este é Dario, meu companheiro, também um licantropo. Esse lobo mal-cozinheiro é o Terios e o lobo ruivo é o Sadiel", apresentou Alenka. "Alenka é uma licantropa alfa muito bonita e seu companheiro é igualmente atraente. É evidente que eles se amam muito".

"É um prazer. Sou Annia e essa é minha boa amiga Laura. É um prazer conhecer todos vocês e ajudar como pudermos", disse Annia com entusiasmo. "Fico feliz em ver gente boa e decente na mesma posição que nós".

Olhei para Laura e ela parecia estar um pouco distraída. Embora não seja a pessoa mais concentrada do planeta, sua atitude era de fato estranha. Então, com uma expressão de desconcerto, ela me olha com um pouco de medo.

"Annia, você sente esse cheiro?" Laura perguntou com um tom preocupado.

"Eu não senti nada. O que é?" Respondi, confusa. Laura virou a cabeça e olhou em uma direção específica, como se estivesse hipnotizada. Mas eu não vi nada.

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