Quando seu pai lhe falou sobre o acordo com sua prima distante, ele recusou. Ele amaldiçoava a ideia de um dia estar preso a uma única mulher. Muito menos com uma menina de dezessete anos. Mas, depois de uma longa noite analisando suas perspectivas de futuro, chegou à conclusão de que a proposta era tentadora, afinal, além de milhões de reais em sua conta de um dia para outro, seu projeto de futuro se realizaria mais cedo. E só o que ele teria de fazer era aguentar ficar casado durante alguns anos. Sua irmã Luísa reprovou a ideia, mas não falou nada sobre o assunto, não concordava que o irmão casasse por dinheiro, mas também não interferiu na história, pois sabia que ele era irredutível em seus objetivos.
A família de Eduardo não era pobre. Muito longe disso, pois possuía uma qualidade de vida razoável. Seu pai era dono de uma empresa conceituada de advocacia que estava crescendo ao prestar consultorias a multinacionais. Sua mãe era uma dondoca que veio da lama, mas que amava esbanjar dinheiro e arrogância.
Pensativo, Eduardo passou os olhos pelas pernas esguias de Maria Fernanda. No final das contas, a menina era bela, não tinha como negar. Nada que se assimilasse às mulheres com quem ele estava acostumado, mas apesar de muito nova e franzina, Maria Fernanda tinha uma beleza selvagem e pura ao mesmo tempo.
Ele se aproximou lentamente por trás e sentiu uma vontade enorme de enfiar os dedos nos cabelos da jovem outra vez, para sentir a maciez dos fios. E foi o que fez, assustando-a.
Maria Fernanda deu um pulo do outro lado da cerca.
— Passe para o lado de cá. Precisamos conversar. — Tentou moldar o tom de voz. Maria Fernanda abraçou os próprios braços e olhou para os lados, traçando sua rota de fuga. — Estou encarando isso como um acordo, nada mais que isso. Quando estiver em minha casa terá algumas regras, mas nada que interfira seu bem-estar — continuou.
Maria Fernanda estava muito assustada e isso se refletia em seus olhos. Não conseguiu pronunciar uma palavra sequer. Então, tomou uma lufada de ar e correu o mais rápido que pôde em direção à sede da fazenda, onde se jogou em sua cama, com o rosto banhado em lágrimas de desespero por medo do desconhecido.
Eduardo estava jogado em uma cadeira em frente ao altar improvisado. Parecia despreocupado, como se aquele dia fosse outro qualquer. Olavo estava satisfeito e ainda sem acreditar na sorte grande do filho, por entrar em um negócio sem dinheiro algum e ganhar uma rentabilidade tão rápida. Para Olavo, tudo aquilo não passava de negócios. Eduardo não pensava diferente, afinal ele seria o beneficiado.
O pai ainda não se conformava em ter ficado apenas com cinco por cento dos bens de seus pais de criação, enquanto Henrique, o pai de Izabelle, tinha herdado noventa e cinco por cento. Sentia agora o gosto da vitória e o cheiro fresco de dinheiro merecido, o que ele mais amava.
Eduardo ficou de pé, frente ao juiz, assim que viu a menina entrando na sala. Estava linda com os cabelos soltos e um simples véu de renda italiana sobre a cabeça. O vestido branco e modesto tinha o comprimento até os joelhos, e em suas mãos, estava depositada uma tulipa branca.
À medida que ela se aproximava dele, seu olhar se tornava mais triste, e quando finalmente ficou cara a cara com ele, deixou que algumas lágrimas escorressem pelo canto dos olhos.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 70
Comments
Dina Diniz
Taí q uma eu ñ casava nem a pau kkk já tinha fugido, ainda mais q vai ficar rica quando for maior, nem fud$#do eu casava kkkk
2023-10-19
4
Rosailda Muniz
que porra é a vidas dela pq se casar sem conhecer o cara, só pq a madrinha quer.
2023-08-14
0
Amanda
Que ruindade 😢
2023-08-04
0