capítulo 3

A energia que ele transmite se forma e cresce até que se torna tão palpável, tão tangível, que é como se eu conseguisse de fato vê-la emanando do seu corpo em direção ao meu.

Uma onda de desejo, espessa e pulsante que se expande, tudo que posso dizer é que a atração é tao incontrolável, tão ampla e arrebatadora, que se torna impossível de conter.

Eu juro que tentei, fiz de tudo para afastar esse sentimento, para frear o incêndio que está ascendente dentro de mim, más, as suas palavras, seus atos, tudo nele até o simples gesto de tocar a minha mão é enlouquecedor.

Aqueles olhos cinzentos estavam fixos nos meus, más eu não conseguia prestar atenção neles, estava hipnotizada por aqueles lábios carnudos que se movimentavam tão próximo a mim, __ A turbulência passou então tudo será mais fácil, agora você só precisa se controlar, respire devagar, encha seus pulmões de ar e solte-o lentamente, uma vez após a outra, rapidamente você irá relaxar. - Mal pude ouvir o que ele disse, estava mais preocupada em conter o desejo de quebrar aquela distância e juntar seus lábios aos meus.

Eu não sei quando foi que eu me tornei a sósia da Fernanda, más, agora consigo entende-la, tanto que me sinto uma tola por cada crítica que já fiz sobre romances e primeiros encontros. Eu nem sei o nome dele e olhem só, tenho tantas vontades, que se tivesse que seja uma pequena porcentagem da coragem da minha amiga faria tudo acontecer.

É loucura, eu sei. Eu me sinto louca, maluca, pirada, até perplexa comigo mesma, tamanha era aquela esquisitice que eu precisava desesperadamente sair dali, eu não conseguia processar tudo que sinto estando ao seu lado, meus pulmões tinham absoluta necessidade de respirar sem este ar tempestuoso, então com a minha mão livre soltei o sinto de segurança e me levantei, consequentemente sua mão soltou a minha, neste momento era como se eu tivesse quebrado aquela corrente invisível que ligava meu corpo ao seu e me prendia ali.

Passei por ele rapidamente e sem dizer uma palavra, caminhei entre as poltronas cinzentas da primeira classe que estavam quase que todas vazias imaginando porque o destino tinha que coloca-lo justo ao meu lado quando ali haviam tantos lugares vagos.

Respirei fundo, e mesmo com dificuldade consegui pedir informações para a aeromoça que me levou até o banheiro do avião.

Tudo que eu queria era entrar ali e permanecer neste cômodo até o avião pousar, era a coisa certa e mais segura a fazer, más já de cara tive que esperar cerca de cinco minutos ja que a mesma estava ocupada.

Tempos depois um casal deixou o local, pelo olhar dos dois, e pelo som que ouvi saindo de lá, certamente estavam realizando algum fetiche ali dentro.

Até ontem acharia isso o cúmulo, até desrespeitoso, más não conseguia deixar de imaginar isso acontecendo comigo, eu e ele, trancados neste cômodo pequeno....

__ Fala sério Sofia você só pode estar de brincadeira. - Lutei contra meus pensamentos já adentrando a cabine, apenas encostei a porta, não a tranquei, o medo de ficar presa ali não me deixou fazer, em seguida caminhei em direção a pequena cuba, me curvei frente ela, liguei a torneira e comecei a molhar meu rosto e pescoço com abundância, porém nem mesmo aquela água estupidamente fria fazia aquele calor ir embora.

Desistindo, peguei a toalha de papel, voltei a posição inicial, fiz a bancada de apoio e comecei a secar meu rosto.

Fui deslizando o papel desde a minha testa, até passar pelos meus olhos fechados, más ja abrindo os mesmos que imediatamente me trouxeram a visão completa do cômodo, e para minha surpresa ele estava aqui. Aqui dentro, isso mesmo, chocada dei na cara meu nervosismo enxugando meu rosto mais rápido que o normal más não antes de ter parado o papel próximo a minha boca pasma.

__ Desculpa entrar sem bater, más como você demorou eu vim ver se estava tudo bem.

- Aquele voz paralisante adentraram os meus ouvidos e me deixaram imóvel.

Como ele consegue? Como pode usar a voz como arma? Este homem, ele não é um ser terreno, não pode ser.

Ele me olha de uma forma que faz com que eu me sinta exposta, vulnerável, como se ele pudesse me despir com os olhos, como se soubesse dos meus sentimentos e sentisse prazer em me enlouquecer.

__ É, sim, estou, eu estou bem. - Tentei soar convincente, más não funcionou muito.

__ Tem certeza, você realmente não parece nada bem - Ele se aproximou __ Está tão branca, tão pálida, - Disse e tocou meu ombro.

Um choque elétrico passou por ele, por meu corpo todo, era como se este homem portasçe um magnetismo estranho nas mãos.

__ Sim, eu tenho! - Respondi com firmeza.

Ao menos uma vez não soando tão ridícula.

__ Ótimo! - Ele respondeu com um sorriso no canto dos lábios, sua voz sempre firme exercia cem por cento de controle, quando ao mesmo tempo tirava todo o meu.

Como ele consegue?

Como pode ter tanto controle, e tirar ele de alguém ao mesmo tempo?

O meu neste momento é zero.

E ele, ele está calmo, sereno e tão.

" Tão nada! - Respondi aos meus pensamentos"

Palhaçada Sophia, quando foi que você se tornou essa mulherzinha fraca?

Incrédula comigo mesma endireitei-me, corrigi minha postura, meu tom de voz, e me coloquei firme a sua frente.

__ Bom, isso acontece neh, primeiro voou, sabe como é. - Disse recobrando o controle.

__ Exatamente! Tudo que acontecesse pela primeira vez é mais intenso, é normal, essa, excitação. - Disse, jogando pro espaço em um segundo todo o controle que levei uma eternidade para exercer.

Qual sinônimo ele está atribuindo para a palavra "Excitação" ?

O que quer dizer que eu estou agitada?

Ou ele finalmente se deu conta dos meus sentimentos?

Ele pode tantas coisas que com certeza pode ler mentes também.

Merda! Mil vezes merda.

Eu sei, eu sinto, eu vejo em seus olhos que ele percebeu.

Sim, eu tenho certeza absoluta que sim.

- Respira Sofia, respira.

A crise nervosa que sempre tenho desde o sequestro voltou com tudo.

Na época, no cativeiro e ao lado daquelas pessoas maldosas, era como se me faltasse o ar.

E agora esse voou, a maldita turbulência que voltará, as lembranças do acidente do papai e esse homem para completar o pacote, me faz faltar.

Comecei a respirar com dificuldade, minhas mãos tremiam e eu parecia sufocar.

Inferno!

Bem agora, tinha que parecer tão frágil, e assim, perante ele.

Mamãe sempre me disse que temos que ser fortes, exercer o controle, Más perante ele, droga... Não dá! Eu não consigo mamãe, me desculpa.

O avião balançava muito, tanto que acabou me lançando para frente, o medo e o nervosismo se tornou incontrolável, minha respiração dificultava cada vez mais e a crise de ansiedade vinha com tudo.

Ele veio em minha direção tentando me segurar, aquilo só me deixava cada vez mais nervosa, quando seus braços me conterão então, o ar parecia não chegar aos meus pulmões.

Merda!

Respira Sophia, respira. - Eu dizia, e ele me pedia o mesmo.

Segurando meus ombros com aquelas mãos imensas, ele foi me afastando, depois cravou suas garras irresistíveis em mim, me obrigando a sentar no vaso.

__ Respira, respira. Fica calma, isso vai passar. - Ele disse. Senti familiaridade naqueles palavras.

Fui teletransportada a décadas atrás.

Naquele dia, a primeira crise, ainda no cativeiro, estava tão nervosa que tudo ocorreu como aqui.

O cara mal, como eu o chegava naquela época, só gritava:

" Menina idiota. Inferno, você não vai morrer agora né sua vadiazinha. Isso estragaria meus planos."

Ele gritava tanto que eu ficava cada vez mais nervosa, más tinha um garoto, ele deveria ter no máximo uns quatorze anos.

Ele me pegou pelo braço, me sentou em uma cadeira qualquer e falou exatamente a mesma coisa.

Olhei fundo em seus olhos, e aquele olhar parecia ser familiar também. É muita coincidência. Ou não é? Será ele?

Não, não pode ser!

Minha cabeça está tão atrapalhada hoje que estou vendo coisas também.

Minha respiração não normalizava, eu não conseguia focar, e se eu não fizesse não iria passar.

__ Ei! Olha para mim, está tudo bem, Jajá iremos pousar, está tudo bem, nada de ruim vai te acontecer. - Ele continuou.

Aos poucos fui relaxando, meu semblante foi suavizando até que o ar voltou.

Eu respirei, respirei fundo e tudo passou.

Graças a Deus!

__ Me desculpa pelo trabalho, e obrigado! - Digo quando consigo falar.

Ele me olhou rapidamente, depois desviou o olhar se levantando.

__ Não tem de quê linda. Deu um sorriso e saiu.

Me levantei e fiz o mesmo.

Um rapaz que estava do lado de fora nos olhou com um sorriso maldoso.

Fiquei vermelha, ainda mais quando o monumento a minha frente se virou e sorriu para mim, ele também tinha entendido o porquê do sorriso do homem.

Caminhei atrás dele até nossos lugares,

Fernanda me olhava com ar de aprovação, imaginando as coisas que fazíamos lá, trancados e sozinhos, coisas essas que não aconteceram é claro, o duro será explicar isso a ela.

A viagem se pendurou por mais algumas horas, horas estas um tanto mais tranquilas, então por fim desembarcamos na Turquia.

Assim que passamos pelos portões do desembarque e pegamos nossas malas vimos um rapaz de cabelos castanhos, alto e forte, segurando uma plaquinha com nossos nomes.

Certamente era um dos assistente da agência que esperava por nós.

Estávamos caminhando até ele quando aquela fonte elétrica me parou abruptamente.

Obviamente eu já sabia quem era.

__ Depois de te ajudar tanto não mereço nem saber seu nome? - Ele foi me encarando e me fazendo perder o rumo mais uma vez.

__ Prazer, Sophia, . - Digo, desviando meus olhos.

__ Sophia! Belo nome para um bela mulher, pode me chamar de Henry, e Sophia, o prazer é todo meu!

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Comments

Faby Ismaell

Faby Ismaell

ai Jesus

2021-12-02

2

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