capítulo 4

Ele sorria enquanto pronunciava aquela frase, um sorriso tão magnífico que nem parece real, para falar a verdade ele em si não parece ser real.

É perfeito de mais para ser!

__ Realmente, mui bela. - Completou. Más um sorriso escapou da sua boca, e me fez sorrir também.

Estava toda boba, como nunca me imaginei que um dia ficaria.

__ É, obrigada. - Respondi sorrindo de orelha a orelha.

Ele se aproximou um pouco mais, logo colando seu rosto no meu, depois disse em meu ouvido.

__ Agora só falta me passar o seu twitter para eu finalmente seguir meus sonhos.

Aí ele acabou com tudo, com todas as barreiras impostas por mim, clichê de mais eu sei, más o que eu posso fazer?

Um suspiro longo e profundo escapou da minha boca, más não antes do sorriso fascinado por aquela cantada barata.

Engoli seco, meus lábios travaram, meu corpo também, uma força cósmica me prendia em seus braços, mesmo quando meu coração gritava que eu deveria fugir.

Más eu não queria fugir, eu não podia já que eu queria estar ali, fundir-me em seus braços e levar este jogo de sedução a um nível mais avançado.

Estava tão encantada que já me sentia como as princesas dos contos de fadas que mamãe lia pra mim quando criança, era como se eu tivesse achado meu príncipe encantado e me apaixonado.

Mais fala sério, eu já era crescida o suficiente para acreditar em contos de fadas.

Em princesas, príncipes, amor a primeira vista e coisa e tal.

Eu não era a cinderela, na verdade estava longe de ser tão doce e meiga como ela.

E Henry, ele não era meu príncipe.

Eu sei que não, más o problema é que eu desejava que fosse, que tudo fosse real, mesmo quando no fundo eu sei que ele deve dizer isso a todas.

"Não, essa coisa melodramática, esses romances clichês e tal, isso não existe, não seja tola Sofia, não se engane, você é mais esperta que isso" - relutei comigo mesma.

Só que ele, o sentimento a atração, tudo era mais forte que meu senso e minha percepção.

Quem dera eu fosse tão esperta assim.

A verdade é que ouvir a razão nunca foi o meu forte, e agora isso não é diferente.

Eu não deveria, tenho ciência disso, más

estranhamente me via gostando até mesmo daqueles seus elogios ensaiados, da sua voz e até da maneira como ela pronuncia o meu nome, deste teu cheiro marcante, do seu corpo que parecia ter sido esculpido a mão, e que mãos.

Meu deus!

"Esse homem deve ter uma pegada"

- Pensei comigo mesma.

Porém já brigando com meu subconsciente por pensar algo tão promíscuo assim.

Juro que tentei exercer algum controle, más Henry não facilitava.

Seus desejos estavam tão claros como um dia ensolarado, transparente como a água cristalina de um riacho.

Meu coração batia rápido, descompassado, seus olhos fixos nos meus me deixava desconcertada, tudo piorou ao sentir o toque inesperado daquela tal mão, ao sentir a bendita pegada de Henry, comprovando o quão meus pensamentos estavam cobertos de razão.

Uma pegada e tanto, confesso, e olha que o indivíduo apenas me segurou pela cintura, só para me mostrar quem estava no controle ali, fala sério, como se eu não soubesse.

Então a cartada final, ela veio como uma flecha certeira, ou melhor, como lábios quentes, tudo para me fascinar definitivamente, aqueles lábios carnudos tocaram meu rosto, a sua barba por fazer rossava-o no processo fazendo um formigamento estranho atingir-me, aceitei aquele beijo sem me esquivar, e de bom grado, e o pior é que me via desejando-o em outro lugar.

Impressionante! Sim, aquilo tudo era impressionante de mais levando em conta quem eu era até algumas horas atrás, a garota fria e sem coração como todos já haviam me classificaram, a gelidá Sophia, a personificação feminina daquele antigo Lorenzo, a mulher desprovida de sentimentos e emoções.

Más se até papai um dia cedeu, como achei que eu não poderia ceder, me render aos encantados de alguém.

É, é bem possível que eu esteja louca, e a culpa é toda dele e da maravilhosa loucura interna ele me faz sentir.

__ Vocês vão ficar aí com essa melação, com esse beija não beija? Me desculpa, más nossa carona parece impaciente, coitado, o bonitão está logo ali nos esperando com cara de tacho por culpa de vocês. - Fernanda interrompeu o tal momento puxando meu braço e quebrando aquela magia sinistra.

Que bruxaria foi essa senhor?

Com um sorrisinho sem graça e um "Foi um prazer Henry" gritado no percurso, sai arrastada por Fernanda em direção ao homem com a plaquinha com nossos nomes.

__ hoş geldiniz bayanlar . - Sejam bem vindas senhoritas, disse o rapaz em turco.

__ Teşekkürler. - Obrigada, respondi orgulhosa de ter estudado ao menos um pouco da linguagem.

Diferente de Fernanda, que estava ao meu lado rindo como uma notável retardada, apenas cobiçando o tal "bonitão" sem entender bulhufas nenhuma do que falávamos.

Seguimos o rapaz para fora do aeroporto e até uma limosine espetacular.

Duas bobas empolgadas para a nova fase que se iniciava, adentramos a mesma que conseguia ser ainda mais bonita internamente, parecíamos duas crianças largadas a-vontade em um parque de diversões, e não crianças pacatas, más sim do tipo daquelas bem arteiras, as que colocam seus dedinhos atrevidos em tudo, querendo desvendar o novo mundo perante seus olhos.

Nem o teto solar escapou da gente e para falar a verdade aquilo foi maravilhoso, apertamos o botão, o mesmo se abriu, levantamos de imediato sentindo o vento gelado batendo em nossos rostos e fazendo voar nossos cabelos.

__ Viva a Turquia! Viva os nossos sonhos se tornando realidade! - Gritamos juntas antes de nos abaixar, voltar ao nossos lugares e então nos servir com um champanhe francês que estava mergulhado dentro de um balde de gelo cromado, esperando ser avistado por nós.

Brindamos aquele momento, o nosso momento, os nossos sonhos, sem saber nada sobre a tal nova vida que realmente nos esperava.

Por um momento me esqueci do Henry e daquele seu beijo quente que ainda sinto estar presente aqui, marcado, como que se seus lábios tivessem sido tatuados em meu rosto.

Más foi só por um momento mesmo, pois assim que paramos frente aquela casa estranha, quando senti um frio na barriga e um arrepio na espinha ao olhar aquela fachada digna de um cabaré cinco estrelas, quando a sensação de engano me tomou, quando senti que algo muito ruim estava para acontecer e isso fez o meu corpo extremeçer, ele voltou a ser meu único e exclusivo pensamento.

Parece loucura, eu sei, más confesso que sentir uma falta tremenda dele agora, de como me senti segura ao seu lado mesmo sem conhecê-lo.

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