Capitulo IV

A noite em casa:

— Cristina, quem era aquele gato com você hoje?! — pergunta Luciana curiosa.

— Ele não é ninguém importante, no sentido que sei que está pensando, é só o editor chefe do local aonde publicarei meus livros, e, além disso, não estava comigo, estava com a Luna, ele nem sabe da minha existência, só tem olhos para a escritora que pensa que sou. — diz Cristina rindo amargamente.

— Por quê?

— Porque é apenas um fã da Luna, não sou nada, para ele, então, não inventa. — diz Cristina, séria.

— Larga de ser boba, claro que é, são suas palavras escritas, por mais que queira se esconder atrás de uma fantasia, se realmente gostar de você uma hora ou outra, irá descobrir quem você é. Não se preocupa com isso? — diz Luciana, torcendo pela amiga.

— Claro que não vou me preocupar, pois o verei somente na editora, daqui a pouco nem vai mais lembrar da existência da Luna, e me trocará por uma escritora mais nova, os homens são assim, e outra não deixarei que descubra quem sou, não quero me apaixonar, e depois perder, porque ele não gosta de mim, gosta da Luna, uma miragem, alguém que não existe. — diz Cristina de forma amarga.

— Quem não gostaria de você, sua sensibilidade e inteligência fariam qualquer homem cair aos seus pés. — diz Luciana dramaticamente.

— Como o pai de Jean, que me usou e depois, quando descobriu que eu estava esperando um bebê, me desprezou, e me jogou fora como lixo, o tipo de pessoa que nunca quis me conhecer de verdade, que tinha belas palavras até conseguir o que queria e se enjoar de mim? — diz Cristina amargamente.

— Cristina, ele é uma exceção. _ diz Lu, tentando convencer a amiga.

— Estou cansada, não acredito no amor, não só o pai de Jean, mas todos os homens que conheço são assim, vi muitas amigas entrarem em depressão e até se suicidarem, por conta de um homem, o pai de Jean tirou minha pureza, mas quando soube que estava grávida, pediu que abortasse, mas quando viu que eu não faria isso, espalhou pelo navio, que não havia sido meu primeiro, que eu me deitava com qualquer um, que qualquer um podia ser pai da criança que estava em meu ventre, a humilhação foi tanta que pedi o desembarque, você lembra bem disso, me usou e me magoou muito, não correrei mais o risco de ser magoada, e com relação aos homens não há exceções todos são iguais.

— Se não acredita, por que escreve sobre amor?

— Porque, escrevo, como gostaria que fosse o amor. Puro, e verdadeiro, algo bonito, algo como encontrar, a alma gêmea, mas isso é pura utopia. — Cristina diz as últimas palavras amargamente e com um suspiro de decepção.

— Está bem, vá descansar, você já teve muito por hoje, deixa que faço a cópia do seu livro para um, pendrive e tiro ele do ar para você.

— Você tem certeza?

— Sim, vá descansar.

— Combinado então

Cristina vai para cama, enquanto sua amiga, faz a cópia do arquivo, em seu computador e passa para um pendrive.

No dia seguinte à noite, Cristina foi trabalhar, enquanto Luciana cuidava de Jean. Cristina estava trabalhando em suas mesas, quando chega um grupo de amigos, entre eles estava Adam, ao vê-lo o coração de Cristina dispara, eles sentaram-se em uma das mesas que era responsável:

— Boa Noite senhores, meu nome é Cristina, serei a garçonete, de vocês está noite, sejam bem vindos, aqui está o cardápio.

— Boa noite, senhorita, nos traga um vinho tinto da casa, para tomarmos, enquanto escolhemos os pratos. ̲ diz um rapaz ruivo, com belos olhos verdes, muito bonito, e elegante.

— Como quiserem. — responde Cristina educadamente.

Cristina volta alguns minutos depois, e serve o vinho a todos da mesa, enquanto os amigos conversavam:

— Adam, o que está escritora têm que te deixou tão fascinado? — pergunta o ruivo, rindo do amigo.

— É você inclusive apresentou um dos livros dela aos diretores da editora, e fez que fosse publicado, sem nem a conhecer, isso foi um plano, só para conhecer sua diva? — pergunta, o outro rapaz, com cabelos escuros, pele clara, olhos castanhos, vestia uma camisa bege entreaberta no peito, e usava, uma calça um pouco mais escura que a camisa, e um sapato social no mesmo tom da calça, e que não ficava atrás em beleza com os amigos.

— Vocês não entendem, me identifiquei com os livros dela, vejo que, é uma pessoa sensível, sincera, inteligente, e põe a alma no que escreve, e ao conhecê-la vi que tem uma alma pura, apesar de ver que tem uma certa tristeza no olhar, e tem uma beleza inigualável, nenhuma mulher chega aos pés dela, e têm um perfume que não sai da minha cabeça, inclusive estou sentindo o cheiro dela agora, mas já olhei em volta e não consigo vê-la, isso me deixa louco…

Nesse momento, Cristina repara, que havia usado seu perfume favorito, mesmo como Luna, e agora, arriscava ser identificada, mas não, ele já havia olhado em volta e não reparara ser dela que vinha o perfume, teria que ficar o mais distante possível, quando fosse servi-lo, o ruivo também havia reparado no perfume, era uma leve fragrância de baunilha:

— Senhorita que perfume está usando? — pergunta o ruivo

— Eu!?… não como garçom, não posso usar perfume! — diz Cristina tentando dar uma de desentendida.

Realmente tinha razão, mas aquele perfume, já o usava a tanto tempo, que suas roupas, mesmo sem colocá-lo, estavam impregnadas por ele, sua pele já carregava aquele cheiro, mas não era nada que prejudicasse em seu trabalho, pois tinha cheiro de baunilha.

— Tenho certeza, esse perfume vem de você — insistiu o ruivo

— É o cheiro de um perfume que usei em uma festa ontem à noite, foi me emprestado por uma amiga, é uma fragrância difícil de tirar da pele. — Teve de dizer, tentando evitar prologar a conversa.

— Por acaso o nome dessa sua amiga é Luna? — perguntou instintivamente, Adam.

E agora? Como ia sair daquela enrascada? Poderia dizer ser amiga da Luna, afinal de contas, nunca descobriria que elas eram a mesma pessoa:

— Sim, o senhor a conhece? — diz tentando disfarçar.

— Sim, é nossa escritora, você sabe onde mora? — diz tentando buscar informações.

— Desculpe senhor, não posso ficar conversando muito, o que os senhores irão, comer?

— Por favor, se sabe onde mora, por favor, me diga, pois, desejo muito, vê-la

— Senhor, estou em meu horário de trabalho, só posso conversar o essencial, preciso que façam seus pedidos, por favor, pois tenho outras mesas a atender.

Eles fazem seus pedidos, Cristina busca e os, entrega em seguida. Enquanto eles comem, Cristina repara que o amigo ruivo de Adam não tira os olhos dela, quando vai para fechar a conta:

— Senhorita que horas você sai? — pergunta o ruivo, segurando-a pelo pulso.

— Para que o senhor deseja saber? — diz Cristina retirando as mãos dele de seu pulso.

— Para poder esperá-la, quem sabe possamos nos divertir um pouco.

— Desculpe, mas não estou interessada, e, além disso, tenho outro trabalho, e terei de despertar cedo amanhã. — Diz Cristina educadamente.

— Então me passa seu telefone.

— Perdão, senhor, mas não posso, regras do restaurante. — diz ela, tentando arrumar uma desculpa, para não passar seu telefone, claro se quisesse poderia passar na hora de entregar a conta, como alguns amigos dela faziam, pois ninguém repararia, mas não queria, ele era bonito, mas não queria se envolver com ninguém.

Os amigos pagam a conta e vão embora, só que Adam à espera do lado de fora.

Quando ela sai:

— Boa Noite, senhorita Cristina.

— Boa Noite, senhor… — diz ela fingindo não lembrar o nome dele.

— Me chame somente de Adam. Posso te dar uma carona para casa? Está muito, tarde.

Ela estava levando a fantasia de Luna na bolsa, e agora como sairia dessa?

— Não precisa, moro a uns quarteirões daqui.

— Então te acompanho a pé.

— Senhor não precisa se preocupar, realizo esse caminho diariamente.

— Gostaria de saber sobre sua amiga, agora você não está mais em horário de trabalho.

— Senhor, se deseja saber sobre ela, pergunte a ela, não a mim.

Cristina deu as costas e saiu andando. Adam achou aquela garota interessante, e fiel à amiga, era o tipo de fidelidade raro de ver nas mulheres, as mulheres dificilmente são fiéis, principalmente umas às outras, pelo menos era o pensamento que tinha, pois, um dia, esteve noivo, e sua noiva o traíra, ficou sabendo pela melhor amiga dela, que havia dado em cima dele anteriormente, e no dia e horário que sua noiva estava num encontro em um motel com o amante, está amiga o levou para pegá-la no flagra.

Ele ficou arrasado, mas continuou com a vida, chegou a achar que nunca voltaria a se apaixonar, pensou que nunca encontraria, alguém que tocaria novamente seu coração, até que conheceu Luna, inclusive chegou a conversar com ela no aplicativo, e viu ser uma boa pessoa, por isso fez de tudo para a editora publicar um de seus livros, pois todas, às vezes que perguntou sobre encontrá-la pessoalmente não obteve resposta, e o único jeito que viu para conhecê-la, foi dar uma oportunidade a ela, geralmente eram os escritores que iam atrás da editora, para publicarem seus livros, mas via talento naquela doce mulher, e em seus livros, por isso colocou secretamente dinheiro do próprio bolso para que a editora a chamasse, disse ser de um investidor anônimo, que não desejava ser identificado, e que queria, que a editora a chamasse e que arcaria com tudo, inclusive se o livro fosse um fracasso, mas tinha certeza que não seria, e não se arrependia de ter feito isso.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!