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Primeira Pessoa ou Terceira Pessoa?

Como escreve bem na Primeira Pessoa

Estudantes 35

Muitas pessoas gostam de usar a primeira pessoa quando começam a escrever, especialmente ao escrever romances. No entanto, muitos iniciantes terão problemas como confusão de perspectiva ao escrever na primeira pessoa. Consultemos o livro "As Técnicas Completas de Escrita dos Escritores Mais Vendidos", escrito pelo mestre de raciocínio japonês Arimasa Osawa para resumir alguns métodos para escrever na primeira pessoa bem.

1) Supere Três Obstáculos

Ao escrever na primeira pessoa, o autor deve superar três obstáculos:

A confusão de perspectivas da narração deve ser eliminada

Como você já optou por usar "eu" para contar a história, toda a história deve ser transmitida ao leitor por meio do "eu", e o papel a que esse "eu" se refere em todas as frases declarativas da obra não pode ser alterado, só pode ter um. Quando muitos autores escrevem na primeira pessoa, eles estão acostumados a definir múltiplos "eu" e distinguir "eu" de acordo com os capítulos para mudar de perspectiva. Por exemplo, o primeiro capítulo se chama Bela, e o narrador do primeiro capítulo é Bela, nesse capítulo, ''eu'' é a Bela. O segundo capítulo se chama Bruno. No segundo capítulo, o Bruno conta a história, e o "eu" nessa hora passa a ser o Bruno. Preciso deixar claro para todos aqui que esse método de escrita é irregular. Se não houver uma linha divisória clara, pode facilmente causar confusão na leitura e duplicação de conteúdo. Além disso, trabalhos em primeira pessoa escritos dessa forma também perdem o sentido de realidade e imersão que a escrita em primeira pessoa deve ter. Ao ler, o leitor não se substituirá ao mesmo tempo pelo protagonista masculino e pela protagonista feminina, ou pelo ainda mais “eu”s. Numa história contada na primeira pessoa, só pode haver um “eu” do início ao fim, para que todos os capítulos possam ser ligados numa história coerente.

Existe apenas uma fonte das informações

A maioria dos novos autores escreve na primeira pessoa, partindo de suas próprias experiências ou da vida com a qual estão familiarizados. Isso é compreensível, mas o problema que surge facilmente é que, ao escrever, eles inconscientemente saltam da perspectiva da primeira pessoa. Isso é sem dúvida um fracasso. Portanto, se você usa a escrita em primeira pessoa, deve sempre se lembrar de que as informações fornecidas aos leitores devem se limitar à “minha” perspectiva e evitar escrever diretamente coisas que “eu” não possa saber diretamente.

Com acesso limitado à informação, como podemos transmitir mais informações?

  • ①Experiência Pessoal

Como primeiro protagonista do romance, a maioria das histórias são “minhas” experiências pessoais. O autor pode se imaginar o protagonista tanto quanto possível e descrever detalhadamente as imagens, comportamentos e sentimentos que "eu" vejo em uma determinada cena, bem como a aparência e o comportamento de outras pessoas da "minha" perspectiva, ainda pode adicionar "minha" conjecturas sobre o comportamento dos outros. Resumindo, preste atenção à descrição e aos detalhes e escreva o mais detalhadamente possível as informações úteis que “eu” posso saber.

  • ②Informado por Outros

O conhecimento pessoal é limitado. Para contar uma história de forma mais abrangente, ou mesmo para contar uma história completamente, precisamos usar alguns eventos que "eu" não posso vivenciar pessoalmente. Portanto, o autor precisa criar oportunidades para "eu" a buscar informações úteis, ou seja, por meio de conversas, cartas, dicas, etc., deixando a informação ser transmitida ao “eu”.

Por exemplo:

Recebi do Pedro a notícia de que o Bruno estava de partida e, sem pensar, corri para casa. O que exatamente aconteceu naquele dia, eu precisava desesperadamente de respostas. Dirigi o carro com os pensamentos confusos, e a cena da rua que costumava me deixar relaxada agora era apenas uma imagem residual caindo atrás de mim. Abri a porta pensando em como questionar Bruno, mas não o encontrei ali, só vi uma carta que ele deixou sobre a mesa:

xxxxxxxxx (explicação do Bruno)

Neste texto, as informações que “eu” não consigo ver incluem: “Bruno iria sair” e “o que aconteceu naquele dia”. Mas autor pode arranjar uma notificação de terceiro e uma carta de declaração de parte para fazer as informações serem obtidas por "eu".

Para a maioria dos autores, é recomendado contar uma história completa, combinando a experiência pessoal com o que os outros lhes contam.

Como narrador, “eu” precisa mostrar aos leitores sua autoimagem

Para um romance excelente, o protagonista precisa ter uma imagem relativamente tridimensional. Ao escrever na terceira pessoa, podemos simplesmente usar o padrão de frase "Ele é" para explicar as características básicas do protagonista. Os leitores não duvidarão das palavras do autor, quem tem a perspectiva de Deus, mas por meio da primeira pessoa, é difícil para nós informar objetivamente aos leitores as características da imagem do protagonista, ou seja, "eu". Afinal, o padrão de frase de "eu sou" é difícil convencer totalmente as pessoas e é fácil para as pessoas sentirem que estão se gabando. Então, como podemos mostrar corretamente a imagem do “eu” aos leitores na primeira pessoa?

  • ① Usar comentários e reações de outras pessoas para expressar ou refletir “minhas” características

Por exemplo:

Parei na porta, bati, e alguém atendeu imediatamente. A porta se abriu e um jovem parou na porta e me olhou fixamente. Diante de um olhar tão direto de um estranho, me senti muito sobrecarregada. Talvez tenha visto minha confusão, ele retirou o olhar e disse: —Perdão, Pedro disse que os convidados de hoje são muito bonitos e ele realmente não mentiu para mim. Você é linda.

  • ② Hábitos comportamentais específicos:

Em suma, cabe a outros ou leitores tirar conclusões sobre que tipo de pessoa “eu” sou. “Eu” posso declarar sobre que tipo de pessoa “eu” sou, mas deve ser entendido que este tipo de autojulgamento só pode ser subjetivo. Se você quiser ser mais objetivo, ainda precisará usar algumas descrições de outros para confirmar seus pensamentos.

2) Evite as armadilhas comuns da escrita na primeira pessoa

Aparecem várias fontes de informação

Ao escrever na primeira pessoa, é importante observar que existe apenas uma fonte de informação.

—Eu deixei você esperando, Bela.

Quando ouvi alguém chamando meu nome, virei a cabeça e vi um jovem parado atrás de mim.

—Você está atrasado, Bruno.— A minha testa franziu, demonstrando desagrado a Bruno.

—Desculpe, desculpe, eu te tratei com uma comida deliciosa, por favor me perdoe desta vez.— Ele encolheu os ombros impotente, levantando as mãos como se estivesse se rendendo e me implorando por misericórdia.

—Ok, eu te perdôo.— O canto da boca levantou, eu segurei seu braço e caminhando até o restaurante.

Ao escrever na primeira pessoa, o conteúdo descrito só pode ser coisas que “eu” posso saber. Nesta descrição, há muitas expressões que não deveriam ser emitidas por “eu”.

Quando me viro e encontro alguém que conheço, a reação normal do “eu” deveria ser “Vejo Bruno parado atrás de mim” em vez de “Vejo um jovem parado atrás de mim”; além disso, sem a ajuda de um espelho, é impossível saber qual é a ''minha'' expressão facial. Então, expressões como "A minha testa franziu, demonstrando desagrado a Bruno." e "O canto da boca levantou" não são razoáveis, devem ser alteradas para "Fingi estar descontente e franzi a testa." e "Levantei o canto de boca"; "Eu" não posso saber o que os outros estão pensando. Portanto, a expressão "Ele encolheu os ombros impotentes" também é errada e deveria ser alterada para "Ele encolheu os ombros parecia que está impotente".

A descrição não condiz com a idade do protagonista

Ao escrever na primeira pessoa, além de estar sujeito à confusão de perspectiva, também é fácil ser afetado pela potencial perspectiva de Deus no coração. Portanto, a descrição das pessoas e coisas na escrita ignora a ''minha'' idade, que é um erro comum na escrita dos novatos. Por exemplo:

Depois que fui para o jardim de infância, pude fazer muitas coisas, e a mais feliz delas foi poder atender o telefone. Só então o telefone tocou.

— Sua mãe está aqui?

A voz rouca de um homem de meia-idade veio do outro lado da linha, encharcada de tristeza. Parecia ter ouvido essa voz em algum lugar.

Neste parágrafo, se pensarmos com cuidado, encontraremos lacunas: uma criança do jardim de infância pode realmente dizer a idade de um homem através de ouvir sua voz? Ele consegue ouvir felicidade e tristeza em sua voz? Obviamente, é impossível para uma criança de idade pequena.

Portanto, ao escrever na primeira pessoa, você deve estar atento à identidade e à idade do “eu”, já que o narrador é criança, deve partir da perspectiva de uma criança.

Confiança excessiva no diálogo para explicação

Na escrita em primeira pessoa, se quiser mostrar sua autoimagem, você pode usar o diálogo para fazer isso, mas ir além do limite é tão ruim quanto ficar aquém. A adição de diálogos pode expressar a personalidade do personagem e promover o desenvolvimento da história, mas também pode facilmente se tornar um diário sem sentido. Especialmente se “eu” contar toda a história por meio de diálogos relacionados a “eu”, então o romance pode facilmente ser transformado em um drama. Portanto, ao descrever, não concentre todo o desenvolvimento da história e representação de imagens nos diálogos sobre "eu", também deve adicionar descrições de psicologia, cenas, enredos, etc.

Facilmente envolvido em emoções próprias

A vantagem de escrever na primeira pessoa é que a emoção é real e faz com que o leitor se sinta mais conectado. Mas as vantagens também são desvantagens: esse tipo de emoção real pode facilmente fazer as pessoas perderem o controle. Muitos autores ficam narcisticamente presos às suas próprias emoções, o que dificulta escrever uma boa história. Para outros personagens coadjuvantes, eles são ainda menos capazes de criar suas características distintivas. Todo o romance é um monólogo apenas do “eu”.

Isso não é a coisa mais assustadora. O assustador é que não podemos deixar de defender o "eu", o que significa que é difícil ser justo ao descrever o "eu" e deve ser emocionalmente tendencioso. Embora a perspectiva da terceira pessoa não possa evitar o viés emocional do autor, ao escrever na primeira pessoa é mais fácil cair no autoelogio, o que dificulta escrever um bom romance.

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