Missão/ Conversa

***********Juliano**************

Depois de muito pensar entre os positivos e negativos dessa missão decido aceitar e sem perder tempo começo os preparativos.

Passo o tempo me dedicando aos detalhes da missão, o que falar, como agir e a nova identidade que assumirei no morro, tudo tem que sair como foi determinado pelo comandante.

Meu nome será o mesmo mudarei apenas o sobrenome, para todos no morro acabei de sair da cadeia e meu primo foi o único que aceitou me ajudar.

Vou precisar fazer um mapa de todo o morro com os possíveis locais de fuga, descobrir onde ficam o depósito de armas e drogas do morro, fazer um levantamento de quantos traficantes tem no total e principalmente onde é o esconderijo de Douglas. Várias vezes o morro foi invadido por outros comandantes, mas falharam nas tentativas e em uma dessas invasões um dos seus vapores contou entre risos que Douglas tem seu esconderijo particular que só ele e seu homem de confiança sabem onde é.

Após horas ouvindo atento às orientações do comandante decidimos que minha missão vai começar daqui a uma semana, nesse tempo me afastei do BOPE e me concentrarei exclusivamente na minha missão que exige todo meu treinamento de anos.

Nessa missão o que eu odeio é ter que conviver com traficantes sem expressar a minha ânsia de estar perto de um ser desprezível como eles, minha função é tirar das ruas esses distribuidoras de lares e famílias.

Durante o dia sigo a minha rotina normal, academia pela manhã à tarde verifico os arquivos de Douglas.

Arquivo

Nome:  Douglas Monteiro,

Idade:   43 anos

Estado civil:   Viúvo, sua esposa morreu no parto da sua filha,

Descrição:   Dono do Morro do Alemão,

É cruel com quem o desafia e traí,

Torturador,

Corta língua de X9 e deixa morrer agonizando,

Corta dedo de ladrão,

Mata a sangue frio, gosta de causar dor e sofrimento,

Dependente:   Clara Monteiro,

Idade:   17 anos,

Estuda no Colégio x, um dos mais renomados da cidade,

Sem envolvimento com brigas,

Suas notas são uma das melhores do Colégio.

Confesso que isso não me abala sei ser cruel ou mais que ele.  Nessa missão não posso falhar e errar não está em meu dicionário.

Depois de alguns dias me preparando chegou o dia de começar a missão.

  Arrumo minha mochila com poucas roupas, guardo na carteira os documentos falsos e sigo para o meu destino.  Meu comandante passa as últimas instruções antes de me deixar próximo à favela, desço do carro e caminho até entrada, como esperado um cara me aborda e pergunta se pedir algo naquele lugar digo que meu primo está me aguardando, ele pergunta quem é, digo de quem se trata, ele passa o rádio e após alguns minutos liberam minha entrada. Sigo até a casa do primo do comandante e a todo momento percebo que estou sendo monitorado, ao chegar sou recebido com aperto de mão e vários sorrisos para disfarçar o quanto estamos contentes com nosso reencontro.

Converso com Rogério e sua esposa  Brenda que expressa o seu descontentamento naquele lugar.

O morro está cada dia pior vivemos monitorado o tempo todo e sempre invadem nossas casas armados para verificar se estão todos aqui__ Brenda fala.

O casal ainda disse que estão se mudando aos pouquinhos que quase todas as roupas já foram levadas para casa do comandante e que saíram do morro com a roupa do corpo para não levantar suspeitas.

Conversamos e fiquei sabendo que os carregamentos de drogas acontecem uma vez por semana, mas o carregamento de armas acontece uma vez ao mês.

Passamos o dia falando sobre o morro e a vida deles, contaram que a chegada do seu primeiro filho está a caminho e não permitirá que ele nasça nesse lugar e naquelas condições rodeado de bandidos.

Após ouvir de Rogério e Brenda algumas coisas sobre o morro sou direcionado ao meu quarto onde penso como darei início a minha missão.

*************Clara**************

Depois de alguns dias que pareciam meses a tão esperada sexta-feira chegou, finalmente vou fazer esse provão e garantir minha vaga para à  tão sonhada Universidade de Medicina e meu pai não pode imaginar que estou concorrendo a uma vaga para realizar meu sonho.

Acordo cedo, me arrumo, tomo café e sigo para o colégio. Ao chegar vou direto para minha sala e uns minutos depois a diretora entra e pergunta quem vai fazer a prova, a maioria diz que não e ela pele que esses alunos fiquem no pátio até que os outros alunos terminem o provão.

Fiz a prova e para minha felicidade eram questões que eu havia revisado durante a semana, após o fim das aulas entrego minha prova com o gabarito preenchido e sigo para a saída, como todos os dias tem alguém esperando para me levar para casa.

Chego em casa e vou direto para o quarto e passo o restante do dia lá concentrada nos livros. Com o dia indo embora penso em como será a minha vida, não posso continuar vivendo assim rodeada de drogas e armas com um pai que me odeia e despreza.

Sofro durante anos com sua rejeição e maus tratos, mas o pior de tudo é ouvir que matei minha mãe, isso acaba comigo saber que minha mãezinha morreu por minha culpa me destrói por dentro. Preciso sumir desse lugar, um lugar de amargura e solidão.

Às vezes penso como seria minha vida se minha mãe estivesse viva, será que meu pai iria me amar?

Acho que não porque ele sempre fala que me odeia e nunca quis ser pai. Mãe, como queria ter você ao meu lado.

Pensando em minha mãe eu choro por saber que nunca serei amada e cuidada por ela.

Decido tomar banho e em seguida comer algo, saio do meu quarto caminho até a cozinha, mas quando estou se aproximando da sala ouço  meu pai falar ao telefone e me assusto com a conversa dele.

Douglas-    Fica tranquilo cara quando Clara completar 18 anos vocês vão se casar, ainda falta alguns meses.

Tenho um acordo com ela por isso ela estuda, depois que se casarem você decide o que fazer sobre os estudos dela, esse casamento é uma aliança irmão, vamos estar mais fortes assim que unirmos nossas forças.

Nem espero ouvir o final da conversa saio desesperada para o meu quarto, tranco a porta e desabo no choro.

Falo para mim mesma,

Não, não,

Não pode ser que meu próprio pai me odeie tanto para me casar com um qualquer.

Hoje mais do que nunca eu odeio meu pai é a primeira vez que admito que ele é um monstro e não posso mais viver assim preciso fugir para bem longe, mas como sem ninguém para me ajudar.

Saio do meu quarto devagar e sem fazer barulho saio de casa preciso pensar o que vou fazer da minha vida não posso mais viver assim, estava chorando e distraída quando sinto alguém esbarrar em mim e me derruba no chão.

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Comments

Lena Macêdo E Silva

Lena Macêdo E Silva

é assim que os mafiosos e traficantes agem, tem filhos no intuito de fazer alianças, arranjos e contratos e quando crescem dão em casamento para fins de se aliarem as outras facções💔

2024-01-07

0

Bernadete Barros Rocha

Bernadete Barros Rocha

Fdp isso não é pai desgraçado

2022-10-18

0

Francisca Maria Fernandes

Francisca Maria Fernandes

gostando

2022-07-23

1

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